Lígia respirou fundo lembrando o que seu advogado sempre dizia sobre ser interrogada.
-não, não que eu me lembro – Lígia respondeu pensativa, procurando na sua memoria qualquer informação que pudesse ajudar enquanto via a foto da vítima.
Era um homem visivelmente de mais de 50
Mas ela estava muito ocupada beijando o Harry no corredor a caminho do seu quarto que nem prestou atenção em mais nada.
Ela queria colaborar para poder ir embora o mais rápido possível.
- a que horas a senhora chegou ontem no hotel? – o outro detetive perguntou com tom de acusação que destabilizou Lígia.
Ela estava com a consciência pesada e temia profundamente que seu marido descobrisse tudo o que ela fez na noite passada, por isso era difícil manter uma atitude calma.
- depois da meia noite, eu não me lembro ao certo – Lígia respondeu confusa.
- a senhora estava acompanhada? – o detetive insistiu e aquela pergunta sim fez Lígia suar e tremer.
Ela tinha vergonha de admitir, mas sabia que não podia mentir em um depoimento.
- sim – Lígia respondeu contraída fechando ainda mais seu roupão e a porta.
- podemos falar com ele por favor – o detetive falou com malicia procurando espreitar dentro da suite dela o que deixou Lígia ainda mais inquieta.
- ele não está, foi embora – Lígia respondeu rapidamente desejando que aquele interrogatório acabasse depressa
- a que horas ele foi embora? – O detetive insistiu ainda mais desconfiado.
- eu não sei, eu estava a dormir, por favor... eu não sei de absolutamente nada – Lígia falou ainda mais impaciente
- Poderia nos dar o número de telefone dele, para podermos confirmar, pode ser que ele tenha visto alguma coisa – o outro detetive insistiu na abordagem.
- Eu não tenho o número dele – Lígia respondeu ainda mais aborrecida com aquela situação.
Os detetives olharam para ela com um olhar de julgamento, Lígia se sentiu ainda mais ofendida.
- por favor veja as imagens da câmera, Eu não vi nada e nem a pessoa que estava comigo – Lígia acrescentou confiante de que realmente era impossível terem visto ou ouvido alguma coisa.
- verifiquem por favor, mas faça logo, tenho um voo ainda hoje – Lígia acrescentou sem vontade nenhuma de continuar aí com eles na porta.
Ela não queria perder o dia todo naquela interrogatório, pois era visível sua opinião negativa sobre o que ela esteve a fazer na noite passada.
Lígia não tinha orgulho nenhum do que tinha feito, mas também não se sentia arrependia.
Foi o seu único momento de paz depois de 4 anos de tormento, ela sentia que tinha o direito e merecia se sentirá amada, nem que fosse apenas por algumas horas.
- Obrigado pelo seu contributo – falou um dos detetive encerrando a coleta de informações.
Ela fechou a porta no mesmo instante soltando o ar dos pulmões.
- era só o que me faltava – Lígia murmurou impaciente voltando para o quarto.
Ela tinha que se apressar seu voo seria em poucas horas.
Segundo as fofocas que predominaram pelos corredores, o homem era um bandido procurado há muito tempo e estava envolvidos em todo tipo de criminalidade.
Havia suspeita de sua morte ser encomendada.
Lígia até perdeu o apetite com ao tumulto no hotel, ela arrumou sua mala e pegou o primeiro táxi para o aeroporto.
Depois de algumas horas, ela finalmente pode embarcar no avião, ela suspirou de alivio ao finalmente subir, sua filha já estava desesperada para vê-la e ela também.
Seu atraso causou grande tristeza na sua filha e isso estava a lhe causa grande sentimento de culpa.
Chegar a casa lhe trouxe um sorriso quando lembrou da sua filha, ela estava louca para lhe abraçar, beijar suas bochechas rosadas.
Mas sua alegria foi arrancada quando viu Sebastian em pé, na entrada a sua espera, pela sua expressão facial era visível sua fúria.
- sua meretriz, posso saber quem autorizou você a sair? – Sebastian perguntou puxando ela pelos cabelos.
Lígia não conseguiu se conter e lutou para se livrar das mão dele.
- eu deveria matar você nesse exato momento, aonde você estava? – Sebastian perguntou impaciente puxando ainda mais forte seus cabelos.
- me solta, você está me machucando – Lígia começou a implorar assustada.
Sebastian bateu em seu rosto derrubando ela no chão, Lígia bateu fortemente contra o chão sentindo o gosto amargo do seu rosto a arder.
- se você voltar a viajar sem a minha autorização, Não regresse, porque eu vou matar você – ele gritou ainda mais zangado antes de se afastar dela.
Lígia não conseguia acreditar, ela era uma das várias mulheres que eram vítimas de abusos por parte do seu marido.
- Senhora Lígia – uma das empregadas gritou aterrorizada quando a viu jogada no chão.
- está tudo bem, está tudo bem, não se preocupe, tropecei e cai – Lígia falou rapidamente rejeitando a ajuda da empregada para se levantar.
Era humilhação demais ser vista assim pelos criados da casa, Ela estava sempre a inventar desculpas para justificar cada hematoma que ele colocava nela.
Ela sabia que era visível que estava num relacionamento abusivo, mas não tinha coragem de admitir.
Lígia caminhou rapidamente até seu quarto segurando as lágrimas para não chorar na frente da funcionária que olhava para ela visivelmente triste.