"A Arte de Roubar Meu Coração"
img img "A Arte de Roubar Meu Coração" img Capítulo 5 Revelações e Conflitos Internos
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Capítulo 6 Não espere piedade de mim img
Capítulo 7 O Castigo de Ethan img
Capítulo 8 O Dilema de Ethan img
Capítulo 9 Ethan no Bunker img
Capítulo 10 O Banho de Espumas img
Capítulo 11 Confiança e Deslealdade img
Capítulo 12 Lave a Louca e limpe a Prata! img
Capítulo 13 A Tentação do Inimigo img
Capítulo 14 Uma Travessura Ácida img
Capítulo 15 Lições de Decência img
Capítulo 16 Remorso Silencioso img
Capítulo 17 A Armadilha do Broche Egípcio img
Capítulo 18 O Cerco se Estreita img
Capítulo 19 A Sombra de Zahara img
Capítulo 20 Tentação e Dever img
Capítulo 21 Missão na África img
Capítulo 22 Um Momento de Conexão img
Capítulo 23 Encontro Inesperado img
Capítulo 24 A Perseguição img
Capítulo 25 A Frustração de Ethan img
Capítulo 26 A Armadilha de Ethan img
Capítulo 27 Entre o Dever e o Desejo img
Capítulo 28 Sob a Luz das Estrelas img
Capítulo 29 Pactos Sob a Luz Suave img
Capítulo 30 O Despertar das Sombras img
Capítulo 31 O Preço da Verdade img
Capítulo 32 O Jogo das Ilusões img
Capítulo 33 O Abismo da Desesperança img
Capítulo 34 O Despertar da Resistência img
Capítulo 35 A Tempestade da Desconfiança img
Capítulo 36 Conexões Quebradas img
Capítulo 37 O Rastro da Determinação img
Capítulo 38 Infiltração nas Sombras img
Capítulo 39 O Trovão da Liberdade img
Capítulo 40 As Chamas da Esperança img
Capítulo 41 Renascendo das Cinzas img
Capítulo 42 O Encontro da Esperança img
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Capítulo 5 Revelações e Conflitos Internos

O silêncio no bunker era quase ensurdecedor, interrompido apenas pelo som distante de gotas d'água pingando de algum lugar no teto. Zahara estava sentada no chão, ainda vestida com o vestido vermelho que a definia como uma ladra, mas agora a peça de roupa parecia mais um fardo do que uma armadura. O dia anterior havia sido uma tempestade emocional, e ela estava cercada por perguntas sem resposta, tanto sobre si mesma quanto sobre Ethan.

Quando Ethan entrou novamente no bunker, o ar ficou carregado de tensão. Ele parecia mais sério do que nunca, seus olhos escaneando o espaço como se estivesse avaliando uma situação de combate. "Precisamos conversar", ele disse, sua voz firme, mas havia uma nuance de cansaço que Zahara não havia percebido antes.

"Ótimo! Finalmente, você decidiu me dar atenção", Zahara respondeu, tentando manter seu sarcasmo habitual, mas a verdade é que estava nervosa. O que ele queria dela agora?

"Eu não vim discutir suas artimanhas. Quero entender por que você escolheu esse caminho", Ethan disse, cruzando os braços. "O que a levou a se tornar uma ladra? O que você realmente espera alcançar?"

Zahara hesitou. "E por que isso importa para você? Sou apenas uma ladra, não é?" Ela se levantou, enfrentando-o com a cabeça erguida. "Talvez você devesse se preocupar mais em me manter presa do que em entender minhas motivações!"

Ethan não se deixou intimidar. "Você não é apenas uma ladra. Tem uma história. E eu quero ouvir isso."

"Você realmente quer ouvir? Ou está apenas tentando descobrir como me controlar melhor?", ela desafiou, mas havia um fio de vulnerabilidade em sua voz. De alguma forma, a seriedade dele a fazia querer abrir-se, mas também a deixava em alerta.

"Eu não sou um tirano, Zahara. Sou alguém que também carrega seu próprio peso", Ethan disse, sua voz suavizando ligeiramente. "Eu estive em situações que exigiram decisões difíceis. Quero entender quem você é e por que você está disposta a arriscar tudo para roubar uma pintura."

Ela fixou os olhos nele, tentando decifrar suas intenções. "Você realmente quer saber? Cresci em um mundo onde a justiça era uma ilusão. As pessoas que têm tudo não se importam com quem perde. O roubo foi a única maneira que encontrei de fazer uma diferença real, mesmo que pequena."

"E isso justifica suas ações? Você não vê que está apenas perpetuando um ciclo de dor e injustiça?", Ethan questionou, com seu olhar penetrante. "O que você faz não é heroico, Zahara. É egoísta."

"Talvez. Mas eu não sou a única que faz isso. A riqueza que você protege também é construída sobre as costas dos outros", Zahara retrucou, sua voz se elevando. "Você não pode me dizer que não vê a hipocrisia na própria vida."

