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Ana Carolina e Anna Maria se conheceram no primeiro ano do ensino fundamental. Desde o início, formaram uma amizade forte, unidas pela simplicidade de terem o mesmo nome. As duas personalidades se completavam: Ana Carolina, extrovertida e focada, vinha de uma família de classe média, enquanto Anna Maria, de classe alta, era estudiosa, mas enfrentava dificuldades de aprendizado. Apesar disso, seu esforço a mantinha entre as melhores da turma.
Timidez a impedia de interagir facilmente, fazendo com que muitos a considerassem metida. No entanto, por trás dessa timidez, Anna Maria era extremamente protetora com aqueles que realmente se aproximava. Assim, sua personalidade, que lembrava um gatinho, se transformava em um leão feroz quando se tratava de defender os amigos, mesmo que isso a deixasse marcada por conflitos e normalmente nenhum arrependimento.
Infelizmente, a diferença entre suas classes sociais trouxe muitos desafios para a amizade ao longo dos anos, e a complexidade desses desafios só aumentava. Quando eram crianças, a mãe de Anna Maria tentava impedir que sua filha se aproximasse de uma 'simples bolsista'. No entanto, a amizade das duas foi protegida pelo pai de Anna Maria, que acreditava firmemente que ninguém deveria ser julgado por sua classe social, especialmente uma criança.
As amizades de cada uma fora da escola também apresentavam desafios. Os amigos de Ana Carolina frequentemente viam Anna Maria como esnobe, enquanto os pais dessas crianças tinham reações variadas: alguns queriam forçar uma aproximação por causa da riqueza da família de Anna Maria, enquanto outros hesitavam em permitir a amizade, temendo represálias ou preconceitos relacionados ao comportamento dela.
Os amigos de Anna Maria, por vezes, insultavam Ana Carolina, instigados pelos adultos ao redor. Essa dinâmica aumentava a pressão sobre a amizade das duas, que já enfrentava tantos desafios devido às diferenças sociais. No entanto, pela firme defesa que uma tinha pela outra, a amizade foi se fortalecendo a cada desafio enfrentado.
Vinte anos depois, a amizade entre Ana Carolina e Anna Maria estava mais forte do que nunca. Anna Maria, embora formada em Arquitetura, não trabalhava nem estudava. Sua mãe se opunha a que ela buscasse um emprego, insistindo que deveria se concentrar em arranjar um bom marido, que estivesse, no mínimo, à altura de seu nível social.
Enquanto Ana Carolina se formava em Design de Interiores e trabalhava desde o segundo ano da faculdade em uma empresa cujo um dos donos era o pai de Anna Maria, sua entrada na empresa se deu por mérito próprio. Ela contou a Anna Maria sobre sua candidatura, mas só permitiu que sua amiga revelasse onde estava trabalhando para o pai dela após ser efetivada, depois do estágio. Ana Carolina queria provar à mãe de Ana Maria que a amizade delas não era por interesse, e, em sua visão, conquistar reconhecimento em seu trabalho sem ajuda externa era a melhor forma de demonstrar isso.