Capítulo 6 A Perguição

Ponto de vista de Debra:

Leonel se aproximou de mim com um olhar ameaçador, ignorando completamente meus pedidos.

"Debra...", Vicky murmurou suavemente, tentando me persuadir. "Pense no seu futuro. Por favor, faça o que ele está pedindo."

Agarrei a mão de Vicky e implorei em um sussurro: "Estou pensando no meu futuro, Vicky. Não posso fazer esse aborto! Preciso da sua ajuda para fugir."

O rosto da minha fiel serva mostrou hesitação. Ela provavelmente considerou a ideia absurda, mas, por fim, assentiu e sussurrou: "Vou fazer o que puder."

Sentindo o apoio dela, ergui a cabeça e encarei Leonel, tentando parecer conformada. "Tudo bem, aceitarei o procedimento, mas tenho uma condição. Quero visitar o túmulo da minha mãe antes."

Leonel hesitou, pegando o celular para falar com meu pai. Quando recebeu a permissão, ele finalmente concordou.

"Vamos logo", disse ele, bruscamente. "Você deveria agradecer pela misericórdia do Alfa Eduardo."

Segurei a vontade de revirar os olhos e apenas assenti, os seguindo para fora da cela e entrando no carro.

Ao chegarmos ao cemitério, respirei fundo e disse: "É aqui. Por favor, deixe-me ficar um momento sozinha junto ao túmulo dela para fazer minhas preces."

Leonel abriu a porta do carro e avisou. "Estarei bem ao seu lado. Nem pense em tentar alguma gracinha."

"Claro, obrigada", inclinei a cabeça, escondendo o nervosismo.

Havia uma pequena floresta perto do local onde minha mãe estava enterrada. E eu sabia que, além das árvores, estava a fronteira da matilha. Se eu conseguisse atravessá-la...

Nas profundezas da floresta, pude ver muitas tendas montadas ao redor de uma fogueira.

Era isso; aquela seria minha oportunidade de escapar.

Num movimento rápido, apanhei uma brasa da fogueira e a joguei nas laterais das tendas, provocando um incêndio. Logo, o acampamento foi tomado pelo caos, com pessoas correndo e gritando, bloqueando temporariamente o caminho de Leonel.

Aproveitando a distração, corri para dentro da floresta com Vicky.

A floresta estava densa e as sombras da noite se aprofundavam, oferecendo cobertura suficiente para que os homens de Leonel não conseguissem nos alcançar de imediato.

Corríamos com toda a velocidade que podíamos, criando finalmente uma boa distância entre nós e nossos perseguidores.

Contudo, a náusea provocada pela gravidez começou a me enfraquecer, e Ivy também se mostrava exausta, o que nos forçou a diminuir o ritmo.

Com sorte, conseguimos avistar o fim da floresta se aproximando à nossa frente.

Mas, quando acreditávamos estar perto da escaparmos, a voz ameaçadora de Leonel ressoou atrás de nós.

"Debra Clarkson, pare agora mesmo!", ele gritou, com uma frieza cortante. "O Alfa Eduardo deu ordens. Se continuar fugindo, seremos obrigados a acabar com sua vida!"

A frieza em seu tom e a determinação mortal que pude perceber no olhar dele me arrepiaram até os ossos. Ele não estava brincando, o desprezo de meu pai por mim alimentava o desejo assassino que se tornava evidente em Leonel.

O medo me imobilizou por um instante, e Leonel aproveitou a oportunidade para assumir sua forma de lobo e investir contra mim.

Transformado, ele parecia uma fera implacável, com o pelo cinza arrepiado e os olhos brilhando na penumbra da lua.

Leonel era o guerreiro mais experiente da matilha. Em outras circunstâncias, eu teria uma chance de lutar, mas, grávida e com Ivy debilitada, nossa força estava comprometida.

"Acabou, Debra!"

Com um uivo gélido, ele avançou, pronto para cravar os dentes em meu pescoço.

De repente, um vulto branco surgiu em minha frente e arremessou Leonel para trás.

Era a loba de Vicky!

"Debra, vá embora, agora!", Vicky gritou, com os dentes à mostra enquanto enfrentava Leonel, que rapidamente se recompôs.

Porém, ela não era páreo para o mais mortal dos homens de meu pai. Em pouco tempo, ele a atacou com violência, rasgando sua pele com mordidas e garras. O pelo branco de Vicky foi tingido de vermelho, uma visão aterrorizante.

O choque me paralisou. Era como estar num pesadelo, cercada de sangue, incapaz de reagir.

"Debra... vá... por favor..." Vicky conseguiu gritar antes de ser arremessada e rolar pela encosta, à beira da floresta.

"Vicky!"

Em pânico e desespero, corri com todas as minhas forças, o coração pesado de medo e angústia. Minha única preocupação era o bem-estar da minha amada serva.

Tudo o que eu queria naquele momento era que ela sobrevivesse. Eu sacrificaria qualquer coisa para vê-la viva.