"Impressionante, não é?" Ethan a empurrou gentilmente para dentro, ainda mantendo seu aperto firme. "Equipamento de última geração, sistemas de segurança invioláveis, e o mais importante..." Ele se inclinou mais próximo, sua voz baixando para um sussurro, "completamente à prova de som."
Zahara sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas manteve sua postura desafiadora. "Você realmente sabe como impressionar uma garota, Ethan."
James, o outro segurança, verificava metodicamente o perímetro enquanto Ethan conduzia Zahara pelo espaço. Monitores de vigilância cobriam uma parede inteira, mostrando cada ângulo da mansão. Equipamentos militares e armas estavam organizadamente dispostos em prateleiras de aço.
"Marcus, verifique se ela não está carregando nenhum equipamento ou ferramenta." Ethan ordenou, sua voz assumindo um tom mais profissional.
Quando o segurança se aproximou, Zahara tensionou. "Não se atreva a me tocar."
"Então, coopere," Ethan respondeu, sua voz firme, mas não ameaçadora. "Quanto mais você resistir, mais difícil isso será."
Com relutância, Zahara permitiu que fosse revistada. Marcus encontrou várias ferramentas de arrombamento habilmente escondidas em seu vestido, além de um pequeno dispositivo eletrônico.
"Muito engenhosa," Ethan comentou, examinando os itens confiscados. "Mas não o suficiente."
"Senhor," James se aproximou com um tablet, "a área está segura. Os sistemas estão todos operacionais."
Ethan assentiu, finalmente soltando Zahara, mas mantendo-se próximo. "Podem se retirar. Assumo daqui."
Os seguranças trocaram olhares rápidos antes de saírem, a porta pesada se fechando atrás deles com um estrondo definitivo.
Zahara se viu sozinha com Ethan no bunker, cercada por tecnologia militar e sob o olhar vigilante de dezenas de câmeras. Ela girou lentamente, observando o ambiente com uma mistura de admiração profissional e apreensão.
"Então," ela disse, cruzando os braços, "é aqui que você mantém todas as suas ladras cativas, ou sou um caso especial?"
Ethan se moveu para um painel de controle, seus dedos dançando sobre os botões. "Você é única, Zahara. E vai descobrir exatamente o quanto nas próximas horas."
O bunker zumbiu com energia, e Zahara percebeu que sua aventura estava apenas começando. Ela estava no território dele agora, e pela primeira vez em muito tempo, sentia-se verdadeiramente vulnerável.
"Bem-vinda ao meu santuário", Ethan disse, com um tom que misturava ironia e seriedade. "Aqui, você não tem como escapar. Este lugar é projetado para manter intrusos como você longe do mundo exterior."
Zahara olhou ao redor, absorvendo a cena. Monitores de segurança exibiam imagens da mansão e dos arredores, enquanto prateleiras eram preenchidas com armas e equipamentos táticos. "Uau, você realmente sabe como impressionar uma garota", ela comentou, tentando manter o tom provocativo. "É como um brinquedo de menino grande."
"Engraçado", Ethan respondeu, sua voz calma. "Mas, acredite, isso não é um jogo para mim." Ele a puxou para o centro do bunker, onde uma mesa de planejamento estava coberta de mapas e documentos.
Zahara percebeu que, em vez de ser uma simples ladra, agora era uma prisioneira em um jogo de poder. A tensão entre eles se intensificou, e ela sentiu a mudança no ar. "Você realmente acha que pode me manter aqui para sempre? Eu não sou uma prisioneira comum. Sou uma ladra, e sempre encontro um jeito de escapar."
"Você é teimosa, eu dou crédito a isso", Ethan disse, cruzando os braços. "Mas aqui, não há espaço para teimosia. Você precisa entender que suas ações têm consequências. E agora, você vai enfrentar essas consequências."
"Consequências? Você está me prendendo aqui como se eu fosse um criminoso comum!" Zahara exclamou, a frustração transparecendo em sua voz. "Sou uma artista! Cada roubo é uma forma de expressão!"
"Uma forma de expressão?", Ethan respondeu, levantando uma sobrancelha. "Roubar é um crime, Zahara. E você precisa entender que a arte não justifica a imoralidade. Você pode ter suas razões, mas isso não muda que você invadiu minha propriedade e tentou roubar algo que é precioso para mim e minha família."
Zahara sentiu uma onda de emoção, mas também uma faísca de curiosidade. "E o que você considera precioso, Ethan? A riqueza que você acumulou à custa dos outros? Ou a tradição de uma família que se preocupa mais com a aparência do que com a justiça?"
Ele olhou para ela, os olhos brilhando com uma mistura de raiva e respeito. "Você não sabe nada sobre minha família ou o que significa carregar esse nome. Cada geração carrega um peso, e eu não posso simplesmente deixar que alguém como você o destrua."
"Alguém como eu?", Zahara repetiu, um sorriso desafiador se formando em seus lábios. "Você me vê como uma ladra, mas sou mais do que isso. Sou uma mulher que se recusa a aceitar as injustiças do mundo, e você é apenas uma parte disso."
