O seu salvador Pedro estava apenas de short preto, pegando sua camisa azul claro para vestir, quando foi surpreendido com a entrada da moça loira e estonteante em seu quarto.
- Oxe! O que é isso dona!? - Ele num susto, acabou derrubando a camisa no chão.
Ficando excitado e completamente vermelho.
A Ana ficou parada perto da porta sem reação, segurando a maçaneta e olhando fixamente para a escultura humana exposta bem na sua frente. Seus olhos brilharam em direção ao peitoral e braços torneados do rapaz, fixaram-se por alguns instantes o suficiente para ela perceber que ele parecia se cuidar muito bem de tão sarado e os músculos perfeitamente desenhados em cada lugar do corpo dele.
- O que é isso que estou vendo na minha frente? Está muito sarado. Pedro a sua aparência é perfeita! – Falou mais para si, admirando-o.
- Moça co- como você vai entrando no quarto de alguém dessa forma! - Ele que era branco ao tentar falar ficou ainda mais escarlate, tal qual um tomate.
Se abaixou e foi em direção a sua camisa para tentar pegar que foi novamente ao chão e quando tentou pegar mais uma vez ele tropeçou na quina da cama, levantou devagar e respirou fundo.
- Desculpa! Estou perdida. Não consegui chegar na sala de jantar. - Ela diz ainda encarando ele com um brilho no olhar.
- E, não olhe meu corpo! Caramba!
- Já é tarde. Não tive como não olhar. Pensei que veria gente pelada desta forma só na praia que minha amiga está agora. Que vergonha!!! – Ela nem pisca admirada.
- Que vestido é este!?
- Hã! Eu não sei. Acho que é da sua irmã.
- Não mesmo! Você deveria jogar fora imediatamente!
- E ficar pelada!? Com você só de shortinho preto e em forma. Hum, seria interessante!
- Não, poxa! Não foi isto que eu quis dizer!
- Então, o que foi? Não é para eu tirar este vestido? - Ela diz sorrindo e fingindo o movimento de tirar.
- É para tirar, mas, colocando outro. Acho que travei nas ideias. – Pedro solta o ar que estava prendendo.
- Realmente, meu senhor, não consegui te entender.
- Dona, o melhor mesmo é você sair! Que loucura foi esta?
- Que reação foi a sua!? Não entendo senhor.
- Eita! Que esta moça é direta! E, siga na direção oposta sempre em frente que vai encontrar o que procura.
Apesar da visão da Ana entrando no seu quarto tão de repente ter sido estonteante.
"Quem será que guardou aquele vestido verde? As lembranças as quais ele traz eu quero esquecer, basicamente estão estampadas nele! Aff! Ela não tem culpa, aquele vestido lembra apenas o meu passado." – Pedro ponderou.
Depois que a moça saiu do quarto o Pedro que tinha machucado a canela, sentou na cama para tentar se recompor. - Suspirou fundo novamente.
- Vixe! Que estou sentindo dor da batida na canela, só agora. Que coisa! - Ele massageou a canela e também passou a mão no rosto que parecia anormalmente quente nesse instante.
– Que visão foi aquela! Não sei se foi um pesadelo ou um sonho.
Do lado de fora do quarto no mesmo instante que a Ana saiu do quarto sentiu que tinha ficado vermelha, e se abanou.
- Que homão da porra! Que reação esquisita a dele? Nossa, que situação nem sei dizer se foi interessante ou constrangedora, vai depender da reação dele durante o jantar. – E a Ana deu três batidinhas no rosto.
Ela seguiu a instrução andou até o final na direção indicada e encontrou a sala de jantar onde dona Antonella estava esperando com uma canja de galinha bem quentinha.
Rita e dona Antonella já haviam jantado e o pai de Pedro tinha ido para a cidade comprar coisas que estavam em falta na fazenda e só voltaria em alguns dias. Pedro também tinha um irmão mais novo o Zeca que depois de ter se casado foi morar na cidade Encosta do Pajé com sua esposa Vera.
"Isso está ficando mais esquisito a cada minuto. Terei que jantar sozinha com o Pedro. Depois daquela visão não sei se vai ser constrangedor ou algo acima da minha imaginação como ele." – Ela refletiu.
Dona Antonella serviu o jantar, trocou algumas palavras com a Ana.
- Moça seu nome é Ana, certo?
- Sim senhora. Precisei da ajuda de seu filho e não sei quanto tempo vou ficar.
