A Dança do Predador
img img A Dança do Predador img Capítulo 3 A Caça Começa
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Capítulo 6 O Piano Silencioso img
Capítulo 7 Isolamento img
Capítulo 8  A Biblioteca img
Capítulo 9 Círculo Vicioso img
Capítulo 10 O Charme de Lorenzo img
Capítulo 11 A Máscara img
Capítulo 12 A Volta da Tempestade img
Capítulo 13 Promessas Vazias img
Capítulo 14 O Círculo da Redenção img
Capítulo 15 A Dança do Controle img
Capítulo 16 A Queda img
Capítulo 17 O Jogo da Culpa img
Capítulo 18 O Lado Oculto da Lua img
Capítulo 19 O Começo da Desconstrução img
Capítulo 20 O Jogo de Espelhos img
Capítulo 21 Entre Quatro Paredes img
Capítulo 22 A Máscara Despedaçada img
Capítulo 23 O Abismo img
Capítulo 24 A Sombra do Controle img
Capítulo 25 O Espelho Quebrado img
Capítulo 26 O Jogo do Silêncio img
Capítulo 27 A Luz na Escuridão img
Capítulo 28 O Começo da Libertação img
Capítulo 29 Xadrez Psicológico img
Capítulo 30 Sementes de Dúvida img
Capítulo 31 O Espelho da Traição img
Capítulo 32 A Dança dos Ciúmes - O Despertar img
Capítulo 33 Força Interior img
Capítulo 34 Laços de Solidariedade img
Capítulo 35 O Véu da Ilusão img
Capítulo 36 O Passado Obscuro de Lorenzo img
Capítulo 37 A Tempestade Interior img
Capítulo 38 O Primeiro Passo: Rumo à Liberdade. img
Capítulo 39 O Retorno à Prisão img
Capítulo 40 O Magnata Solitário Que Busca Transformar Boston img
Capítulo 41 O Encontro Revelador img
Capítulo 42 Prisão Dourada de Beatrice img
Capítulo 43 Reflexos do espelho img
Capítulo 44 Entrelaçar de Destinos img
Capítulo 45 Mergulhando no Mercado Imobiliário img
Capítulo 46 O Jogo da Aproximação img
Capítulo 47 A Sorte Sorri para os Justos img
Capítulo 48 Entre Sorrisos e Reflexões img
Capítulo 49 A Sombra de Lorenzo img
Capítulo 50 Encruzilhadas e Destinos img
Capítulo 51 Retratos de Esperança e Destino img
Capítulo 52 Fraturas do Controle img
Capítulo 53 Revelações na Sombra img
Capítulo 54 Revelações na Sombra img
Capítulo 55 Sombras do Poder img
Capítulo 56 A Tentação e a Culpa img
Capítulo 57 Submissão Química img
Capítulo 58 Sombras da Manhã Seguinte img
Capítulo 59 Nas Entrelinhas do Jogo img
Capítulo 60 Linhas Cinzas e Chamas de Esperança img
Capítulo 61 A Janela de Oportunidade img
Capítulo 62 Sombras do Dominador img
Capítulo 63 O Alvorecer da Esperança img
Capítulo 64 Sob a Superfície do Refúgio img
Capítulo 65 Refúgio de Serenidade img
Capítulo 66 Caminhos de Descoberta img
Capítulo 67 Entre o Desejo e a Entrega img
Capítulo 68 No Limite da Sedução img
Capítulo 69 Laços de Esperança e Determinação img
Capítulo 70 Tempestade Interior img
Capítulo 71 Ecos de Possessividade img
Capítulo 72 A Fuga das Sombras img
Capítulo 73 A Busca pela Verdade img
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Capítulo 3 A Caça Começa

Beatrice mergulhou de cabeça no mundo das restaurações, a luz suave da mansão Blackwood refletindo sua determinação. Os dias passavam, e com cada pincelada, ela sentia-se mais conectada às obras, como se estivesse desenterrando partes de si mesma em cada camada de tinta. Mas a presença de Lorenzo, sempre observadora, começava a moldar a experiência de forma insidiosa.

