Zahara moveu-se como um relâmpago, seus reflexos treinados entrando em ação. Com um movimento fluido, ela derrubou um vaso próximo, criando uma distração momentânea. Seus saltos batiam contra o piso de mármore enquanto ela corria em direção à porta, o vestido vermelho agora visível sob o uniforme rasgado.
"Impressionante," Ethan murmurou, desviando dos cacos sem perder o ritmo. "Mas não o suficiente."
Zahara deslizou pelo corredor, seus movimentos graciosos como os de uma dançarina. Ela saltou sobre uma mesa decorativa, derrubando castiçais e ornamentos atrás de si. Seus olhos âmbar escaneavam cada possível rota de fuga, sua mente trabalhando freneticamente.
"Você é rápida, querida," a voz de Ethan ecoou pelo corredor, "mas eu conheço cada centímetro desta mansão."
Ela se lançou em direção à escadaria principal, seus dedos ágeis deslizando pelo corrimão, enquanto executava uma manobra acrobática para pular vários degraus de uma vez. O coração batia furiosamente em seu peito, adrenalina pura correndo em suas veias.
Ethan a seguia como uma sombra implacável, seus passos calculados e precisos. Anos de treinamento militar o haviam preparado para perseguições, e ele podia prever cada movimento dela. Quando Zahara tentou alcançar uma janela próxima, ele já estava se movendo para interceptá-la.
"Não tão rápido," ele disse, sua voz grave enviando arrepios por sua espinha.
Zahara girou no último momento, evitando por centímetros as mãos dele. Ela rolou sobre uma mesa lateral, derrubando uma luminária antiga. No escuro, seus olhos brilhavam como os de uma gata acuada.
"Você não vai me pegar tão facilmente," ela ofegou, um sorriso desafiador em seus lábios.
Mas Ethan estava se aproximando, cada vez mais perto. Zahara sentiu suas costas baterem contra uma parede - um beco. Ela se virou, pronta para lutar.
"Acabou o jogo," Ethan disse, avançando.
Zahara não hesitou. Lançou um chute alto, mirando o rosto dele. Ethan bloqueou o golpe com o antebraço, surpreso com a força do impacto. Ela emendou uma sequência de socos rápidos, seus punhos pequenos, mas precisos.
"Uma ladra que sabe lutar," ele comentou, defendendo cada golpe. "Você não para de me surpreender."
Zahara tentou um golpe baixo, mirando na virilha, mas Ethan antecipou o movimento. Em um instante, ele agarrou seu pulso, torcendo-o nas costas dela. Zahara arqueou contra ele, sentindo o calor do corpo masculino contra suas costas. Na luta, o disfarce de empregada desabotoa e cai, deixando visível seu vestido vermelho.
"Me solte!" Ela rosnou, debatendo-se como uma pantera selvagem.
Ethan pressionou-a contra a parede, usando seu corpo para imobilizá-la completamente. "Pare de lutar, Zahara. Está acabado."
Mas ela não desistiu. Mesmo presa, continuou se contorcendo, tentando encontrar uma brecha em sua defesa. Seus cabelos soltos roçavam o rosto de Ethan, enchendo seus pulmões com o perfume intoxicante dela.
"Nunca," ela sussurrou, sua respiração ofegante. "Eu nunca me rendo."
Ethan segurou ambos os pulsos dela com uma mão, enquanto a outra circulava sua cintura, mantendo-a firmemente no lugar. "Sua determinação é admirável," ele murmurou próximo ao seu ouvido, "mas esta noite você perdeu."
Zahara parou finalmente de lutar, seu corpo tremendo de exaustão e adrenalina. Ela podia sentir cada músculo do corpo de Ethan pressionado contra o seu, cada respiração dele contra sua nuca.
"E agora?" Ela perguntou, sua voz um sussurro rouco.
"Agora," Ethan respondeu, sua voz baixa e intensa, "você vai aprender que algumas obras de arte não podem ser roubadas. Elas precisam ser conquistadas."
"Libere-me, seu brutamontes!", ela exclamou, tentando manter o sarcasmo em sua voz. "Acha que é um super-herói ou algo assim? Estou apenas aqui para limpar um pouco de poeira."
Ethan arqueou uma sobrancelha, uma expressão de ceticismo cruzando seu rosto. "Poeira? Isso é o que você chama de se infiltrar na mansão e roubar uma obra de arte? Que tipo de empregada se disfarça com um vestido vermelho tão... chamativo?"
Zahara sorriu, desafiadora. "Um vestido vermelho é apenas um detalhe. Você deveria se preocupar mais com as verdadeiras intenções de quem você deixa entrar em sua casa. Ou talvez você esteja mais preocupado com o que isso diz sobre você."
