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NATURAL
Moro numa rua que não tem porteiras
Numa casa sem paredes e sem telhado
Habito uma terra sem fronteiras
Levo a vida de forma normal
Meu riso é natural
Vivo a vida ...
Quantos passos são precisos para se chegar até alguém?
Quantas palavras ainda serão ditas para entender a vida?
É preciso silêncio nos corações para ouvir a paz?
No ar, doce canção
Há dança...
Dancemos!
...
Eis que sorrateiro o tempo passa
Leva o riso,
Leva a graça
Leva a dor...
Leva a vida,
Leva o amor...
Vinhedo, Outono de 2009.
QUADRINHAS DE AMOR E PAIXÃO
Passa o tempo, passa a vida
Só lembranças e ilusões.
Restos da saudade sofrida
Que martiriza os corações.
Vou embora, vou andando
E nem sei pra onde vou.
Quando eu não tenho você
Até esqueço quem sou.
Esta vida é engraçada
Mistura de riso e de dor.
Dela não se leva nada
Nem riqueza, nem amor.
Vinhedo, Outono de 2009.
VEM COMIGO
"Em cada canto, um poema
Em cada abraço, uma ternura
Em cada riso, um beijo meu..."
Vem caminhar comigo
Pelas estradas da vida...
Sair por aí
De mãos dadas
A espalhar sorrisos
E colher amor.
Vamos correr com o vento
No campo das flores.
Nas noites serenas
Contaremos estrelas.
Beijaremos o silêncio
Nas réstias de luz...
Vem comigo enquanto é tempo
E o instante é pequeno...
Levaremos apenas
Aquilo que somos
E os nossos sonhos
Guiarão nosso caminho.
Vem...
Vinhedo, Outono de 2009.
AH, O AMOR...
Se essa saudade,
Que mora em meu peito,
Batesse asas
E para sempre fosse embora,
Simplesmente eu não teria
O amor de todo dia...
Não haveria ninguém por perto,
Minha vida, um deserto
Só lamento e solidão.
Viveria amargurado,
Seria um desterrado,
Sem lira, sem canção...
Ah, o amor...
É todo o meu sonhar,
Motivo para viver
Minha vida a cantar...
É instantes de infinito,
É terno, é doce, é bendito
É sonho de um nunca acabar.
É saudade,
Inquieta paixão,
É alegria, é mistério
É ilusão...
É vida que vibra
Num só coração!
Mandaguari, Outono de 2009.
EM SILÊNCIO
Radiosa surge a manhã
Ornada de flores e cores...
De encontro às pedras
A onda vai e vem...
No céu repousam as nuvens
No alto vai o sol...
Leva as folhas caídas o vento suave
Na tarde vazia...
No cenário da vida
Um barco esquecido...
Em silêncio passa minha alma
Passa minha vida
Passa meu amor...
Vinhedo, Outono de 2009.
VENTURA
Ó tu que surges formosa, airosa,
mostra todas as cores
que ornamenta o mundo!
És o baú dos sonhos
tão docemente acalentados,
realizados alguns somente,
outros infelizmente relegados!
Mostra as tuas vontades,
estranha beldade
nascida do amor e da verdade,
criada na ternura e na dor.
Tinge com a alva cor
a tua bandeira.
Faze que a paz
seja verdadeira!
Espalha o rubro e o escarlate
nos corações carcomidos,
endurecidos...
Cuida que o verde das esmeraldas
cubra de bênçãos os sonhos
dos que amam.
Que a cor do ouro,
seja de todos, fonte de alimento
e tesouro, numa terra de esperanças.
E que seja o azul do céu
eterna dádiva e a conquista
de todas as promessas
para um mundo cada vez melhor!
Vinhedo, Outono de 2009.
VESTÍGIOS
Eu
canto
a vida
que passa ligeira
nas asas do tempo.
Refém
dos desejos,
em vão procuro minha imagem,
que ficou guardada no espelho do ontem.
Nas esquinas do vento
nascem sonhos do porvir.
Sou cavaleiro andante que chora e que ri.
No abraço da noite
faço e refaço a minha solidão...
Vinhedo, Outono de 2009.
O QUE É A VIDA?
Como um rio que passa em silêncio
Vai passando meu destino, minha vida
Vai em frente, sem jamais voltar
Vai passando, caminhando até acabar
Como são tristes minhas tardes sem você
Como é cruel o tempo sem te ver
Às vezes fico a olhar o horizonte vazio
À espera que tua presença me faça feliz
E este frio que se aninha na solidão
e que traz o vento da minha saudade
A assobiar cruelmente nos telhados
Como a dizer que o amor é apenas dor
Como um rio que passa em silêncio
Passa minha vida, passa meu amor...
Vinhedo, Outono de 2008.
CANSAÇO
Estou cansado
desta vida inútil,
deste tempo parado
que fica ao meu lado
sem nada fazer...
Cansei de contemplar
poentes de sonhos coloridos
que jamais se realizarão...
Cansam-me os encontros
que se tornaram tardios
nos portos da esperança...
Quisera ser manhãs de promessa
que nascem silenciosas,
perfumadas e se depositam
nas lembranças, como sonhos
acalentados no coração.
