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Sophia atravessou o saguão silencioso da mansão dos Santorini, cada passo ecoando como um lembrete do que estava prestes a enfrentar. Seu vestido de noiva era luxuoso, adornado com rendas finas, escolhido por seu pai e pelas mulheres da família para transmitir o orgulho e o poder dos Santorini. O vestido era originalmente de Alessandra, agora ele era seu. Contudo, tudo o que ela sentia era o peso daquela armadura de seda e pérolas, como se estivesse indo para uma guerra que já sabia que perderia.
Enquanto os empregados a observavam com sorrisos tensos, ela olhou para o papel dobrado com o contrato que havia escrito na noite anterior. Ela o segurava como se fosse uma última âncora, um fio de controle naquele mar de incertezas. Naquela sala cheia de olhares, apenas ela sabia da ideia desesperada que havia tido. Um contrato de um ano poderia ser sua única esperança para escapar daquele destino, sua única chance de encontrar alguma paz.
Ela sabia que devia estar pronta para seguir para o altar, mas sabia que tinha que falar com Damien antes disso, por isso Sophia estava ali. A porta de entrada se abriu, e o som de passos firmes e determinados preencheu o ambiente. Damien Fabbri havia chegado. Ele entrou na mansão com uma presença que dominava o espaço, os olhos claros observando cada canto do local, como um predador que avaliava seu território. Vestido em um terno preto impecável, Damien não parecia apenas o chefe de uma das famílias mais temidas da Itália; ele era uma força que inspirava medo e respeito.
Quando seu olhar encontrou o de Sophia, um arrepio percorreu sua espinha. Damien se aproximou, seus passos tranquilos, mas carregados de intenção, e se postou diante dela. Por um instante, o salão pareceu ainda mais silencioso. Quando os seus olhos foram para os empregados que estava ali, pode ver eles saírem rapidamente.
Os dedos dele deslizavam entre os fios loiros, ele não lembrava nada do adolescente que um dia ela havia conhecido, loiro, pálido e magro. Ele estava mais alto que ela, muito mais, os ombros largos e peitoral forte, ele havia se tornado um homem bonito.
- Não acho que você esteja aqui apenas para um comprimento? - Sua voz era baixa, mas forte. Ele observava cada detalhe dela com uma intensidade que a fez estremecer.
Ela respirou fundo, buscando coragem. Os olhos dele eram intensos demais, por isso desviava os seus mais do que realmente queria.
- Preciso falar sobre uma condição.
- Condição?
Damien ergueu uma sobrancelha, surpreso pela ousadia dela em propor algo naquele momento. O olhar dele a atravessava, como se pudesse ler suas intenções sem que ela precisasse dizer nada. A jovem mulher estendeu o contrato a ele, tentando parecer mais confiante do que realmente estava.
Ele pegou o papel, desdobrando lentamente, e seus olhos rapidamente percorreram as palavras ali. Sophia tentava decifrar a expressão dele, mas Damien parecia completamente imperturbável. Ela não sabia se era um bom sinal ou se ele estava escondendo uma desaprovação profunda.
- Um contrato? - Ele murmurou, dobrando o papel com cuidado e colocando-o no bolso interno do terno.
- E você acha que isso vai garantir sua liberdade?