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TURBILHÃO
E vem essa vontade louca
Que sacode a alma
Esse querer ser teu e fazer-te minha
Essa saudade intensa que a tudo invade
Essa distância que cada vez mais se avizinha...
E então sonho contigo em meus braços
E nesses instantes sou teu e tu és minha
E tudo é encanto, é riso, é sonho, é amor
A vida vibra de luz, de som, de cor
Sou teu, eternamente teu
Em teus braços finalmente descanso
Mas esse sonho infelizmente termina
E vem essa tristeza imensa
Nessa minha pobre sina...
Vinhedo, Outono de 2009.
QUANTO TEMPO MAIS...
É preciso acreditar
Embora a hora seja difícil...
É preciso ter fé na vida
Ter fé em Deus
Crer no amor.
Há que se viver perseguindo um sonho
É preciso vibrar com o coração.
É preciso acreditar embora tudo diga não
É preciso viver a vida numa eterna paixão...
Quanto tempo mais eu terei
Para ver o sorriso de uma criança
O desabrochar de uma nova flor
O surgimento de um novo dia?
O tempo passa
E a vida é floco de paina
Arrastada pelo vento...
É preciso amar
Pois só o amor permanece
Quando nada mais restar
E o silêncio for maior...
Vinhedo, Outono de 2009.
CANTIGA NOTURNA
Ah, toda ternura
Faz reacender
Uma imensa saudade de você...
Todos os beijos do mundo
São como perfume de suas mãos,
A espalhar amor feito canção...
Como pirilampos primaveris,
Que deixam sua luz
Nas flores da noite,
Meus sonhos são vôos de luz
Pela madrugada silenciosa...
Navego pela noite
Meu sonho de amor...
Nem por isso
Sou alegre ou triste:
Apenas navego e sou...
É preciso saber florir
Ser verso e raiz
Para se ser realmente feliz!
Ah, os espelhos!
Silenciosos e frios,
Guardam os olhares do mundo!
Infelizes daqueles
Que esqueceram neles
O riso e a alegria de viver...
Vinhedo, Outono de 2009.
DE AURORAS E DE PAIXÃO
I
Tem horas que fico a pensar
E nem sei se é bem assim.
Há tanta coisa estranha na vida,
Que lendo meus pensamentos
Ou rio, ou choro ou fico quieto.
Depois, ao longo da noite
Imagino cantigas para dormir,
Enquanto um vento ligeiro
Visita meus sonhos...
... lá vou eu, hesitante
Eterno cavaleiro andante
Sem parada e sem amor.
Às vezes canto,
Às vezes me calo,
A vida é um grande embalo...
II
Tenho pavor dos relógios
Marcando as horas sem parar.
Com eles meu tempo é efêmero
E a vida uma casca de noz...
III
E agora que faço aqui parado
À espera que o vento passe
E que o tempo ressuscite
A alegria de viver...
IV
Tento ler um livro e não consigo
Não há flores no jardim.
E os espinhos são agudos
A ferir minha alma, pobre de mim...
V
Tantas coisas ficaram para trás...
Tantos amores passaram
Tanta dor,
E essa solidão...
VI
Não há mais rastros nos caminhos de outrora.
Todos os luares ficaram inúteis.
Calaram violão e poeta.
No papel branco apenas um verso de adeus.
VII
Ao longe
Uma canção cigana
Traz lembranças antigas
De estradas e de auroras.
Em seus versos
Há marcas de paixão,
Tingindo de vermelho
Uma história de amor...
VIII
De onde venho
Chovem pétalas de rosas
Nas tardes de abril.
Há uma cantina na esquina
Onde há dança e bailarina
Como nunca ninguém viu...
IX
Por outro lado
Há um deserto
Parece mais mar aberto
De silêncio e imensidão.
Não há mais canto de pássaros,
Apenas um triste mormaço
E em tudo só solidão...
X
As pessoas não morrem
Apenas mudam...
Há pouco tempo
Numa cidade, outro lugar
Encontrei um amigo que há tempos partiu
Tomando cerveja na mesa de um bar...
XI
Vontade de rir há muita,
De chorar também.
Triste sina de ser alguém,
Que vive aqui e ali
À procura de um bem...
Cravinhos, Outono de 2009.
