Entre Balas e Amor: A Redenção do Mafioso
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Capítulo 2 2

VIVIAN SANCHES

Finalizo a minha apresentação e saio do palco. Ouço diversos aplusos, elogios, e muitos clientes implorando para que eu volte para lá. Como de costume, eu arrasei. Foi simplesmente incrivel, cada momento. Mas, confesso que estou ainda chocada com a quantidade de dinheiro que aqueles homens lançaram no palco. Eu esperava uma quantinha grande, mas aquilo foi o triplo do que eu estava imaginando.

Ouço a voz de Mademoiselle através das paredes do camarim, dizendo que eu não voltaria agora, mas que tem outras garotas prestes a se apresentarem. O público meio que vaia a notícia e continua pedindo para que eu volte.

LORENZO LEBLANK

Mademoiselle Olímpia sabe como agradar e extorquir os seus clientes, mas agora ela acertou em cheio. Aquela mulher é totalmente sedutora. Até agora estou pensando em seus movimentos naquele palco. Realmente, é uma pena que ela não faça programas, porque se fizesse, eu com certeza seria o primeiro da fila.

Mademoiselle- Me diz, gostou do que viu? - ouço a voz aveludada dela e eu estou tão perdido em meus pensamentos que nem havia notado que ela estava aqui.

Lorenzo- Sinceramente, você se superou. Confesso que até eu fiquei hiponotizado por ela.

Mademoiselle- Eu te falei que as minhas novidades para a reinauguração seriam incriveis!

Lorenzo- Realmente...

Mademoiselle- Por que não vai conhecer uma das novas garotas? Aposto que esteja precisando realaxar um pouco.

Lorenzo- Realmente estou, mas vamos deixar para outro dia. Eu preciso ir resolver algumas pendencias. Alias, preciso conversar com você depois.

Mademoiselle- Algo com que eu deva me preocupar?

Lorenzo- Não, muito pelo contrario.

Mademoiselle- Ah, ótimo!

Lorenzo- Enfim, vou usar o banheiro e ir embora. É um enorme prazer ter o Sex Party de portas abertas novamentre.

Me despeço de Mademoiselle e vou em direção ao banheiro. No caminho, vejo três homens que me deixou desconfiado. Eles estavam tentando disfarçar com algumas garotas, mas eu não sou idiota. Será que existe inimigo corajoso o suficiente para invadir o meu territorio?

Decido entrar na parte restrita da boate para usar um dos banheiros dos camarins. Aqueles caras realmente me intrigaram, vou ligar pra José e Bruno para que investiguem essa situação.

VIVIAN SANCHES

Acabo de retocar a minha maquiagem para dá uma voltinha na boate, como combinado com a Mademoiselle. Me levando e quando eu estou perto da porta, ouço eco de tiros, o som, mesmo parecendo um pouco distante, ressoou em meus ouvidos me fazendo ficar imóvel.

Escuto diversos gritos se misturando com os zumbidos dos disparos sendo lançados mais algumas vezes, eu não sei o que eu devo fazer. Trancar a porta e ficar escondida aqui? Ou sair e encontrar uma saída?

Sinto as minhas pernas começarem a falhar conforme o som das vozes diminuem, e eu torço para que as pessoas tenham conseguido sair daqui vivas...

Eu preciso tentar também, eu preciso achar uma saída!

LORENZO LEBLANK

Após escutar diversos disparos, eu fico mais atento do que já estava. Eu sabia que aqueles caras não eram somente coisa da minha cabeça. Quanta coragem da parte deles, invadir o meu territorio e achar que podem fazer a bagunça que quiserem.

Vou para o corredor e vejo dois homens armados caminhando atentamente. São inimigos... Observo uma porta se abrindo e miro a minha arma em direção, olho pras pernas tremulas e vejo que é a dançarina de mais cedo. Corro em direção a ela e a empurro para dentro do cômodo novamente. Coloco-a de traz da porta tampando sua boca.

A me olha com os olhos arregalados claramente assustada.

Lorenzo- É só ficar caladinha que vai dá tudo certo. - sussurro pra mulher que ainda está com as pernas tremendo.

Ela retira a minha mão de sua boca para me dizer algo.

Vivian- O que está acontecendo aqui? - pergunta com a voz tremula.

Lorenzo- Eu ainda não sei.

Vivian- E por que estamos sussurrando?

Lorenzo- Porque tem dois caras armados no corredor. - digo e vejo a mulher ficar pálida com a notícia.

Vivian- Merda, eu vou morrer hoje. - diz como se estivesse levado um tiro e estivesse prestes a levar um tiro.

Lorenzo- Menos, não seja tão dramatica.

Vivian- Dramatica? Eu não estou sendo dramatica! Eu estou em uma boate, escutando tiros e gritos de pessoas apavoradas, e um homem que eu não faço a menor ideia de quem seja me empurrou pra dentro de um quarto me mandando ficar calada! - diz brava, como se eu tivesse começado essa confusão toda.

