Meu Pequeno Arco-íris
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Capítulo 7 Capitulo 7

Bianca e kaike retornaram para Novo Itacolomy, interior do estado do Paraná. Ela estava com uma vontade enorme de ter permanecido, nem que fosse na porta do hospital para ver seu filho em cada oportunidade que ela tivesse. Naquela altura, Bianca já não estava mais sentindo tantas dores, por mais que ela estivesse sentindo algumas pontadas, aquilo estava sendo leve para a dor e o vazio que estava em seu coração.

A dor que uma mãe sente em relação ao seu filho é inimaginável e, Bianca sabia. Ela sabia que a partir daquele momento ia precisar ser forte, forte o suficiente porque Gabriel iria precisar dela. Mesmo que o doutor tivesse perguntado se eles tinham mais dúvidas, naquele momento Bianca não conseguiu pensar em mais nada. Sua cabeça, seu corpo só queriam seu filho.

Mas quando chegou em sua casa, várias perguntas assombraram sua mente. O que era paralisia cerebral? Tem cura? O que eles deveriam fazer? Porque ela não perguntou mais sobre? Ela ficou lá parada olhando para o vago, enquanto sua mente a levava para um mar de dúvidas.

- Bianca?

Ouvindo a voz de kaike, Bianca respirou fundo, percebendo que o carro já estava parado e ela estava sentada no banco imóvel, olhando para frente. Ao seu lado estava kaike a observando.

- Eu quero o meu filho! - As únicas palavras falhas que saíram de sua boca naquele momento.

O pânico começou a tomar conta do seu corpo, sua ficha caiu. Ela não estava mais grávida e nem com o seu filho em seus braços, ele estava longe, mesmo sabendo que acompanhado por profissionais de saúde. Sua mente jogou sujo e a fez pensar que sem ela. Ele estaria sozinho.

Bianca estava com suas mãos sobre o seu rosto, tentando controlar o seu desespero, seu coração estava batendo violentamente dentro do seu peito, suas mãos estavam trêmulas, enquanto ela respirou em busca de ar.

Naquele momento a mãe de Bianca apareceu na porta e viu o estado da sua filha e um kaike imóvel a observando. Ela abriu a porta do carro rapidamente e ajudou Bianca a se retirar, enquanto tentou acalentar sua filha com um abraço forte.

- Filha o que ouve? - sua mãe perguntou.

Elisa levou sua filha para dentro, enquanto tentava acalmá-la. Já kaike ligou o carro novamente e o encostou mais próximo da calçada, a casa do casal era alugada e não havia espaço para garagem. O muro era mediano sem reboque.

Depois de estacionar o automóvel, ele seguiu para dentro da sua casa, ao ver Bianca sentada na mesa em lágrimas e sua sogra lhe entregando um copo de água com açúcar, mas Bianca ainda não percebeu sua presença.

- Mãe o doutor falou que o Gabriel tem paralisia cerebral - Bianca suspirou. Tomando um pouco da água. - Eu nem sei o que é isso... Mãe ele pode morrer. - A voz dela falhou. - Meu bebê pode morrer. - Bianca soluçou alto. - Ele pode morrer e eu... Não estou lá... Mãe... - Bianca olhou para sua mãe na sua frente em suplica. - Como faço para ele ficar vivo?

Elisa ficou chocada, as palavras e o estado da sua filha estavam acabando com o coração daquela mãe. Ela pela primeira vês não sabia o que dizer. Seu olhar se levantou e ela viu kaike se aproximando, ele ajudou Bianca a se levantar e a abraçou apertado. O abraço de quem ela estava ansiando. Do seu parceiro. Observando aquela cena, Elisa enxugou suas lágrimas rapidamente.

- Calma Bianca, você não confia em Deus? - kaike enxugou as lágrimas dela, perguntando. Enquanto Bianca o olhou assentindo. - Então vai ficar tudo bem.

- Quando vamos voltar lá? - Bianca soluçou, mas observou kaike com esperança.

- Eu não sei. - Kaike se afastou um pouco irritado. - Fomos pegos de surpresa. Não temos dinheiro o suficiente para abastecer o carro e ir todos os dias... - ele olhou para Bianca e depois para sua sogra. - Eu também tenho que trabalhar. - Ele respirou fundo.

- Mas..., mas kaike é o nosso bebê. - Bianca tentou se aproximar, mas kaike se afastou apenas observando. - Ele depende da gente! - A voz de Bianca soou suave, mas dolorosa. - Temos que fazer o possível e o impossível por ele. - Ela parou na frente dele e limpou suas próprias lágrimas.

- Não é tão fácil assim Bianca! - A voz de kaike soou irritada. - Você nem idade o suficiente tem ainda. Nem trabalha. - As palavras de kaike cortaram o coração de Bianca, mas ele não parou. - O meu trabalho como mecânico não rende mais do que um salário mínimo. Da onde vou tirar dinheiro para levar você para ver ele todos os dias?

Bianca tentou falar, mas kaike a interrompeu e apontou para ela, com uma irritação maior.

- Você pensa que eu não estou preocupado? Claro que eu estou. Mas o que eu posso fazer, em? O que?