MEDIDA
Aqueles que descansam
No pó das estrelas;
Que já colheram
Do jardim as maçãs;
São viajantes do cosmo
Libertos da frágil casca:
São novamente um.
Por certo,
Só contemplarão a luz,
Se a 'Caronte'pagaram
A travessia do rio dos mortos...
A Roda da Fortuna gira
Não se sabe para quem...
Não importa
A chuva.
O sol.
O quente.
O frio.
Não importa...
Nada mais importa...
O amor é ilusão sem fim
Que se mede pelo tamanho da nossa fé.
E se não há muito para você
Não há mais nada para mim...
Vinhedo, Outono de 2009.
ESSA QUE EU HEI DE AMAR...
Essa que eu hei de amar um dia
com um amor profundo e terno,
será talvez o meu inferno,
ou o meu céu de alegria.
Não ficarei como o príncipe da poesia
à espera do amor num calmo inverno.
E tão absorto, nessa utopia
a rabiscar alguns versos no caderno.
Irei amá-la com todo meu amor,
com tal paixão e zelo
e com todo meu desvelo.
Seremos um do outro com fervor,
com ternura e todo anelo,
nesse mundo encantador.
(à memória de Guilherme de Almeida, que como Bilac
também recebeu a honraria de "Príncipe dos Poetas Brasileiros")
Vinhedo, Outono de 2009.
AMOR EM PEDAÇOS
Eu te amei naquela manhã
O céu pintava de dourado à espera do sol
Flores brancas balançavam ao vento suave e macio
E havia silêncio, quietude e paz...
Eu te amei naquela tarde
O sol partia deixando um rastro avermelhado
A força do vento açoitava as flores tristes
E tudo era paixão, lamento e dor...
Eu te amei naquela noite
Um luar prateado inventava magia
Uma brisa calma trazia um doce perfume
E o amor era rei, felicidade e alegria...
Eu te amei pela minha vida inteira
Foste o meu céu, o meu sol, a minha paz
Meu vento de primavera, meu luar de encantos
Meu doce silêncio, meu amor adorado...
E eu te amarei pela eternidade toda...
Cravinhos, Outono de 2009.
SONHO
Se de tristezas a tua alma invade
E nada tens para fazer a cura
Cerra teus olhos à realidade
E sonha uma vida de ternura.
Sonha, enquanto há tempo ainda.
Sonha, é muito bom sonhar na vida.
"Nas verdes asas da ilusão querida
O sonho dá-nos felicidade infinda."
Felizes os que vivem na quimera!
Sonhar é ter um céu em plena terra!
É viver numa eterna primavera!
É ter as belezas que a vida encerra!
Vinhedo, Outono de 2008.
POESIA
Poesia é um bem que brota da alma
E passa pelos caminhos do coração
Poesia é a palavra que acalma
Transformando em amor uma paixão.
É alegria, é prazer, é saudade
É sentimento puro que define
Que para ser feliz basta a vontade
De viver de modo mais sublime.
Por isso não se preocupe com a rima
Vá colorindo o sonho, a flor, o amor
Sê simples, que é assim que a vida ensina
A ser poeta de real valor.
Vinhedo, Outono de 2008.
INFINITO
Se fosse luz
Se fosse paz
Se fosse cor
Se fosse mar
Não era luz
Não era paz
Não era cor
Não era mar
Se fosse canção
Se fosse luar
Se fosse sonho
Se fosse manhã
Não era canção
Não era luar
Não era sonho
Não era manhã
Se fosse riso
Se fosse mar
Se fosse alegre
Se fosse pão
Não era riso
Não era mar
Não era alegre
Não era pão
Se fosse chegada
Se fosse partida
Se fosse encontro
Se fosse adeus
Não era chegada
Não era partida
Não era encontro
Não era adeus
Se fosse logo
Se fosse cedo
Se fosse tarde
Se fosse já
Não era logo
Não era cedo
Não era tarde
Não era já
É tudo isso
E eternamente é
o bem mais precioso da vida
e que simplesmente
se chama AMOR!
Vinhedo, Outono de 2008.
LEMBRANÇAS DO INFINITO
Estou aqui porque chegaste
acenando-me com uma espécie de véu
Não sei até quando estarás comigo
Nesta hora doce, neste belo céu.