Suspiro não querendo perder a paciência, pois eu tenho problemas bem maiores do que uma mulher com medo para lidar nesse momento.

Lorenzo- Só cala a boca, pode ser?

Vivian- Não me manda calar a boca! Tá achando que é quem?

Ouço passos vindo em direção ao camarim, enquanto a dançarina surta em minha frente. Aposto que esse show dela chamou bastante atenção dos meus inimigos. Vejo a expressão dela mudar novamente, agora de brava para assustada novamente. Ela também escutou os homens se aproximando.

Por via das dúvidas, eu tampo a boca dela novamente, para evitar que ela grite de medo. A mulher fecha os olhos e se agarra em minha blusa. Cubro o meu corpo protegendo o dela, porque eu sei que eles já sabem que tem gente aqui, então muito provavelmente vão chutar a porta.

É uma merda que essa garota esteja aqui, eu preciso me proteger e evitar que ela morra também. Ouço o barulho da porta sendo chutada, e, em instantes batendo em minhas costas.

Me viro rapidamente já vendo um cano de arma sendo apontada em minha direção.

- Achei você. - com um sorriso vitorioso, ele diz satisfeito.

Lorenzo- É o que parece. - serio, sem demonstrar nenhum sentimento, eu respondo.

Vivian- Meu Deus, o que tá acontecendo aqui? - ouço ela dizer com a voz ainda tremula.

- Então a vadia não sabe nem com quem tá transando? É só abrir as pernas e pronto? - zomba.

Vivian- Vadia é a cachorra da sua mãe que pariu um verme igual a você! - escuto ela xingar brava.

A dançarina até que é corajosa, há alguns minutos não tinha voz pra nada, agora já tá até xingando.

Lorenzo- Ninguém ensinou você a ter respeito com as mulheres, não? - irônizo, e rapidamente tiro a minha arma da cintura apertando o gatilho duas vezes em direção ao homem que não tem tempo nem de se proteger.

Ele cai e eu me viro para a dançarina que dá passos para traz, até encostar na parede.

Lorenzo- Dançarina, se eu quisesse te matar, eu já teria feito há muito tempo.

Vivian- Então para de apontar essa porra pra mim! - diz olhando pra arma.

Lorenzo- É costume. - me justifico.

Vejo diversos tiros sendo disparados em direção ao camarim. É mesmo, são dois homens. Chuto a porta, acertando o homem que estava disparando há segundos atrás.

VIVIAN SANCHES

Eu só consigo me baixar, fechar os olhos e tapar os meus ouvidos quando escuto diversos tiros vindo em direção ao camarim. Ouço um estrondo e os tiros acabam. Com muito medo abro meus olhos e vejo o homem alto, moreno e cheio de tatuagens que está comigo brigar com um outro que tem sangue escorrendo pelo seu rosto.

Eles se socam diversas vezes, mas o homem que estava disparando contra nós, já está muito machucado. Ele não vai aguentar levar nem mais um soco.

Por outro lado, o homem misterioso que está comigo, parece concentrado e leve, como se fizesse isso frequentimente, como um hábito. Quem é ele? E no que é envolvido?

Vejo o invasor cair e ser golpiado diversas vezes. Me escondo atrás da porta novamente não querendo ver a cena sangrenta. O que esse homem é?

Posteriormente, só consigo escutar uma respiração pesada, fecho meus olhos torcendo pra ele se esquecer de mim e ir embora. Mas, é em vão, a respiração se aproxima e eu sinto que ele está em minha frente.

Lorenzo- E aí, vamos? Nós precisamos ir pro terraço. - com a voz arrastada pelo cansaço, ele pergunta.

Abro os meus olhos observando o homem limpando o suor do seu rosto, como se não fosse nada o que acabou de acontecer. Porra, ele é bonito, e assustador. E se eu for e ele quiser me matar depois? Eu presenciei muitas coisas..

Vivian- Nós? - pergunto ainda incerta.

Lorenzo- Você prefere ficar aqui sozinha? - com uma leve ignorancia em seu tom, ele me responde.

Vivian- Você promete não me matar?

Lorenzo- Eu já disse que se quisesse te matar, eu já teria matado. - diz indiferente começando a caminhar - Estou indo, se quiser vir, fica a vontade, se não, boa sorte pra sobreviver.

Ele saí do camarim me deixando como se eu não fosse nada! Que cruel.

Saio com medo olhando de um lado para o outro. Acompanho ele um pouco afastada. Eu nunca imaginei que a boate pudesse ficar tão assustadora.

Lorenzo- Vem rápido, se ficar pra traz vai ser morta.

Vivian- Dá pra parar de me dizer essas coisas? - digo brava.

Ele trata a minha própria vida como nada!

            
            

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