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Ainda triste pelas palavras do dia anterior, Cyndi pensava o porque de tanta implicancia. Ela sabia que sua mãe não gostava de Ciro mas ultimamente ela estava muito pior. Ela tinha levado Ana para fazer os exame de vista e enquanto aguardava o resultado começou a divagar sobre os ultimos acontecimentos. Sentou no banco do hospital e fechou os olhos por um instante, enquanto a enfermeira acompanhava Ana . Não era permitido a entrada dos pais , a fim de não atrapalharem os procedimentos medicos, mas eles podiam observar seus filhos atravez da porta de vidro.
Ha alguns dias uma de suas clientes chegou muito nervosa em casa e não conseguia se conter. Falava de seus infortunios e chorava copiosamente. Cyndi ouviu e conversou com a moça e num dado momento ela indagou.
__Dona Cyndi. Sei que o seu pai, reverendo Tony, ora para as pessoas, mas não tenho coragem de contar essas coisas pra ele. A senhora pode orar como ele faz ?
Imediatamente Cyndi lembrou que na sua juventude foi missionaria e orar pelas pessoas era uma de suas funçoes, mas sobretudo lembrou da oração que tinha feito dias atraz ao qual havia pedido a Deus que gostaria de viver pela fe., e havia chegado de exerce-la.
" Antes de receber é preciso semear, pensou Cyndi, e Deus tem sempre me socorrido na hora que mais preciso e mesmo que eu não possa fazer nada ou ajudar de outra forma, pão e oração nunca se nega."
E esta moça sempre voltava e pedia uma oração e conforme as coisas iam se aprumando e seus problemas sendo resolvidos, mais fé e confiança enchiam seu coração. Ao ponto de que quando alguem tinha algum problema, ela levava até Cyndi para que ela pudesse orar por todos. E assim, recomeçava o ministerio missionario de Cyndi, mesmo sem ela poder sair de casa, por causa das crianças.
Mas, ao mesmo tempo que isso acontecia, mais Ciro ficava estranho e, consequentemente, sua mãe implicava mais. Apesar dele nunca questionar o que Cyndi fazia, parecia que nos ultimos tempos ele estava mais distante.
Ainda perdida em seus pensamentos, sentiu uma mão que tocava seus ombros e chamava pelo seu nome. Só então percebeu a presença da enfermeira dizendo que havia terminado e que o doutor estava chamando.
__E então doutor? Como ela está?
__Fizemos os exames nescessarios e constatamos uma pequena anomalia no globo ocular, que causa uma distorçao e consequentemente a dificuldade de enxergar adequadamente.
__É grave isso tudo?
__Podemos tentar corrigir com oculos de grau, mas caso persista o problema, futuramente será necessario uma intervenção cirigica para corrigir este problema.
__O senhor está dizendo que vai ter que operar o olho doutor?
__Ela ainda é muito pequena. Vamos tentar o uso de oculos primeiro e ver a evoluçao. Apesar da graduação ser um pouco alta, não recomendo a cirurgia por agora.
__Menos mal, doutor. E de quantos graus vai ser o óculos?
__Tres graus e meio. As lentes são um pouco grossas mas é melhor que não enchergar, não é mesmo?
__Se é assim, obrigada
__Vou passar a receita e é só levar na ótica e mandar fazer. Fica pronto em uma semana aproximadamente. Traga aqui pra eu conferir por favor, antes dela começar a usar.
__Será feito doutor
__Então até semana que vem.
Ao sair do hospital, enquanto se dirigia à òtica que ficava a um quarteirão de distancia, Cyndi começou a pensar.
"Sempre os olhos. Porque serà? Rosa, por ter olhos verdes, é um pouco sensivel a claridade. Angelina era cega. Roger , bacteria nos olhos. E agora Ana. Sò Renam escapou, mas nasceu tão miudo e fraquinho que tb deu trabalho"
Não ficava longe a ótica. Então resolveu caminhar . Enquanto passava proximo a uma praça que ficava na esquina de sua casa, segurando Ana pelas mãos, notou que Ciro estava ali junto com o rapaz que lhe propora serviço alguns meses atraz. Ela lembrava bem, pois era o mesmo que interceptou Ciro quando eles voltavam do hospital com Roger. Ele nem entrou em casa e sua mãe falou poucas e boas para ela, sobre a irresponsabilidade do marido. Era estranho pois Ciro disse que não poderia levar Ana ao oftalmologista pois tinha compromisso e agora ele estava ali, junto com aquele homem. Pensou em se aproximar, mas parou derrepente quando viu que o mesmo entregava um pequeno embrulho para Ciro mediante a um pagamento. O que Ciro poderia ter comprado?.
Mas não demorou muito para ela descobrir.
No mesmo instante, ela pegou Ana, que não tinha visto o pai ainda, e desviou o caminho.
__Mamãe, este não é o caminho de casa.
__Eu esqueci que tinha que passar no mercado e ja que estamos aqui, vamos aproveitar a viagem.
__Compra um pirulito pra mim?
__Compro, mas vamos logo.
__Oba!
Ana saiu saltitante, empolgada para comprar o doce . Nem percebeu que sua mãe só queria afastar a menina da cena que acabara de presenciar. Ainda olhando em direção ao marido, uma lagrima solitária desceu pelo seu rosto, no mesmo instante em que se perguntava como Ciro teve coragem, depois de tudo que ela fez por ele?