Meu melhor parceiro de vingança
img img Meu melhor parceiro de vingança img Capítulo 7 Uma pequena vitória
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Capítulo 10 Palavras enigmáticas img
Capítulo 11 O homem mais lindo img
Capítulo 12 Sr. Gostoso img
Capítulo 13 Atração imediata img
Capítulo 14 Apenas um lance e nada mais img
Capítulo 15 O que acontece em Vegas, fica em Vegas img
Capítulo 16 Traia-me o mais rápido possível, querida amiga img
Capítulo 17 Reconciliação img
Capítulo 18 Encontro inesperado img
Capítulo 19 Parece que estamos na mesma página img
Capítulo 20 Reencontro ardente img
Capítulo 21 Uma história divertida e interessante img
Capítulo 22 Contemplações na madrugada img
Capítulo 23 Preparação img
Capítulo 24 Griffin em dose dupla img
Capítulo 25 Jantar interrompido img
Capítulo 26 Mais uma coincidência img
Capítulo 27 Vou levá-la para longe deles img
Capítulo 28 Preparativos img
Capítulo 29 Atuação img
Capítulo 30 Próximo ato img
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Capítulo 7 Uma pequena vitória

Olivia

Esperei pelo meu pai pacientemente, mas por algum motivo, ele não apareceu, achei melhor sair para investigar o que estava acontecendo e o encontrei ainda no escritório trabalhando, estava terminando uma ligação e parecia muito sério.

- O que foi? - pergunta carrancudo.

- Bem, já é hora do jantar e eu vim avisar, caso você tivesse esquecido que jantaria comigo hoje. - murmuro.

Sem dizer uma palavra, ele levanta do seu lugar e caminha para fora do seu escritório, eu o sigo silenciosamente pelos corredores até a sala de jantar, onde os empregados esperam por nós para servir o jantar.

Comemos em silêncio desconfortável, confesso que quis me mexer nervosamente na cadeira, mas eu estou fazendo isso por uma boa causa e preciso aguentar firme. Observei que meu pai estava comendo muito pouco, apesar de a comida estar deliciosa. Parece que ele já está sentindo alguma coisa, mas, como um workaholic que é, não consegue abrir mão de algum tempo e cuidar de si mesmo, em vez de trabalhar incansavelmente.

No meio do jantar, ele começou a fazer caretas e em certo momento empurrou a comida para um canto, mas, logo olhou para mim e percebeu que eu o observava e voltou a comer, parecendo incomodado com algo.

- Você tem se sentido bem ultimamente? - pergunto despreocupadamente.

- Sim, nada fora do normal. - responde.

- Você parece mais magro. - digo.

- Isso é impressão sua. - responde.

- E também parece cansado. - insisto.

Eu preciso que ele pare de ser vago e fale realmente o que está sentindo e se eu preciso irritá-lo para que isso aconteça, então que seja.

- Isso é só impressão sua. - responde com um suspiro impaciente.

- Bem, eu acho que o senhor deveria ir ao médico e fazer alguns exames. Quando foi a última vez que fez isso? - indago.

O suspiro alto e o som do talher tilintando na mesa é a prova de que ele finalmente se irritou com minha insistência e tem algo a dizer sobre o assunto.

- Olivia, eu já disse que estou... - antes de terminar de se assegurar que está bem, meu pai sibila de dor e segura a barriga se curvando de dor e ficando rapidamente pálido.

Corri até ele e segurei seu braço.

- Pai, o que está sentindo? - pergunto apressadamente.

- É apenas uma dor incômoda, logo vai passar. - tenta se desvencilhar das minhas mãos, mas eu o seguro com mais firmeza.

- Vamos ao hospital. - digo.

- Não é necessário, vai passar. - diz ainda curvado de dor, suor escorre de seu rosto.

Sim, apenas uma dor incômoda, como se eu fosse acreditar nisso.

- Vamos ao hospital. - insisto.

- Não. - devolve.

Bem, parece que ele quer me irritar com sua teimosia.

- Pai, se não for para o hospital comigo por bem, eu vou acertar sua cabeça com um vaso e o levarei de qualquer jeito. - decreto com toda seriedade.

Meu pai paralisa por alguns instantes e me encara de olhos arregalados, surpreso com a forma como eu me opus às suas palavras. Isso é algo que eu nunca fiz antes, já que sempre o evitei e tinha certo medo dele, mas agora, eu sou outra pessoa, quatro anos mais velha do que a minha idade atual diz e eu já passei por muitas coisas e dessa vez, eu não vou deixá-lo sozinho por causa de temores e complexos.