Houve um momento de silêncio entre eles, a verdade da afirmação de Zahara pairando no ar. Ethan respirou fundo, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas. "Você está certa. A minha família tem seu próprio legado de opressão. Cresci com a pressão de manter esse legado, de viver à altura das expectativas. Mas eu não sou como eles. Eu não quero perpetuar essa injustiça."

Zahara o observou, tentando entender a luta interna que ele estava enfrentando. "Você também se sente preso, não é?", ela perguntou, a suavidade de sua voz refletindo uma nova compreensão. "Você não é apenas o guardião da mansão, mas também de uma tradição que não condiz com quem você realmente é."

"Eu lutei nas forças especiais", Ethan começou, sua voz agora mais baixa, quase introspectiva. "Vi coisas que mudaram a maneira como vejo o mundo. O que fiz... as escolhas que fiz... não foram apenas difíceis, foram devastadoras. E agora, carregar esse peso é um fardo que não sei como aliviar."

Zahara sentiu uma onda de empatia por ele. "Você está lutando contra fantasmas do passado, enquanto tenta proteger um futuro que não deseja."

"Sim", ele respondeu, a frustração evidente em seu tom. "E você, Zahara? Está apenas se afundando mais em suas próprias ilusões de heroísmo."

Ela hesitou, a vulnerabilidade surgindo. "Eu só queria que as pessoas vissem a verdade, mas acabei me perdendo no caminho. E agora, aqui estou, sendo mantida prisioneira por um homem que também não sabe quem é."

O ar no bunker estava carregado de tensão, como se a eletricidade que pulsava entre Zahara e Ethan pudesse ser cortada com uma faca. Ambos estavam imersos em suas próprias realidades, cada um lutando com os fantasmas de suas escolhas. A conversa que antes parecia uma oportunidade de entendimento logo se transformou em um campo de batalha, onde cada um atacava o mundo do outro com palavras afiadas e sentimentos reprimidos.

Zahara, sentindo a frustração subindo, lançou um olhar desafiador a Ethan. "Você não pode me dizer o que sou, Ethan. Você não conhece a minha luta, e não pode simplesmente me rotular como uma criminosa sem entender o porquê das minhas ações."

"Você se vê como uma heroína, mas é apenas uma menina mimada que não sabe enfrentar as consequências de seus atos", Ethan respondeu, sua voz fria e controlada. Ele se aproximou, sua presença imponente fez com que Zahara recuasse instintivamente. "Você acha que pode brincar de ladra e sair impune? A vida não é um jogo, Zahara. E você precisa aprender isso da maneira mais difícil."

"Você não tem direito de me ensinar nada!", Zahara disparou, a raiva transbordando. "Você não pode me prender aqui e esperar que eu aceite suas lições de moral como se você fosse algum tipo de juiz."

"Mas eu sou o juiz aqui", Ethan disse, seus olhos fixos nos dela, a intensidade quase palpável. "E você precisa entender que suas ações têm consequências. Não posso deixar que você continue a agir como se não houvesse um preço a pagar."

A tensão entre eles era quase insuportável, uma mistura de raiva e uma atração não reconhecida que pairava no ar. Zahara sentia o coração acelerar, não apenas pela indignação, mas pela presença poderosa de Ethan. Ele era um homem que emanava força, mas também uma vulnerabilidade oculta, e isso a deixava confusa. "Você acha que pode me intimidar com essa postura autoritária?", ela perguntou, tentando manter a bravura.

"Não se trata de intimidá-la", Ethan respondeu, sua voz agora mais suave, mas ainda firme. "Trata-se de fazê-la perceber que você não está acima das regras. O que você fez não é apenas um crime; é uma ofensa a tudo o que eu defendo."

"Então, você acha que a solução é me manter aqui como uma prisioneira?", Zahara perguntou, a incredulidade em sua voz. "Você realmente acredita que isso vai me ensinar algo? Isso só vai me fazer mais determinada a escapar."

Ethan não se moveu, sua expressão inalterada. "Talvez você precise ser confrontada com a realidade do que fez. É hora de deixar de lado essa visão romântica de ser uma ladra. Você não é uma artista; você é uma criminosa, e precisa encarar isso."

A raiva de Zahara queimava, mas havia algo mais profundo ali, uma tensão que a atraía para ele. Ela podia sentir a força dele, uma força que a desafiava e a intrigava ao mesmo tempo. Mas a luta interna era intensa; ela não poderia ceder. "E o que você vai fazer, Ethan? Me ensinar uma lição de vida? Você não pode simplesmente me forçar a mudar."

"Eu não vou forçá-la a nada", ele disse, sua voz agora mais baixa e controlada. "Mas você vai aprender a responsabilidade por suas ações. Não estou aqui para ser seu amigo ou seu aliado. Estou aqui para ser o seu opressor, para mostrar a você que não pode simplesmente agir sem pensar nas consequências."