"Ele é encantador, mas há algo sombrio em seu olhar," pensou Beatrice em um momento de introspecção, enquanto trabalhava em uma tela retratando uma paisagem melancólica. A beleza do quadro contrastava com a crescente sensação de desconforto que Lorenzo despertava nela.

"Beatrice," Lorenzo disse, aparecendo na entrada da galeria como uma sombra viva. "Você está fazendo um trabalho notável, mas... talvez devesse considerar mudar sua abordagem."

Ela levantou os olhos, sentindo a tensão na atmosfera. "Mudar, como?" perguntou, sua voz um pouco hesitante.

"Essa tela precisa de mais vida, mais cor. A tristeza é uma emoção poderosa, mas um pouco de vitalidade poderia torná-la mais... envolvente," ele respondeu, seus olhos verdes fixos nos dela, como se estivesse analisando cada nuance de sua reação.

"Eu... eu queria ser fiel à visão original," Beatrice disse, tentando manter a confiança em sua voz. Mas a dúvida começou a se infiltrar em sua mente. "E se ele estiver certo?"

"Ser fiel à visão original é uma coisa, mas a arte também precisa se adaptar ao espectador," Lorenzo insistiu, um sorriso enigmático nos lábios. "Você não quer que sua arte seja esquecida, quer?"

"Esquecida?" A palavra ecoou em sua mente como um sino de alerta. "Eu não quero que minha arte se perca." Mas a ideia de que Lorenzo pudesse ter razão começou a corroer sua confiança.

Nos dias seguintes, Lorenzo continuou a fazer pequenos comentários que, embora parecessem inofensivos à primeira vista, tinham um impacto profundo em Beatrice. Ele elogiava seu trabalho, mas rapidamente seguia com críticas sutis que a deixavam confusa. "Esse vestido não faz justiça ao seu talento," ele disse um dia, observando-a com um olhar avaliador. "Você poderia escolher algo que enfatizasse sua beleza."

Beatrice franziu a testa. "Eu gosto desse vestido. Ele é confortável." Mas a semente da insegurança já havia sido plantada. "Talvez eu devesse me vestir de maneira diferente," pensou ela, enquanto Lorenzo se afastava, um sorriso satisfeito em seu rosto.

A cidade de Boston pulsava lá fora, uma tapeçaria de contrastes. O caos das ruas agitadas, os carros passando apressados, o som dos sinos da igreja ao longe. Mas dentro da mansão, tudo era calmo e silencioso, exceto pela tensão crescente entre Beatrice e Lorenzo.

"Você deveria sair mais, Beatrice," Lorenzo sugeriu em outra ocasião, enquanto tomavam um vinho tinto na galeria, a luz da tarde criando um ambiente intimista. "A cidade tem tanto a oferecer."

"Eu..." Beatrice hesitou, lembrando-se de seus amigos e familiares, todos afastados por conta de sua dedicação ao trabalho. "Eu estou ocupada com a restauração. Quero fazer isso bem."

"Às vezes, é preciso fazer uma pausa e se permitir viver um pouco," Lorenzo disse, seu tom suave, mas com um subtexto de insistência. "Você não quer acabar se isolando, quer?"

Beatrice olhou para ele, sentindo uma mistura de desconforto e atração. "Ele só se preocupa comigo," pensou. Mas havia uma parte de sua mente que sussurrava que ele estava tentando controlá-la, manipulá-la em sua teia.

Conforme as semanas se passavam, Lorenzo observava com prazer enquanto Beatrice se afastava de seus amigos. Ele notou como ela começava a hesitar em suas interações, como se sua necessidade de aprovação a tornasse vulnerável. O isolamento a tornava mais suscetível a sua influência, e Lorenzo se deleitava com a ideia de moldá-la como uma obra de arte.