A tensão entre eles era palpável. Zahara percebeu estar lidando com um adversário que não era fácil de enganar. Ethan a observava com uma mistura de frustração e fascínio, e ela podia ver que ele estava lutando para manter a compostura. "Você pode ser rápida, mas não é rápida o suficiente", ele respondeu, sua voz agora mais grave. "Eu não sou apenas um ex-militar; sou também o guardião do que é meu. E essa pintura não vai a lugar nenhum."
Ela tentou puxar o braço, mas a força dele era inabalável. "Solte-me, ou você vai se arrepender. Não sou apenas uma ladra qualquer. Sou Zahara Voss, e você vai se lembrar do meu nome."
Ethan a observou, um misto de admiração e irritação em seu olhar. "Você pode se ver como uma artista, mas a realidade é que você está prestes a pagar por suas ações. E, a única coisa que você vai 'pintar' a partir de agora é o chão do meu bunker."
"Seu bunker?" Ela perguntou, gesticulando dramaticamente. "Você está falando de sua fortaleza pessoal de segurança? Que charme! Aposto que é tão aconchegante quanto parece."
"Um lugar seguro para aqueles que precisam ser mantidos sob controle", Ethan respondeu, sua expressão séria. "E você, Zahara, precisa de controle."
Ela soltou uma risada desafiadora. "Controlar uma ladra de arte? Isso é uma ideia divertida. Acha que pode me prender e esperar que eu me comporte? Isso não vai acontecer."
"Não sou eu que estou fazendo as regras, Zahara. Você está em meu território agora", ele a lembrou, sua voz profunda e autoritária. "E se você não cooperar, a situação só piorará para você."
Zahara olhou para ele, seu olhar desafiador se suavizando um pouco. "Você pode ser forte, Ethan, mas não se esqueça de que as aparências enganam. Sou uma ladra, e não me deixarei ser derrotada tão facilmente."
"Vamos ver o que você realmente é, Zahara Voss", Ethan respondeu, sua voz agora tingida de uma determinação que a fez sentir um frio na espinha. "Porque, a partir de agora, você está sob minha custódia."
O embate entre Zahara e Ethan era elétrico, uma dança de tensão e poder que pulsava no ar. Zahara, com seu olhar provocador e um sorriso que desafiava, tentou usar seu charme para desviar a atenção de Ethan. "Você realmente acha que me prender vai resolver algo? Sempre encontro uma maneira de escapar." Sua voz era cheia de confiança, mas havia um tremor sutil que a traía.
Ethan, no entanto, mantinha uma expressão séria, seus olhos fixos nos dela com uma intensidade que a fazia hesitar. "Você pode ser uma ladra habilidosa, Zahara, mas não se esqueça de que estou preparado para pessoas como você." Ele a segurou com firmeza, sua mão envolveu seu braço de forma implacável e a conduziu para fora da sala.
Zahara se esforçou para permanecer calma enquanto o seguia, mas a adrenalina pulsava em seu corpo. "Você realmente acha que essa abordagem de 'captura' vai funcionar? Isso é tão clichê!" Ela tentou manter o sarcasmo, mas a realidade da situação começava a se instalar.
Ethan manteve seu aperto firme em Zahara enquanto a conduzia pelos corredores da mansão. Dois seguranças corpulentos emergiram das sombras ao seu sinal, suas expressões sérias e profissionais.
"Marcus, James," Ethan acenou com a cabeça para os homens. "Parece que nossa convidada inesperada precisa de uma escolta especial."
Zahara continuava se debatendo, seu vestido vermelho agora completamente visível. "Você precisa de seguranças para lidar com uma única mulher, Ethan? Estou lisonjeada."
"Não, querida," ele respondeu, sua voz um sussurro perigoso próximo ao seu ouvido. "Eles estão aqui para garantir que você não tente nada... imprudente."
Os seguranças flanquearam o casal enquanto desciam uma escada oculta. O ar ficava mais frio e úmido a cada degrau, e a luz diminuía gradualmente. Zahara podia sentir seu coração acelerando conforme adentravam mais fundo na mansão.
Ao descer uma escada que levava ao bunker subterrâneo, a atmosfera mudou drasticamente. O ar era mais frio, e a iluminação era suave, mas funcional, destacando a dureza do ambiente. As paredes eram reforçadas e revestidas com material à prova de som, quase claustrofóbico. O bunker, que servia como centro de controle e arsenal, refletia a natureza estratégica e militar de Ethan.
"Bem-vinda ao meu bunker particular," Ethan anunciou, sua voz ecoando nas paredes de concreto. "Construído para resistir a guerras, mas hoje servirá como sua nova... residência temporária."