Zahara sentiu um arrepio ao ouvir suas palavras. A ideia de ser oprimida por Ethan era perturbadora, e a atração que sentia por ele tornava tudo ainda mais complicado. "Você realmente acha que pode me moldar assim? Que você é algum tipo de salvador?"

"Não sou seu salvador, Zahara", Ethan respondeu, seus olhos fixos nos dela com uma intensidade que a fazia sentir-se exposta. "Sou o homem que vai ensinar você a lidar com as consequências de suas escolhas. E se isso significa ser duro, então que assim seja."

Ela se afastou dele, embora a presença dele a atraísse de maneiras que ela não queria admitir. "Você não tem ideia do que é ser uma ladra, Ethan. Você não sabe o que leva alguém a fazer o que eu faço."

"Então me diga", ele desafiou, avançando um passo em sua direção. "Explique-me suas razões. Mas saiba que, a partir de agora, você não está aqui para me encantar com suas histórias. Você está aqui para aprender."

Zahara respirou fundo, tentando reunir seus pensamentos. "Estou aqui porque acredito que o mundo é injusto. Porque vi pessoas sendo esmagadas sob o peso da riqueza e do poder. E eu não posso ficar de braços cruzados enquanto isso acontece."

"Isso não é uma justificativa para roubar", Ethan respondeu, sua voz firme. "Você não pode simplesmente decidir que tem o direito de tirar dos outros, o que não é seu. Isso não é justiça; isso é egoísmo."

"Você fala de egoísmo, mas quem é você para me julgar?", Zahara disparou, um tom de desafio em sua voz. "Você vive em uma bolha de privilégio, e não tem ideia do que é lutar para sobreviver."

"Eu também lutei, Zahara", Ethan respondeu, sua voz agora mais baixa. "Eu estive em lugares onde a vida e a morte estão em jogo. Vi o que a guerra pode fazer. E eu não quero que você enfrente isso. Não quero que você se torne uma vítima de suas próprias escolhas."

Zahara parou, a intensidade de suas palavras ressoando em seu interior. Ambos estavam lutando contra seus próprios demônios e, de alguma forma, estavam mais conectados do que poderiam imaginar. Mas a luta ainda estava longe de acabar. "Você pode me manter aqui, Ethan, mas não pode me quebrar. Sou mais forte do que você pensa."

"Esse é o ponto, Zahara", Ethan disse, mantendo o olhar fixo nela. "Eu não estou tentando quebrá-la. Estou tentando fazer você perceber que, para ser forte, você precisa assumir a responsabilidade por suas ações. Você precisa aprender que cada escolha tem um custo."

A tensão sexual entre eles ainda estava presente, mas ambos a mantinham em silêncio, como uma linha tênue que os separava. "E se eu decidir que não quero aprender?", Zahara perguntou, sua voz desafiadora.

"Então você vai descobrir o que significa viver com as consequências disso", Ethan respondeu, sua expressão inalterada, mas com um brilho de determinação em seus olhos. "Mas eu não vou deixar que você se perca nessa jornada. Você vai enfrentar seus erros e aprender a se tornar a mulher que realmente quer ser."

Zahara sentiu que a conversa estava se tornando uma batalha de vontades, onde ambos estavam determinados a não ceder. Mas, no fundo, havia um reconhecimento mútuo de que, apesar de suas diferenças, ambos estavam lutando por algo maior. E enquanto a tensão entre eles pairava no ar, Zahara sabia que, de alguma forma, essa luta os levaria a um entendimento mais profundo sobre si e sobre o que realmente significava ser livre.

O bunker era um espaço austero e opressivo, com paredes de concreto cinzento e um chão frio que parecia sugar todo o calor do corpo de Zahara. A iluminação era escassa, lançando sombras inquietantes pelas paredes e criando a sensação de que ela estava sendo observada, mesmo quando Ethan não estava presente.

Zahara se sentia sufocada naquele ambiente claustrofóbico. Seus olhos se moviam inquietos, buscando qualquer ponto de fuga, mas tudo o que via eram as mesmas paredes inexpugnáveis, bloqueando seu caminho de volta à liberdade.

Sua garganta estava seca e sua barriga roncava de fome, lembrando-a de sua vulnerabilidade naquela situação. Ela sabia que não poderia continuar assim por muito tempo, mas a determinação de não implorar por clemência a mantinha em silêncio, mesmo que seu corpo implorasse por alívio.

Quando Ethan entrou, Zahara sentiu seu coração disparar. Ele parecia tão imponente e inflexível, como uma muralha de gelo que ela não conseguia transpor. Seus olhos cinzentos a encaravam com uma frieza desconcertante, sem a menor sombra de empatia.

                         

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