- Não se apresse garota. Fique o tempo que precisar.
- Estou muito grata pela hospitalidade de todos nesta fazenda.
- Não sei se meu filho disse, mas sempre ajudamos quem precisa.
- Ele comentou.
- Ana, tem certeza que não está a fim do Pedro? – Diz Rita.
- Não, ainda não tive tempo de reparar em nada nem ninguém.
"O que foi isto!?" – Ana pensou.
- Que pena!
- O que tá fazendo, Rita?
- Nada, mãe. É que pareceu outra coisa quando eles chegaram estavam bem juntinhos naquela chuva toda.
- Rita você é muito sincera. Nossa, eu nem sei o que pensar, acabei de chegar neste lugar novo.
- Não ligue para ela.
- Vou me segurar, em algumas vezes também sou assim.
- Boa noite, minha querida!
- Boa noite, senhoras.
E dona Antonella saiu juntamente com sua filha Rita, pois no outro dia acordariam bem cedo para cuidar da fazenda.
- Nossa! Se eu mesma não tivesse visto não acreditaria no que aconteceu ainda agora? – A Ana se abana, apesar da chuva e do tempo frio ela sentiu um calor.
E alguns minutos depois o Pedro chegou, devidamente vestido e se lembrou imediatamente da cena de logo antes, tocou em seu peito, ele ficando novamente rubro perguntou.
- Tinha água quente no banheiro? Ou será que por aqui ainda não temos eletricidade? – Ele rir alto.
- Já percebi moço. Eu sei que cometi mais uma gafe. E, espero encarecidamente que seja a última. Sente-se. Nem preciso dizer, sei que está em sua casa. Que é de maior e vacinado. Aliás, você é vacinado? Não que seja da minha conta, se é tão bonito deve ser vacinado.
- Que chuvarada de perguntas e respostas são estas?
- Eu falo umas besteiras quando fico nervosa. Tudo que é pensamento sai como uma cachoeira desgovernada.
- Parece que está agindo assim agora.
Ela respira fundo e olha para ele atentamente.
- Agora parei, voltando ao princípio. Você me ajudou bastante, obrigada!
- Ana, não foi nada!
- Me desculpe, por agora há pouco. Sinto que invadi a sua privacidade.
- Olhe Ana, vou deixar passar. Sei que é muito difícil estar num lugar distante como este e para você que não conhece nada é fácil se perder. E ainda por cima, estando na casa de desconhecidos deve ser horrível. - Ele fala enquanto toma um pouco da canja.
- Mesmo assim, peço mil desculpas! Eu nem sei mais o que dizer, moço. – Ela fica com as bochechas quentes.
- Você já me explicou antes. É só não repetir, certo.
- Seria demais responder o porquê ficou zangado comigo se eu não fiz nada demais?
- É que este vestido que você está usando me traz péssimas lembranças as quais eu não quero dizer neste momento. Sei que a culpa não é sua, sabe. Minha irmã gosta de pregar peças. Acredito que esta foi mais uma das brincadeiras dela. Desculpa eu sei que me excedi.
- Melhor parar por aqui. Senão vai ter uma lista interminável de desculpas que lhe devo, senhor.
- Tá certo. Então, tome bastante desta canja, a minha mãe fez somente para nós dois, e está deliciosa. E, ainda pode evitar que você pegue um resfriado depois do frio que passou nesta tarde.
- Claro, uma alimento feito para curar ou prevenir.
- Exatamente. Minha mãe pensou em tudo. – Diz com um sorriso.
- Olha, não pude deixar de reparar que você tem uns músculos bem localizados. Você malha? "Será que exagerei na pergunta?" – Ela pensou.
- Nossa, você é bem direta! Queria esquecer o incidente. Só que agora depois desta pergunta será impossível.
- É que não teve como não reparar ficando de frente para você. Sabe, para mim não é normal ver alguém sem camisa assim, a não ser que esteja na praia. Fora isso, não vejo todos os dias, rs.
- Moça, estou completamente encabulado. Só que por aqui é normal. Mas, não eu não malho, só faço as tarefas da fazenda que se você parar para conhecer verá que são muitas. E, ando a cavalo, como você pôde ver antes.
A Ana não deixou de reparar em Pedro enquanto ele conversava e lembrando da cena anterior sentiu novamente um calor que não era normal para uma noite como aquela.
- Rapaz, a fazenda está fazendo muito bem para sua saúde. E, para sua beleza também.