- Nada kaike. - Bianca falou um pouco mais alto. - Você já disse que não pode fazer nada. - As palavras de Bianca sangraram seu próprio coração. - Eu entendo você. Em nenhum momento pedi para você roubar um banco. Eu apenas perguntei, mesmo que seja pela segunda vês, quando voltaríamos lá. - As lágrimas de Bianca voltaram a cair. - Você não acha que neste momento, eu não me arrependo amargamente por não ter pelo menos dezoito anos? Ou até mesmo um trabalho?

Kaike olhou para ela com olhos ferozes e Bianca apenas desabafou o seu interior, ela já estava se culpando por tudo, não precisava que kaike tocasse no ponto de ela ser menor de idade e não trabalhar. Percebendo o clima pesando. Elisa resolveu intervir.

- Calma vocês dois. Por favor! - Bianca voltou a atenção para sua mãe e kaike apenas levantou seu olhar que estava parado em Bianca. - Gabriel não precisa que vocês dois briguem agora. Ele necessita que vocês dois estejam unidos, para pensar na melhor forma de estar próximo dele...

- O que ela quer que eu faça dona Elisa? - kaike interrompeu sua sogra em um tom mais alto. - Eu não tenho como estar na porta de um hospital todos os dias... - Kaike bufou de raiva e olhou para Bianca. - Ninguém esperava que o Gabriel nascesse doente.

Bianca olhou para kaike deixando o local, ela ficou chocada com suas últimas palavras. O peso delas poderia derrubar Bianca a qualquer minuto. Bianca sabia que ninguém esperava por isso, ninguém quer ver um filho no hospital.

- A forma dele expressar a sua angústia, raiva ou até mesmo sua tristeza é descontado em mim. - Bianca falou baixo, enquanto puxou a cadeira se sentando novamente.

Ela olhou para a porta ouvindo o barulho do carro cantando pneu. Bianca sabia mais do que ninguém porque ele descontou nela. Ele sempre desconta. Kaike não agride Bianca fisicamente, mas o tanto que ele a machuca psicologicamente, está derrubando uma garota que antes era alegre. Uma menina que tinha amor por viver, mas que depois de conviver com kaike apenas está existindo.

Este era para ser o momento do casal se apoiar, mas estava difícil... Percebendo Elisa se aproximou da sua filha e a abraçou apertado dizendo:

- Filha se você quiser voltar, as portas de casa estarão sempre abertas para você e para o Gabriel.

Elisa escondeu a irritação em sua voz, pela atitude do seu genro.

- Obrigada. - Bianca sorriu olhando para sua mãe. - Mãe eu vou parar no último ano da escola.

- Porque filha? - havia surpresa no tom de voz de Elisa.

- As visitas na uti são na parte da manhã. Eu não vou abandonar o Gabriel agora. - Havia esperança no olhar daquela mãe. - Vou fazer de tudo para estar ao lado dele, vou dar um jeito de visitá-lo. De alguma forma. Não vou deixar o meu bebê passar por isso sozinho - Bianca sorriu com confiança.

- Filha se for possível eu levo você quando desejar. - Havia orgulho na voz de Elisa, ela estava sentindo orgulho da sua filha naquele momento, enquanto continuou. - Podemos dar o combustível quando o kaike quiser ver o Gabriel. Assim vocês poderiam ir juntos. - Elisa segurou na mão de Bianca. - Mas não se preocupe como mãe e avó vamos dar um jeito.

Mãe e filha se abraçaram, enquanto Elisa limpou mais uma vês suas lágrimas para que Bianca não pudesse ver.

- Mãe obrigada de coração, mas a senhora também vive de uma vida humilde, não devo ficar atrás de vocês para resolver tudo por mim. - Bianca sorriu para sua mãe, em gratidão - Agora estou casada, eu não vou negar a ajuda de vocês. Vou agradecer e muito, mas agora eu sou a mãe. Tenho que dar meus pulos, assim como você um dia deu por mim. - Ela abraçou sua mãe com força, fechando seus olhos, Bianca sentiu suas lágrimas escorrendo lentamente.

Depois desse momento de carinho e gratidão, Bianca se retirou para seu quarto, Elisa afirmou que o almoço estava pronto, mas Bianca agradeceu novamente, dizendo que estava um pouco cansada e que outra hora ela se alimentava, naquele momento ela só queria se deitar.

Elisa ficou com seu coração apertado, mas deixou sua filha ter o momento sozinho dela, Elisa também foi mãe cedo, hoje ela tem trinta e cinco anos e a beleza de Bianca veio dos cabelos longos e loiros, e olhos azuis como o de sua mãe, assim como alguns traços do seu pai. Bianca é filha única do casal. E muito amada.

Bianca não conseguiu dormir, as dúvidas que surgiram anteriormente, estavam rondando sua mente, sem saber quando voltaria para esclarecer, ela resolveu pesquisar na Internet. Bianca abriu o Google do seu aparelho celular e procurou algumas coisas sobre paralisia cerebral, mas o que ela encontrou a deixou ainda mais confusa.

Bianca observou na Internet que a paralisia cerebral pode ser classificada de acordo com as características clínicas mais predominantes

· Espástica

· Discinética

· Extrapiramidal

· Atáxica

O que resta para essa mãe, é saber em qual destas classificações seu filho se enquadra. E o que ela poderá fazer para ajudá-lo a ter uma qualidade de vida melhor, uma coisa que Bianca vai descobrir quando retornar ao hospital, mas o que mais lhe aflige naquele momento é, em como ela vai voltar...

                         

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