Lígia olhou para ele com descrença.
- o que você faz? – Lígia perguntou puxando conversa.
Ela estava muito curiosa a cerca dele.
- em construções, já agora sou o Henry Brown – O homem se apresentou estendendo a mão para ela.
- prazer, Denise – Lígia deu nome falso deduzindo que não devia se expor não diante de um estranho e olhando melhor para o homem na sua frente, ela não acreditou que fosse realmente Henry o nome dele.
Ele tinha traços muito próximos dos asiáticos, alto, talvez um metro e noventa, cabelo preto, olhos semifechados mas não como padrão, marcantes e muito diretos.
Normalmente Lígia conseguia conhecer alguém só por lhe olhar nos olhos, mas a ele não.
Lígia não conseguia ver absolutamente nada no olhar dele, há não ser um escuro predominante, apenas podia reparar como era intimidador com sua presença e rico, disso ela não tinha nenhuma duvida.
- casada? – o homem comentou ao ver a marca do anel no dedo dela enquanto ela pegava a sua taça.
- divorciada – Lígia respondeu mentindo rapidamente, ela não gostava de mentir, mas durante aqueles quatros anos se tornou perita.
- lamento – o homem falou sem mostrar nenhum pouco de sentimento.
- não lamentes, eu merecia melhor – Lígia falou confiante pensando em como gostaria de que aquela fosse a sua realidade, estar num bar solteira conhecendo alguém interessante, enquanto inclinava a sua taca e mantinha o contacto visual com ele.
- então fico feliz por si e também por mim – o homem voltou a falar mas dessa vez ele parecia muito mais envolvido.
- então o que faz em Bahamas sozinha? – o homem perguntou sem parar de olhar para ela.
- férias – Lígia respondeu tentando parecer relaxada embora estivesse exausta pousando sua taça graciosamente.
- E você? – ela devolveu a pergunta desfrutando mais da companhia.
- à trabalho – ele falou de modo sério.
- imagino que seja um viciado em trabalho, que nem tira tempo para descansar – ela insinuou a prever que era mais um igual ao seu marido, onde o trabalho sempre está a frente de tudo.
- porque dizes isso? – ele perguntou intrigado com a certeza da sua afirmação.
- não é difícil de imaginar, 30 e alguns anos, rico, bonito e ainda solteiro – ela concluiu sua breve análise ao ver que não tinha marca de aliança nos dedos.
- Mas isso não significa que seja viciado em trabalho – ele se defendeu categoricamente.
- então porque estás solteiro? – ela perguntou francamente observando que não era falta de beleza ou charme.
- talvez porquê não tinha encontrado alguém que valha apenas – ele acrescentou deliciando do vinho.
Lígia olhou para ele descrente.
- então és muito exigente e perfecionista – ela voltou a concluir se divertindo com a conversa.
- não, não procuro nada além de honestidade e lealdade – ele acrescentou.
- as pessoas estão muito preocupada em pousar bem na foto e se esquecem de ser espontânea e verdadeiras – ele continuou e sua abordagem e fazia sentido.
- além do mais, muitas estão realmente interessadas, no meu dinheiro apenas – Ele voltou a se justificar.
Lígia entendeu suas palavras, ser jovem rico e bonito poderia trazer muita deceção amorosa.
- talvez um dia ache – Lígia comentou tentando não se deixar afetar por suas palavras, embora no íntimo desejava a mesma coisa.
- quem sabe – ele falou com um leve sorriso charmoso para ela.
- E você? Ainda acreditas no amor depois de um divórcio? – ele perguntou com interesse.
- sim, mas prefiro ir com mais cautela agora – ela afirmou com um sorriso ao se deixar levar pelo clima da conversa.
- fico feliz em saber – ele admitiu com um semblante mais relaxado.
- acredito que existe um amor verdadeiro para cada um – Lígia admitiu esperançosa.
- talvez ainda o encontres quando menos esperas – ele acrescentou observando sua linguagem corporal.
- talvez – Lígia murmurou tentando disfarçar sua excitação enquanto degustava o vinho na sua taça.
Manter o contacto visual não era fácil, ele era muito sedutor, Lígia se sentia muito excitada quando lhe encarava.
- o que estás a achar de Bahamas? – ele perguntou interessado em manter a conversa.
- lindo, embora tenha visto muito pouco – Lígia reconheceu triste por não ter aproveitado o tempo para desfrutar da viagem.
- chegaste quando? – ele perguntou voltando a atenção para ela novamente.
- ontem – ela respondeu pensativa.
- e quando regressas? – ele voltou a perguntar.
- amanhã ao meio dia – Lígia respondeu desapontada por não ter aproveitado mais a viagem.
- que pena – ele falou meio incomodado.
Lígia deu de ombro conformada com situação.
- já que é a sua última noite aqui, tens planos? – ele voltou a perguntar com algo na mente.
- na verdade não, mas adoraria fazer alguma coisa divertida – ela confessou abertamente.
- já visitaste o Ilhéu? – o homem perguntou.
- não – Lígia respondeu curiosa.
Ela nem tinha tido tempo nem para uma massagem relaxante para a sua deceção.
- então não perca mais tempo, vamos – o homem se levantou e estendeu a mão para ela.
Lígia hesitou por alguns segundos mais acabou por ceder, ela queria muito se divertir nem que fosse por algumas horas.