DESEJO PROIBIDO: A VAMPIRA E O PRINCÍPE
img img DESEJO PROIBIDO: A VAMPIRA E O PRINCÍPE img Capítulo 5 Desconfiança
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Capítulo 6 Descoberta img
Capítulo 7 Solidão img
Capítulo 8 A Carta img
Capítulo 9 A resposta img
Capítulo 10 Tentativa img
Capítulo 11 Escolhas img
Capítulo 12 Teste img
Capítulo 13 Surpresa img
Capítulo 14 Revelações img
Capítulo 15 Viagem img
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Capítulo 5 Desconfiança

Nos últimos dias, minha mente estava inquieta, perdida em pensamentos que não conseguia controlar. Era impossível ignorar a mudança que William tinha causado em mim, uma transformação que eu não havia pedido, mas que agora dominava meus pensamentos. Minha família, sempre atenta, começou a notar minha distração. As noites se tornaram longas e solitárias, e o silêncio de nossa imortalidade parecia mais ensurdecedor do que nunca.

Em uma tentativa desesperada de acalmar meus pensamentos, fui para o grande salão de ballet, onde sempre encontrava um refúgio na dança. Escolhi "Pássaro Azul" e comecei a me mover com a graça e a precisão que séculos de prática me deram. A música fluía através de mim, cada nota uma tentativa de afastar a imagem de William dos meus pensamentos. Mas, mesmo no auge da dança, sua presença permanecia, uma sombra doce e constante em minha mente. Depois, deixei que a melodia de "Paquita" me envolvesse, cada movimento era mais uma tentativa de escapar da atração que sentia por ele.

Enquanto eu dançava, Helena entrou silenciosamente na sala, seus olhos observando cada movimento meu. Ela sempre foi uma espectadora silenciosa, mas eu sabia que sua mente estava sempre alerta, captando cada detalhe.

- Como vai, criança? - perguntou ela, interrompendo o silêncio com sua voz tranquila.

- Sentindo-me como uma fada - respondi, forçando um sorriso, tentando manter a fachada de normalidade.

- Que entusiasmo - ela comentou, com um sorriso que não alcançava os olhos, claramente percebendo a tensão em mim.

A próxima música era "Esmeralda", e Helena, sempre graciosa, calçou suas sapatilhas e se juntou a mim. Peguei um pandeiro e comecei a tocar e dançar, tentando perder-me no ritmo vibrante. Estávamos tão envolvidas na dança que, por um momento, o mundo exterior deixou de existir. Mas então, a lembrança do encontro com William invadiu meus pensamentos como um raio, trazendo-me de volta à realidade com uma força inegável.

Sem dar tempo para explicações, saí correndo da sala, ainda com as sapatilhas nos pés, e fui ao local combinado. Quando cheguei, William já estava lá, me observando com aquele olhar que sempre fazia meu coração - ou o que restava dele - vacilar.

- Será que algum dia você vai parar de me olhar assim? - perguntei, sentando-me a uma distância segura, como se isso pudesse impedir o turbilhão de emoções que ele despertava em mim.

- Acho que nunca - ele respondeu com um sorriso que parecia iluminar a escuridão ao meu redor. Seus olhos caíram sobre meus pés. - Você dança ballet?

- Sim - respondi, surpresa por ainda conseguir falar com ele me olhando daquela maneira.

- Você precisa me mostrar - disse ele, o brilho em seus olhos era quase impossível de resistir.

- Para dançar ballet, precisamos de um lugar plano - tentei desviar o assunto, mas já sabia que ele não desistiria facilmente.

- Vamos para a minha casa. Meu irmão está ansioso para te conhecer - sugeriu ele, sem perceber a preocupação que suas palavras despertavam em mim.

- Você tem certeza de que é uma boa ideia? - perguntei, minha voz traindo a hesitação que sentia.

- Fica tranquila. Ele não sabe que você é uma vampira. Só falei que arrumei uma namorada, e ele está curioso. Além disso, estou tirando fotos para a revista onde trabalho, e eles estão procurando novos talentos no ballet. Você deixaria que eu tirasse algumas fotos suas?

A ideia de me expor mais ao seu mundo me deixou dividida. Parte de mim queria recusar, fugir dessa ligação que só parecia me complicar mais. Mas a outra parte, a que eu começava a não reconhecer, ansiava por mais tempo ao lado dele. Então, aproximei-me e o beijei, suavemente, tentando ignorar o frio em meu peito.

- Tudo bem, eu vou. Mas e os meus olhos vermelhos?

- Eu posso mudar no computador, transformá-los em preto. Você será a mais bela bailarina - respondeu ele com um sorriso que aquecia até as partes mais frias de mim.

Caminhamos juntos até a casa dele, cada passo me levando mais fundo em um território desconhecido e perigoso. Ao chegarmos, ele me conduziu para o estúdio de fotografia, um espaço cheio de equipamentos que parecia refletir a mente criativa de William. Fiquei fascinada, apesar de mim mesma.

- Antes de começarmos as fotos, você poderia dançar para mim? - pediu ele, seus olhos implorando, e mais uma vez, eu soube que não poderia recusar.

- Coloque Tchaikovsky. Dançarei para você - respondi, tentando esconder a vulnerabilidade que suas palavras despertavam.

- Quem é Tchaikovsky? - perguntou ele, sua curiosidade infantil trazendo um sorriso aos meus lábios.

- Um compositor clássico, conhecido por "O Lago dos Cisnes". - Expliquei, percebendo o brilho de reconhecimento em seus olhos.

Ele procurou a música e a colocou para tocar. Assim que a melodia encheu o estúdio, deixei que a música me conduzisse. A dança era minha fuga, minha maneira de expressar tudo o que não conseguia dizer em palavras. William, com sua câmera, capturava cada movimento, sua fascinação evidente em cada clique. Quando terminei, ele me aplaudiu, seus olhos brilhando com admiração.

- Linda - disse ele, aproximando-se para me beijar.

- Obrigada - respondi, meu coração disparado pela intensidade do momento.

Ele continuou tirando fotos, agora com diferentes figurinos de bailarina que ele tinha no estúdio. Cada foto era uma nova tentativa de me capturar, de me eternizar através de sua lente. O tempo passou rápido, e percebi que o irmão de William ainda não havia aparecido. Uma sensação de urgência começou a crescer dentro de mim, e eu soube que era hora de partir.

- Preciso ir agora - disse, tentando esconder a pressa em minha voz.

Cheguei em casa rapidamente, tentando me esgueirar para o meu quarto antes que alguém notasse minha ausência. Mas Aro, com sua presença sempre imponente, estava me esperando.

- Jane, preciso falar com você agora - disse ele, sua voz como uma lâmina afiada.

Meu coração gelou. Será que ele sabia sobre William? O que Aro tinha descoberto? O que o futuro reservava para nós agora que meu segredo estava prestes a ser revelado?

                         

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