- Eita! Ana você é muito direta. Que faz até o ambiente parecer mais quente. Melhor terminarmos o jantar e cada um ir para seus respectivos quartos, sem segundas intenções. "Preciso me controlar também, afinal sou o responsável por salvá-la, não posso exagerar." – Ele matutou suas preocupações.
- Pedro, me desculpe por ser tão direta. É de minha natureza dizer e fazer o que penso. Tenho que me acostumar com esta nova situação e também com o local que estou vivendo no momento. Não me leve a mal.
- Está tudo certo, suponho.
Depois do jantar cada um seguiu para seus respectivos quartos, e claro que sem segunda intenções.
- Boa noite, amanhã veremos a situação do seu jipe.
- Claro, Pedro eu preciso dele para meu trabalho vou para os municípios próximos. Boa noite!
Ou melhor, talvez já com um pouco de intenções.
Quando a Ana já está em seu aposento ao se preparar para dormir, no momento que encosta a cabeça no travesseiro lembra de Pedro seminu, no mesmo instante se levantou de supetão.
- Impossível esquecer daquele monumento humano. Eu tenho que ficar aqui por pouco tempo, não tenho o direito de ter segundas intenções com um lindo rapaz de família criado com todo carinho por pessoas atenciosas. Não, sem segundas intenções mulher!
"Vou contar carneirinhos, vai ajudar a acalmar meus ânimos libidinosos." – Ela ponderou.
- Deitou novamente, e de novo a lembrança voltou muito mais clara. - Ana deu um grito.
- AAAIIII!!!
Quase no mesmo instante Pedro entra no quarto da Ana com um cabo de enxada nas mãos.
- Cadê o bicho!? Cadê? Onde é que está? Ué, não tem nada por aqui. - Ele diz olhando ao redor do quarto.
E, ela percebeu que cometeu outra gafe.
- Nada não. Achei que tinha visto um rato bem grande e peludo ali no canto da parede. – Ela fala apontando.
- Deve ser uma *mucura. Pensei que era coisa séria, moça. Já que não foi nada, vou dormir. Até amanhã! – Ele sai quase sem olhar para trás.
- Até amanhã, moço.
"Ele não dorme de pijamas, e sim de short preto e camisa azul clara sem manga com os braços torneados de fora. Que para piorar meus pensamentos mundanos agora apareceu mais uma cena dessas na minha cabeça." - Ana analisou.
- Logo eu que pensava em ir à praia encontrar um pretendente. Aparece um cara sarado e prestativo no meio do nada. O estranho é que vou ficar a noite em claro! Não sou desse jeito. Sei que é um homem é muito lindo e está logo ali! Mas, como fico agindo como louca quase sem o conhecer? Ele está tão perto e ao mesmo tempo tão longe...
Ela bate no travesseiro e se deita mais uma vez.
O Pedro saiu em disparada do quarto de Ana, atravessou o corredor quase voando e quando entrou no seu quarto ele fechou a porta atrás de si e não se conteve.
- Eu não consigo fazer o que pedi para aquela garota. Logo eu, que tinha sofrido a dor da separação quando Maria Amélia foi embora. Esta moça está mexendo comigo assim tão rápido. Eu sou somente seu salva-vidas, que irá deixá-la partir amanhã ou depois. Não devo ter esperanças. Não sou o tipo de cara que namora e logo deixa para lá! Mas, como é possível uma mulher que entrou hoje na minha vida ter este impacto!?
- Foco é isso rapaz. A Ana vai embora logo e eu vou esquecê-la o quanto antes. Tenho que ter foco, e me concentrar em outra coisa. Vamos ver, hum ... lama. Isso mesmo, na lama!
Um tempo depois, ....
- A lama não está dando certo, foi exatamente aonde a vi pela primeira vez e ela estava simplesmente linda rolando na lama. – Ele põe a mão na cabeça.
- Melhor pensar em outra coisa, vamos ver, ... meu cavalo. Certo, o meu cavalo é perfeito!
Mais um tempo depois, ...
- Vixe! Ela sentada, bem na minha frente, com aquele corpo pequeno e me aquecendo durante o trajeto que eu fiquei até excitado. Impossível ser o meu cavalo. Vem até o cheiro de rosas que saía dos cabelos dela. Vou tentar outra coisa.
- Vamos ver no que eu posso pensar para tirar a visão daquela beleza de mulher da minha cabeça.