É isso aí, pai. Eu sou uma nova mulher.

- Tudo bem. - assente.

Uma pequena vitória!

Mandei que a governanta pegasse os documentos necessários enquanto eu pegava também a minha bolsa e a chave do carro. Voltei até a sala onde meu pai me aguardava, seu semblante não era nada bom, mas eu fui rápida e me senti aliviada por não encontrar lentidão no trânsito até o hospital. Assim que eu expliquei a situação, meu pai foi levado para fazer exames e eu fiquei aguardando. Um tempo depois, foi dito que meu pai havia sido transferido para um quarto e estava em observação e que eu poderia vê-lo. Abri a porta devagar e encontrei meu pai deitado na cama, agulhas conectadas ao seu corpo levavam remédios e soro. Tive um breve vislumbre de mim mesma deitada em uma cama de hospital, achando que melhoraria logo e só piorando a cada dia, até o momento em que eu soube sem que ninguém me dissesse que meus dias estavam contados, e que eu morreria sem deixar aquele hospital e deixaria todos os meus sonhos, uma vida inteira deles para trás. Foi doloroso, no entanto, eu tentei aceitar esse fato irrevogável, ou melhor dizendo, me obriguei a aceitar que eu não podia fazer mais nada e me sentir grata pelo que eu tinha, achando que era muito amada.

Que tola eu fui.

- Como se sente? - me aproximo devagar.

- Bem, eu disse que ia melhorar, não era necessário vir ao hospital. - resmunga.

Claro que ele ia resmungar a respeito, era de se esperar dado a personalidade dele.

- Bem, o que eu poderia fazer? Você é meu pai e embora não sejamos próximos, eu ainda quero vê-lo bem e me preocupo com você. - desabafo.

A sinceridade é a melhor arma nesse momento.

Meu pai abre a boca e arregala os olhos ante minhas palavras, bem, pode parecer estranho ouvir isso, já que eu nunca me comportei assim antes, mas agora eu sei o quanto eu senti falta dele, além do mais, nessa segunda chance que eu tenho, eu quero fazer as coisas direito com ele, quero que tenhamos uma boa relação, como pai e filha devem ter, afinal, tudo o que eu sempre quis foi ser amada por ele.

- Eu nunca soube que você se preocupava comigo. - murmura.

Seu olhar está me deixando um pouco desconfortável, é um olhar novo, como se ele estivesse me vendo pela primeira vez.

Talvez seja realmente assim, já que ele nunca olhou para mim antes.

- É claro que eu me preocupo, você é meu pai e minha única família. - seguro sua mão em um ato de coragem.

Ele me encara e depois olha para onde nossas mãos se unem, depois seu olhar suavizou e ele aperta minha mão levemente na sua. Eu me enchi de emoção naquele momento, esse era o nosso primeiro momento de pai e filha, onde eu me senti verdadeiramente próxima a ele. Engoli o choro no último segundo e dei um pequeno sorriso enquanto olhava nossas mãos, isso até ele praguejar veementemente.

Que diabos?

- O que foi? - pergunto apressada, pensando que ele está sentindo dor novamente.

- Acabei de lembrar que preciso ir para Las Vegas amanhã de manhã. - explica.

É isso?

- Eu posso ir no seu lugar. - me ofereço sem pensar duas vezes, se ele sair assim, suspeito que não será tão fácil trazê-lo novamente para fazer exames.

Ele pensa a respeito por alguns segundos e depois assente.

- Tudo o que você precisa está em cima da minha mesa no escritório, meu assistente irá com você, ele pode oferecer qualquer informação que precisar, não precisa se preocupar, é apenas um congresso, é bom que você vá se familiarizando com os assuntos da empresa. - responde.

- Tudo bem, eu irei para casa e darei uma olhada em tudo, também vou me preparar, eu juro que não vou decepcionar. - garanto sorrindo feliz por ele acreditar em mim.

Pouco tempo depois, deixe-o no hospital com todas as recomendações e depois de ter uma conversa com o médico sobre o estado do meu pai. Antes de ir para casa, corri até uma loja e comprei algumas roupas, porque as minhas simplesmente não servem para algo assim, aliás, não servem para nada.

Tenho um sentimento bom sobre Las Vegas, espero grandes coisas dessa viagem.

            
            

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