"Você acha que é a heroína da própria história, não é?", Ethan disse, com um tom sarcástico. "Mas a verdade é que você é apenas uma intrusa, e precisa aprender que não pode simplesmente entrar na vida das pessoas e fazer o que bem entender."
Zahara respirou fundo, sentindo a tensão entre eles. "E o que você vai fazer agora? Me manter aqui até que eu me torne uma boa garota? Isso é tão antiquado."
"Vamos apenas dizer que você precisa de um tempo para refletir sobre suas escolhas", Ethan respondeu, sua expressão impassível. "Você ficará aqui até eu decidir o que fazer com você."
"Refletir? Sobre o quê?", Zahara perguntou, sua voz agora mais suave, mas ainda desafiadora. "Sobre, como você acha que pode me controlar? Isso é uma piada."
"Não é uma piada, Zahara. É uma realidade", Ethan disse, sua voz firme. "E se você não colaborar, as coisas só vão piorar para você."
Ela olhou para ele, desafiadora, mas também percebendo a seriedade da situação. "Você realmente acha que pode me prender aqui e esperar que eu me comporte? Você subestima a minha determinação."
"Subestimar você não é o que estou fazendo", Ethan respondeu, um leve sorriso se formando em seus lábios. "Mas você precisa entender que a determinação sozinha não é suficiente. Todos têm limites, e você vai descobrir os seus."
A tensão entre eles era palpável, e Zahara percebeu que, embora estivesse em uma posição vulnerável, a luta estava longe de terminar. O jogo de poder estava apenas começando, e ela estava determinada a não ser apenas uma prisioneira. Zahara sabia que, apesar da situação, ainda havia uma centelha de esperança - uma oportunidade de reverter a situação a seu favor.
Ethan, por outro lado, estava lidando com suas próprias emoções, lutando para manter a compostura enquanto enfrentava a mulher que havia desafiado não apenas sua segurança, mas também suas crenças. O confronto entre eles se tornava cada vez mais complexo, e Zahara percebeu que, por trás da máscara de segurança de Ethan, havia um homem com suas próprias fraquezas e dilemas.
Assim, enquanto Zahara se preparava para enfrentar o que estava por vir, ela sabia que a batalha entre eles não era apenas física - era uma luta de vontades, uma dança entre o desejo de liberdade e a necessidade de controle. E, no fundo, ambos estavam prestes a descobrir que a verdadeira luta acontecia não apenas entre eles, mas dentro de si.
Zahara despertou em meio à escuridão do bunker, a luz fraca filtrando-se por uma pequena janela acima. O espaço era claustrofóbico e sem vida, e a solidão a envolvia como um manto pesado. Ela ainda estava vestida com seu vestido vermelho, agora amassado e sujo, um lembrete cruel do que era antes - uma ladra audaciosa e sedutora. Agora, seu reflexo era de uma prisioneira, e a imagem a incomodava profundamente. O vestido, que uma vez simbolizava seu poder e determinação, parecia apenas um fardo.
Sentada no chão duro, Zahara sentiu a fome e a sede começarem a se instalar. A noite anterior fora longa e sem comida, e a realidade de sua situação começou a se instalar. "O que eu estava pensando?", ela murmurou para si mesma, sua voz ecoando nas paredes frias do bunker. "Como eu poderia ser tão imprudente? Tudo para um quadro que não é meu." Ela se perguntava se havia algum valor naquele roubo que justificasse a humilhação em que se encontrava agora.
Enquanto Zahara observava as paredes frias do bunker, suas memórias a transportavam para cada golpe bem-sucedido de sua carreira. O roubo da coroa de esmeraldas dos Rothschild, as joias da duquesa de Winchester, o manuscrito raro do museu britânico - cada façanha era uma obra-prima de precisão e astúcia. Ela havia se tornado uma lenda no submundo, temida pelos ricos e poderosos, admirada pelos que compartilhavam sua visão de justiça.
"Como eu pude ser tão descuidada?", murmurou para si mesma, a raiva fervendo em seu interior. Suas mãos se fecharam em punhos, as unhas cravadas nas palmas. Cada objeto que roubou tinha um propósito - financiar orfanatos, ajudar comunidades carentes, dar esperança aos esquecidos pela sociedade. Ela não era uma simples ladra; era uma justiceira, uma Robin Hood moderna que ousava desafiar a elite corrupta.
"Ethan acha que pode me quebrar, me fazer duvidar de quem sou", pensou, um sorriso desafiador surgindo em seus lábios. "Mas ele não entende. Cada roubo meu é um ato de rebelião contra pessoas como ele, que acumulam riquezas enquanto outros passam fome." Seu olhar percorreu o bunker high-tech, notando a ironia de tanto dinheiro gasto em segurança que poderia alimentar centenas de famílias.
A indignação crescia em seu peito. Como ela, Zahara Voss, a ladra mais habilidosa de sua geração, havia se deixado capturar por um playboy militarizado? Seu orgulho ferido alimentava sua determinação. Esta não seria sua última performance - seria apenas mais um desafio a superar, mais uma história para adicionar à sua lenda.