Ele respira fundo com os braços levantados atrás da nuca.
- Certo, eu no meu quarto bem aconchegado depois do banho, ... E, a visão dela entrando... – O Pedro bate com as mãos em forma de punho na cama. - Já deu! Impossível dormir hoje. Vou fazer um chá de camomila bem forte para me acalmar. Quem sabe consigo dormir?
O Pedro sai do quarto, vai para a cozinha e quando chega lá, para sua surpresa a Ana estava esquentando um leite.
- Espero que vocês não se importem. Eu estava sem sono, então resolvi fazer um leite morno para tomar e depois conseguir dormir, como é tarde para vocês daqui, resolvi não pedir, desculpa.
O Pedro encara a visão da mulher loira que falou com ele e incrédulo solta um sorriso abafado entre as mãos. "Não é possível, meus pensamentos estão me traindo! Ela não pode ser real." – Ele matutou olhando para ela atentamente.
– Você é uma miragem ou é realmente a Ana? – Diz olhando diretamente para Ana.
- Não moço, como eu seria uma miragem? Tem algum problema eu tomar um pouco deste leite? - Diz sorrindo.
- Não. Pode ficar à vontade, temos bastante leite por aqui. As vacas produzem bastante e produzimos e vendemos queijo se quiser pode pegar de graça é nossa convidada.
"Devo ser um trouxa, muito trouxa, me afastei para esquecer e o motivo de minha insônia está justamente na minha frente. Só pode se um aviso." – Ele pensou.
E Pedro seguiu em direção ao armário, pegou um pote com as flores de camomila e colocou em uma xícara. Em seguida esquentou a água e colocou dentro da xícara. Quando ele se virou para colocar o pote de volta no armário marrom que estava antes deu de encontro com a Ana.
- Você está sentido o mesmo que eu, certo? Sabe um calor inexplicável. Talvez seja pretensão a minha, mas...
No momento que ela ia terminar de falar ele se aproximou dela encostando tão perto que ficaram frente a frente apesar da diferença de tamanho dos dois.
Ele fixou seus olhos esverdeados bem diretamente nos olhos castanhos dela encarando-a por um tempo, depois disse.
- Sim, porém eu juro que não era minha intenção. Eu não sou um desses caras namoradores. Ana, me desculpe!
A Ana que estava parada na sua frente ficou nas pontas dos pés e devagar encostou os seus lábios nos do Pedro em um beijo carinhoso.
Ele que não esperava por uma reação tão direta, tremeu na base, ficando instantaneamente com as pernas bambas, ofegante e rubro de tensão seu corpo reagindo aquele pequeno toque quase fora de controle.
Neste momento a Ana estava sentindo o esforço do rapaz em não cair, apoiado no armário marrom logo atrás, o segurou mais um pouco pelo pescoço como se quisesse guardar aquela sensação gostosa na memória.
Enquanto voltava a sugar carinhosamente os lábios sensuais do rapaz com muita sedução.
Ela parou por um instante dizendo.
- Não o desculpo! Mas, por favor, não se assuste comigo. Como havia lhe falado antes, sou direta no que falo e também no que faço.
- Como!? Não temos que nos desculpar!
Ele se empolgou e em seguida o Pedro não se conteve e começou um beijo mais ardente, segurando a Ana bem firme pela cintura e em outros momentos passando as mãos pelas costas dela dando-lhe um beijo ainda mais quente, com molhado movimentos de língua dentro da boca da Ana e demorado um pouco antes de puxar o fôlego.
Dessa vez sucumbindo ao desejo que tentou se afastar.
"O que eu estou fazendo não me reconheço neste instante! Esta mulher mexe com meus instintos mais selvagens." – Tentou avaliar próprias reações.
- Você é surpreendente! - Ela diz admirada com ele.
- Eu não sou este cara normalmente.
- Eu gostei, desta versão que está me mostrando.
- Eu tenho um pouco de medo desta minha vontade de você!
E o Pedro, colocou neste instante para fora várias das sensações que estava tentando esconder desde o início.
E a Ana acabou fazendo exatamente o que não pretendia, se aproximando do rapaz de família.
Enquanto isso, o leite que estava fervendo derramou e o chá ficou esquecido esfriando na mesa por um longo tempo em uma noite ou madrugada de tempestade torrencial.
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• Mucura, é o nome popular dado ao gambá na Amazônia. É um quadrupede marsupial, também chamado de saruê, micurê, saringuê ou timbó.
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