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Chego em casa acompanhada de Wiliam. Corro para meu quarto e para minha surpresa, William me segue. Não esperava que ele viesse de atrás, ou que fossemos ter uma conversa.
Me jogo na cama, me afundo nos travesseiros. Sinto meu rosto ser invadido por lágrimas. Sinto tudo se desmoronar. Sinto que não posso confiar em ninguém. Ouço os passos brutos de William, e sinto sua sombra se escorar na porta.
- Nao chore. - Ele diz.
- Nossa. Vou parar de chorar porque você mandou. Valeu!
- Nao foi uma ordem. Whites. May. Senhorita. Como quiser. - Sinto o se aproximar. - Acho que você não sabia. Mas todos sabiamos. Sofia, Stanley, talvez até a cozinheira.
Me alevanto devagar, me sento e o olho nos olhos. Eu não sabia o que sentia, não sabia como sentir. Mas queria chorar. Queria muito chorar.
- Porque? - Meu olhar vai para o chão. E sinto uma lágrima escorrer.
- É a vida na sociedade. - Ele diz e limpa a minha lágrima. - Voce é uma moça que não tem irmãos. Seu pai não tem um herdeiro para ficar com o negócio. O que lhe restava era arrumar um marido que o trouxesse segurança. Não acha?
Quando abro minha boca para falar. Ouço os passos rápidos, e ágeis de meu pai. Ele chega no quarto enfurecido, podia ver o seu odio. Atrás dele estavam Sofi e Stanley.
- Saia! - Grita para William.
William não se mexe. Fica sentado ao meu lado e encarando o meu pai.
- Nao quero que ele saia! - Grito de volta.
Stanley e Sofi se encaram, e voltam deu olhar para mim. Meu pai parece ficar boquiaberta, mas não discorda.
- Stanley é seu guarda pessoal. Ele quem deve ficar. - Diz meu pai.
- Se trata de um traidor. - Digo. - Eu não quero Sofia como minha dama de companhia. Trate de arrumar outra. Já que quer que eu seja uma moça da sociedade, eu serei meu pai! Agora saiam! Os três! Saiam! - Sinto lágrimas caírem de meus olhos.
Meu pai não fala nada, Sofia parece ficar sem entender e Stanley fica mais pertubado ainda. Eles não fecham a porta, ficam parados, olhando e se perguntando o que tinha acontecido - mas eles sabiam. Então corro e fecho a porta na cara deles.
William não fala nada. Ele sabia que se falasse algo, eu me sentiria mal.
- Vou ficar. Whites.
- Me chame de May. Por favor. - Me sento na cama novamente.
- Me chama de Will. Eu gosto. - Ele diz sorrindo pequeno.
.
Eu não lembro de ter dormido. Mas me acordo com uma coberta sobre mim, e com as cortinas fechadas. Me alevanto e não avisto Wil. Ponho um vestido qualquer e corro descer para baixo. Vejo Finn, William, Stanley e Meu pai sentados na sala. Finn estava com as pernas dobradas e sentado em uma posição que o fazia parecer o homem mais ignorante da fase da terra, e talvez ele era. William está tomando uma espécie de chá ou café, sentado ao lado do meu pai que parece preocupado com algo. Stanley está de pé olhando por fora da janela.
- O que sua filha fez. Foi imprudente. - Finn diz em um tom sinico.
- Considerando os fatos, a ação dela foi completamente normal. - Wil diz dando de ombros.
- Dei permissão pro porco falar? - Pergunta Finn.
- Que eu saiba quem é bastardo é você. Infarto. - Will debocha.
- trate de me respeitar. Eu serei o seu novo chefe. - Todos na sala encaram Finn.
- Nao fique tão certo. - Diz papai. - Voce herdará minha fortuna. Se no reinado de seu irmao, ele decidir eleger outro como seu guarda real, você terá de se virar.
- Se virar? - Ele pergunta incrédulo.
- Sim jovem. - Diz papai com a maior calmaria do mundo.
Vejo Stanley sorrir, e logo seu olhar se vira para mim. Ele segue quieto e desvia o olhar. Eu sabia o que ele sentia, sentia nojo por si mesmo.
- General, o único motivo de eu estar me casando com sua amada filha é o posto de general. Fora isso, ela não me importa. - Se alevanta em um gesto rude.
Meu pai o olha com desprezo, acho que é a primeira vez que vejo meu pai odiar alguém apenas com um olhar.
- Então não sei se devemos considerar este casamento meu príncipe. - Vejo todos na sala se encararem.
Quando Finn tenta responder, eu piso fundo, fazendo todos me encararem. Olho principalmente para meu pai, que corre ao meu encontro. Finn fica igual uma estátua, esbranquiçado. Wil parece sorrir, mas sinceramente não sei, ele era uma pessoa tão difícil de ler, que nem me dava ao trabalho de tentar entender.
- Finn. - O encaro. - Não ache que vou me casar com você. - Digo em um gesto desespero de faze-lo desistir de minha mão.
Vejo o canto de sua boca subir em forma de sorriso maligno.
- Fique quieta princesinha. - Ele sorri e caminha em direção a porta. - como seu grande amigo disse, eu posso ser um bastardo, mas ainda sou o preferido do rei. - Abre a porta e se vai.
Meu pai continua me esperando descer a escada, eu não olho em sua cara, apenas passo.
- Vou mata-lo na noite de núpcias. - Dou um belo sorriso fazendo todos na sala ficarem bocaquiaberta, menos Wil, que sorri. - Vou dar uma saída. Não quero nenhum guarda comigo.
Caminho em direção a cozinha, os deixando pensar o que quiser.