Surgiste com a manhã sorridente
E trouxeste vinho, pão e mel
De mãos dadas, olhar triunfante
Vamos assim caminhando ao léu.
Jardins imensos de infindas flores
Enfeitam este céu deslumbrante
Você e eu, eternos sonhadores
Vivendo uma vida de amantes.
E então, o tempo passa
E o doce sonho chega ao fim
Vejo o teu vulto pela vidraça
distanciando-se de mim.
Logo acordo e te procuro
A realidade é solidão
Lembranças deste sonho puro
Alegram meu coração.
Vinhedo, Outono de 2008.
URGÊNCIAS
É preciso amar
com tal intensidade
como se fosse o fim
e o amanhã fosse algo
distante no tempo...
É preciso ver
a nova estrela
e uma nova flor.
É preciso sorrir!
É preciso
marcar encontros
com a vida.
É preciso ouvir o vento
que passa.
É preciso
dar asas ao sonho.
É preciso ser um pouco louco
para ser feliz...
Vinhedo, Outono de 2008.
AUSÊNCIA DE VOCÊ
Esta ausência de você que me tortura
Tornando a vida cinzenta e triste
Envolve meus dias nessa amargura
Pois sem seu amor nada mais existe.
É um não-sei-quê sem definição
É um vazio no peito que não acalma
É um sofrer que maltrata o coração
É um lamento triste que vem da alma.
Se em algum lugar você estivesse
E eu ao seu lado ficar pudesse
Toda minha ternura eu lhe daria.
Mas, a dura realidade a tudo fenece
Tirando o bem, a paz e toda alegria
Deixando a dor que não se esvanece!
Vinhedo, Outono de 2008.
VEREDAS
Senhor, eis-me aqui de coração contrito
para beber a água pura da fonte,
à espera que depois venha o grito,
que transforme esta muralha em ponte.
Quero caminhar por Tuas Veredas,
para enobrecer o passo e renovar a vida,
buscando a luz em labaredas,
que surge nos versos de Tua Medida.
Feliz daquele que pode sonhar,
e um dia ser verbo e ser canção
espalhando amor, paz e união
Já não estará sozinho a caminhar
pois será um em todos a louvar
a Tua Grandeza e o Teu Coração.
Vinhedo, Outono de 2008.
JANELAS
Ah, janelas da minha vida!
Como se pudesse delas
enxergar o mundo!
Ou milhões de outros
que não conhecemos
nem precisamos saber...
Aliás, pouco
se precisa
para viver...
Enquanto isso,
outras janelas,
milhares delas,
se abrem
em todos os lugares,
com ares
de saberes
e quereres...
Para que se preocupar
com a existência de
outros sóis,
milhões deles
enquanto não vemos
a pequenina flor
que se desabrocha
nos jardins
da vida?...
E o tempo passa
voraz, ágil ,
enquanto janelas
se fecham
para outra vez se abrirem e
outras não mais se abrirem,
e o tempo passar
a vida levar
o amor,
a flor
...
Vinhedo, Outono de 2008.
NAS SENDAS DO ARCO-ÍRIS
(Valhala)
Nunca precisei de alguém como agora
que esta dor me aguilhoa e me tortura.
Não sei o que será de mim nesta piora.
Punge-me a alma a sofrer esta amargura.
De repente, tudo ficou triste e confuso,
em meio a letras, títulos e pendências.
Não sei até quando ficarei recluso,
à espera que resolvam esta carência.
Enquanto isto a dor agride, me apunhala
o corpo, tudo, o coração, a mente,
tal qual ignota e venenosa serpente.
Serei certamente levado por Odin ao Valhala...
Nas sendas do arco-íris descansarei, e entre
valquírias e deuses viverei eternamente...
Vinhedo, Outono de 2008.
O QUERER
Eu não te quero mais na minha saudade
Eu não te quero mais apenas em ideias
Eu não te quero mais apenas em sonhos
Eu não te quero, mais musa distante
Quero-te próxima, na minha frente
Quero-te vivendo nos meus sonhos
Quero-te realmente nos meus dias
Quero-te infinita no meu tempo
Quero-te no meu silêncio
Quero-te no meu fogo
Quero-te com ternura
E assim tu estarás comigo
E juntos seremos amor
Querendo o infinito...
Vinhedo, Outono de 2008.