"Você é uma artista, Beatrice. E como toda artista, você precisa de inspiração. Não se prenda a essas paredes," ele a incentivou em um tom que parecia gentil, mas que carregava um peso sombrio.

Enquanto isso, Beatrice lutava contra a crescente sensação de que a realidade estava se distorcendo ao seu redor. O que deveria ser um projeto de restauração, algo que a preenchia de alegria e propósito, começava a se transformar em um jogo psicológico perigoso.

Cada elogio de Lorenzo era como uma faca de dois gumes; por um lado, ele a elevava, mas por outro, ele a deixava insegura. "Eu preciso ser perfeita para ele," pensava, enquanto olhava para o espelho, avaliando seu reflexo de uma maneira que nunca fizera antes.

Em uma noite, enquanto trabalhava em uma pintura sob a luz suave de uma lâmpada, Lorenzo entrou na galeria. "Você está tão absorvida no trabalho que se esqueceu de viver, Beatrice. Que tal um jantar fora esta noite? Algo que possa inspirá-la?"

"Um jantar?" Beatrice repetiu, a ideia a intrigando. "Isso poderia ser bom... uma pausa." Mas a ideia de sair com Lorenzo também a deixava nervosa. "Eu não sei, Lorenzo. Estou um pouco ocupada..."

"Todos nós precisamos de uma pausa, especialmente você," ele insistiu, sua voz doce como mel, mas com um tom que não admitia recusa. "Vamos, eu insisto. Você precisa de um pouco de ar fresco."

A resistência dela começou a se desvanecer sob o peso de suas palavras. "Talvez eu precise mesmo," pensou, enquanto Lorenzo se aproximava, a sombra dele envolvendo-a.

"Você não se arrependerá," ele disse, suas palavras carregadas de uma confiança que a fazia sentir-se tanto atraída quanto intimidada.

A cidade estava viva quando eles saíram. As luzes brilhantes da cidade refletiam o dinamismo e a energia de Boston, mas Beatrice sentiu-se deslocada, como se estivesse em um mundo à parte. O restaurante era sofisticado, e Lorenzo a envolvia com seu charme, mas havia um subtexto em suas palavras que a deixava inquieta.

"Você realmente deveria se abrir mais, Beatrice," ele disse, enquanto saboreava um gole de vinho. "O mundo é vasto e cheio de experiências. Não deixe que o medo a mantenha presa."

"Eu não tenho medo," Beatrice respondeu, mas a insegurança ressoava em sua voz. "Ou tenho?" A dúvida começava a se infiltrar em seu coração.

"Medo é uma emoção natural," Lorenzo disse, inclinando-se para ela, sua presença dominadora preenchendo o espaço. "Você apenas precisa encontrar a coragem para superá-lo."

Beatrice olhou nos olhos dele, sentindo-se presa em uma teia de encantamento e manipulação. "Ele me entende, ele se preocupa," pensou, mas a voz de sua intuição sussurrava que havia algo mais por trás do brilho de seus olhos.

Quando voltaram para a mansão, a tensão entre eles era palpável. Lorenzo a observou enquanto ela se afastava para o estúdio, o desejo de controle pulsando dentro dele. "Ela é tão vulnerável," pensou, satisfeito com a maneira como a fragilidade dela o fascinava. "E eu vou moldá-la como uma verdadeira obra de arte."

Beatrice, por sua vez, sentia-se cada vez mais confusa. As críticas de Lorenzo a deixavam insegura, mas a atenção e o charme dele a atraíam como um ímã. "Estou me perdendo em suas palavras," refletiu, enquanto olhava para o espelho, seu próprio reflexo agora distorcido pela dúvida.

A cidade de Boston, vibrante e cheia de vida, contrastava com o mundo sombrio que Lorenzo havia criado para ela dentro da mansão. Cada passo que Beatrice dava para se aproximar de Lorenzo parecia afastá-la de quem ela realmente era. E assim, a caça começava, com Beatrice se tornando uma peça no tabuleiro de Lorenzo, sem perceber que o jogo já estava em andamento.

            
            

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