Quisera...
Vinhedo, Outono de 2008.
AMOR
Numa noite silenciosa e fria
Fiquei a escutar meu coração
Que em suspiros de amor dizia
Ama, que o resto é ilusão.
A riqueza é supérflua, passageira
A sorte, mágica roda ilusória e vã
A girar os destinos da terra inteira
Sem encontrar o prazer e o afã.
Ama que o resto é ilusão
Volta a dizer em suspiros de amor
A doce voz do meu coração
No silêncio da minha paz interior...
Vinhedo, Outono de 2008.
DEIXEI MINHA ALMA
Deixei minha alma
descansando
debaixo de uma árvore
e saí caminhando
à procura de meu passado.
O tempo passou
e minha vida inteira
estava na minha alma
que em algum lugar deixei...
Às vezes minha alma perdida
aparece nos meus sonhos,
outras vezes, nas canções
que a vida canta
à beira dos regatos ou
que chegam com o vento que passa...
Há certos dias que
a presença dela
se dá com maior intensidade,
que por ironia, ou por capricho
é sentimento forte e profundo,
nas noites silenciosas
da minha solidão...
Vinhedo, Outono de 2008.
TEMPO DE AUSÊNCIA
Não, não posso escrever!
Desapareceu a lira; os versos,
a luz e a crença se foram!
Os dias passam
e a rotina apodrece
nos umbrais do tempo.
Houve uma vez
que das minhas janelas
podia avistar o mundo
de flores, cores, alegrias
e amores...
Havia a água e o sal
o canto e a distância...
Agora, este vazio
que me consome
a alma e me impede
de abrir os portais
da magia
e, este silêncio
que punge, que arrasta
que enleva e que mata...
Poesia, onde estás
que não respondes?
Em que masmorra
trancaste teus versos
que são meus sonhos,
fragmentos multicores
de amor,
fé, esperança?
Em que mar
navegas minhas ilusões
meus sonhos
meus amores
minha vida?...
Vinhedo, Outono de 2008.
LEMBRANÇAS TARDIAS
O tempo passou
e uma eternidade de folhas
foi arrastada pelos ventos
nos outonos da vida.
Uma infinidade de flores
desabrochou em toda primavera.
Magníficos raios de sol
iluminaram todo e qualquer verão.
E o gélido tempo de inverno
evidenciou a minha saudade...
Nem por isso
eu deixei de amar
as doces lembranças de Você...
Nossas palavras muitas vezes
ficaram apenas nos pensamentos.
E no segredo dos olhares tardios
permaneceu entre lágrimas
um denso silêncio
no ocaso de um talvez...
É triste viver
quando os sonhos se vão
como grãos de areia
por entre os dedos
do amanhã...
Quem sabe, algum dia poderei,
ajuntando
todas
as lembranças
da alma,
ter você comigo
novamente,
a olhar o mesmo céu,
a mesma estrela,
num mesmo olhar...
Vinhedo, Outono de 2008.
NA SOLIDÃO DE VOCÊ
Ah, essa paixão que me devora
que me arrasta, que me punge o peito
e dilacera a alma, como turbilhão
em busca de um raio de sol...
Enche-me a noite de visões
que caminham nos meus sonhos
e se aninham nas estrelas fugidias...
Queria!, como queria
ter aqui, real, agora e sempre
- reflexo de mim -,
a repartir alegrias e ternuras
na doce volúpia do ser ou não ser...
Queria, ah, se pudesse, queria
do alto de minha janela
ser muitos, ser vários
consubstanciando-me em versos
de múltiplas cores, humores, sem dores
a voar pelo mundo distante
à procura de olhares amantes
sedentos de auroras
no encontro translúcido
de mim mesmo...
Vinhedo, Outono de 2008.
É DOCE OUVIR...
É doce ouvir as ondas do mar
quando elas trazem o canto da amada
que vem e volta, e que enternece
e alegra os dias meus...
É doce ouvir o zunido do vento
quando ele traz a voz da amada
que me fala num suave sussurro
da esperança dos dias meus...
É amargo ouvir a chuva
quando ela traz as lágrimas da amada
que me mostram com saudade
as doces lembranças dos dias meus...
Vinhedo, Outono de 2008.
UM DIA DE CADA VEZ
Quando converso com você,
parece que estou lendo um livro,
onde nossas aventuras se misturam
como o amor que nos deixa cativos.
E assim segue toda a história,
que sempre começa e termina por certo,
na vontade de nos amar cada vez mais,
e passar a sonhar como um livro aberto.
Penso então que esta vida é a maravilha
de ser, e se ter um dia de cada vez,
na doce ternura de cada momento,
que pulsa, que vive, que vibra,
nos corações dos amores eternos,
agora e para sempre, agora e para sempre,
para sempre, para sempre,
sempre, sempre,
sem...
Vinhedo, Outono de 2008.
NINGUÉM
Já fui olhado por
1000 olhos.
Já fui falado
por 1000 bocas.
Fui marcado e contado.
Andei pelos 4 cantos de mim mesmo...
Estou aqui:
Neste mundo sem portas,
nem janelas,
sem sede,
sem sal,
só...
Vinhedo, Outono de 2008.