/0/13191/coverbig.jpg?v=4a803ccdb2dc0ca4dece40cdf668a133)
Lisa e Iam eram a maior prova de amor, mesmo com meu padrasto me odiando e querendo todo o meu sangue, eles ainda fugiam para me ver. Marcavam todas as sextas ensolaradas. E era ótimo. Eu levava todos os tipos de guloseimas que eles não tinham condições de comprar, pois camponeses vivem daquilo que nutrem.
Iam corre até mim e Lisa, com um peixe gigante:
- Sério! - corre até nos. - Fiz a nossa janta de hoje.
Solto uma risada e Lisa me acompanha. Costumávamos fazer piqueniques na beira de um riacho perto do vilarejo aonde eles moravam. Iam ri junto de nós e se sentar em nosso lado. Tinha que contar a eles a novidade e não sabia como. Para mim, era uma espécie de vergonha ter que casar com alguém tão arrogante. E quando falei que o mataria na lua de mel não estava brincando.
- Bem. - Reúno toda a minha coragem. - Tenho algo bem chato para contar.
Iam sorri.
Lá vem - pensei comigo.
- Vai me disser que vai se casar? - E enfia um monte jujubas na boca.
Sabia que ele debochada, afinal, Iam vivia de deboche. Lisa da um sorrisinho. Ela ainda era tão tímida para falar sobre esse tipo de coisa.
- Sim. - Digo.
Os dois se olham, arregalam os olhos, e falam ao mesmo tempo.
- Sério?! - Dizem.
Tenho de rir, por que a cena de Iam com um monte de jujubae o cabelo pingando água era uma graça, e ainda de olhos arregalados.
- Calma aí. - Ele diz. E se força a engolir todas as jujubas. - Você vai CASAR?
- Podia ter nos contado que estava apaixonada. - Lisa diz em uma voz tímida e desconfiada.
- Não dita bobagens Lisa. - Suspiro. E vejo que vou ter que explicar bem para esses dois, como funciona. - Foi o general que armou o casamento.
- Então esse negócio de casamento arranjado, é real? - iam pergunta chocado.
- Sim. Infelizmente sim. O rei tem que dar a benção ou a rainha. E vocês nem sabem a pior.
- Depois dessa, só se falar que vai se casar com o herdeiro do trono. - Ele ri debochado.
- Bem, não é herdeiro.
Ok, agora estão os dois me encarando com os olhos arregalados de novo.
- Meu Deus! Você vai se casar com um infarto? - Ele fica com a boca aberta.
- Fecha essa boca Iam. - Lisa pede. - É nojento.
- Lisa? Você não está nem um pouco chocada?
- Não. May vem de boa família e é linda. Óbvio que se casaria com alguém da altura. - Suspira.
Como explicar minha família? Iam e Lisa eram uma das melhores partes da minha vida. E eu queria levar eles comigo e dar todo o conforto que tenho. Dar todos os vestidos para Lisa, e toda a comida para Iam. E se me perguntarem o por que de minha mãe ter escolhido um pescador invés de um general, eu não vou saber responder.
Afinal, eu sempre quis minha mãe perto, e eu sinto saudades dela.
- Obrigada Irmã. - A abraço firme.
- E como funciona? Casarão quando?
Dou uma risadinha com a ignorância de Iam. Afinal, camponeses se casavam bem simples, um pastor ou padre ia a festa, que era bem simples, e fazia a oração e os juntava. Você assinava um documento e era enviado para o rei. E o ancião ou prefeito do vilarejo que dava a benção. E a benção é sempre importante, por que é nela que toda a fé do casamento é juntada. É nele que você confia o amor.
- Casa-se em uma igreja. Depois tem um baile. E a lua de mel. Mas isso demora. Tipo uns 2 anos, 1 ano no mínimo.
- Nossa. - Iam da de ombros. - Achava que o casamento de rico era tipo 2 dias, casavam.
- Depende muito do rei. Só pode casar depois da benção dele ou da rainha.
Olho para Lisa e ela está sentada encolida e praticamente tremendo. Acho que estava na hora de cada um ir para sua realidade. E então tomo a iniciativa. Junto às coisas do piquinique. Abraço muito forte os dois e espero que eles não tenham nenhum tipo de confusão por culpa minha. Iam me abraçar forte, e sempre sinto que ele vai sentir minha falta. Lisa é a mesma coisa, abraços e beijos apertados. Pego minhas coisas e me despeço, os vejo irem para o vilarejo, tinha de atravessar o riacho e andar um bom tanto. Enquanto caminhava de volta para minha casa, ouço barulho de um cavalo trotando. Vários cavalos. Olho para trás e vejo um alce correndo. Congelou, o que eu faço com um alce gigante correndo até mim? Fecho meu olhos e espero. Ao contrário do que achei que iria sentir, sinto o chão sobre mim e um corpo.
Abro meus olhos devagar e vejo Nash, deitado em cima de mim.
- O que faz aqui May? - Pergunta apavorado. Ele se senta e começa a me examinar.
Dou um tapinha na sua mão.
- Vim fazer piquenique. - Respondo me sentando também.
- Não devia fazer aqui. É o local aonde caçamos.
Suspiro e faço sim com a cabeça. Não vou discutir com ele.
- Vou te acompanhar. - Diz se alevantando e dando a mão para mim o acompanhar.