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ISABELA🎭
A estrada estava vazia, e o vento cortava minha pele enquanto eu caminhava, com um destino. Minha mãe me deixara ali, sem olhar para trás. Tudo o que ela havia dito era um endereço. Eu não sabia o que fazer, mas, de algum jeito, sabia que precisava seguir em frente. Então, continuei caminhando, sentindo meu corpo cansado, mas determinado a chegar ao tal local.
Quando cheguei ao endereço que por mais estranho que pareça não era tão longe de onde minha mãe tinha me deixado.
Assim que pisei no portão, uma mulher apareceu na porta. Seu olhar era intenso e sério, mas algo em seu rosto me fez sentir uma mistura de medo e curiosidade. Ela não me disse nada de imediato, apenas me fez um gesto para entrar. Fiquei hesitante por um momento, mas não tinha escolha. Entreitei-me na casa, e ela me fez sentar.
- Vai ficar tudo bem, Isabela - ela disse, de forma calma, mas firme. A voz dela parecia carregar algo que eu não conseguia entender.
Eu queria perguntar mil coisas, mas não sabia por onde começar. Eu mal conseguia processar o que estava acontecendo.
- Onde minha mãe estava? O que estava acontecendo comigo?
- Logo tudo será falado e explica, só aquente mais um pouco.
A mulher olhou para a porta e se levantou, caminhando até uma janela. Foi quando eu a vi.
Minha mãe estava ali, respirando com dificuldade, como se tivesse corrido até ali. Ela entrou rápido, sem perder tempo, e me abraçou, quase me apertando com força, como se estivesse tentando garantir que eu estava ali, viva. Eu me afastei um pouco, ainda confusa e sem entender.
- Mãe, o que está acontecendo? Quem é essa mulher? - Perguntei, o medo invadindo meu peito. Eu não sabia em quem confiar mais.
Minha mãe, com os olhos cheios de lágrimas, se afastou e olhou para a mulher. Ela fez um gesto com a mão, indicando para ela ficar em silêncio, e então virou-se para mim.
- Isabela, eu sei que você deve estar confusa... - Minha mãe começou a falar, mas sua voz tremia, e eu podia ver a dor em seus olhos. - Eu... eu não sei nem por onde começar. Mas a verdade é que... não somos seus pais de verdade.
Aquelas palavras me atingiram como uma onda. O chão sumiu debaixo dos meus pés.
- O quê? - Eu mal consegui respirar. - Vocês não são meus pais? Vocês estão ficando maluco? Não é possível eu deve star sonhando ou ficando maluca. Coloquei minhas mãos na cabeça.
Minha mãe parecia querer falar, mas não conseguia. Ela estava chorando, e eu não sabia o que fazer com aquela dor que começava a invadir meu peito.
- Não, filha, não você não está ficando maluca e isso não é um sonho.- ela disse, a voz quebrada. - Nós somos... segurança. Fomos designados para te proteger. Seus verdadeiros pais... Isso você saberá logo. Mais o que eu posso lhe dizer é que eles estavam em perigo, e você... você precisava ser protegida, escondida, até que fosse o momento certo.
Eu olhei para ela, meu corpo tremendo. Eu não queria acreditar. Eu não podia acreditar.
- Não, isso não pode ser verdade! - Eu gritei, me afastando, tentando afastar as palavras dela de minha mente. - Como vocês puderam fazer isso comigo?. Eu gritei, isso esta me consumindo.
- Eu sei, filha, eu sei - minha mãe começou a chorar. - Me perdoa. Me perdoa por não poder te contar antes. Não era a minha escolha. Nós tínhamos ordens. Ordens que não podíamos desobedecer.
O que eu estava ouvindo não fazia sentido. Eu estava tentando processar tudo, mas nada fazia sentido. A dor era física, como se algo estivesse se partindo dentro de mim.
- Então tudo o que eu vivi foi mentira? Quem sou eu, então? - Eu perguntei, as palavras saindo entre soluços.
Ela me olhou, e pude ver que o arrependimento a estava consumindo. Ela segurou minha mão, apertando com força.
- Eu não tenho muito tempo para explicar tudo agora - ela disse rapidamente, com os olhos cheios de urgência. - Mas logo você vai saber mais. Vai entender por que fizemos tudo isso.
A mulher que estava na sala comigo, que agora entendi ser uma segurança, falou, interrompendo a tensão entre nós.
- Isabela o que você precisa saber, irá saber só que por agora precisa confirmar na sua mãe e em nós. Olhei para ela, mal sabia o seu nome, como que confiaria em alguém que nem o nome eu sei. - Antes que eu me esqueça, me chamo Laura, sou segurança igual sua mã..
Antes que Laura conseguisse terminar um ontem abriu a porta com força.inha mãe juntamente a Laura retirarão suas armas e apontaram em direção a porta.
- Senhora eles nos encontraram. As duas abaixaram a arma e se viraram pra mim.
- Encontraram a gente, filhos da puta- Laura disse, com a voz fria. - Estamos em perigo Luana, estamos sem nada, nad.... Laura olhou para minha mãe.
Eu olhei para minha mãe, sem entender e desesperada.
- Quem é Luana mãe? E o que vamos fazer? - Eu sussurrei, quase sem voz.
Minha mãe virou-se para a mulher, com os olhos cheios de preocupação.
- Isabela precisa sair daqui agora. A última coisa que eu quero é colocar sua vida em risco, ligue para ele AGORA PORRA. Ligue o alerta, codigo DELTA zero, A asa está em PERÍGO, mande todos aqui, TODOS. - gritou. Ela se virou para mim, a voz urgente. - Escute-me bem Isabela, você precisa ir, agora, com o carro. Lá está tudo o que você precisa. Dinheiro, passaporte, identidade... um novo endereço. Você precisa fugir, Isabela, agora!
Eu estava sem palavras. Eu não sabia para onde ir, nem o que fazer. Mas o medo que estava tomando conta de mim me obrigava a seguir em frente.
- John, leve-a até o carro - minha mãe ordenou. Ela parecia cada vez mais nervosa. - Alguém estará esperando por ela lá. Eles vão ajudar você, Isabela.
Eu não sabia quem era essa pessoa, mas parecia ser minha única opção. Eu não sabia o que mais poderia fazer.
John, um homem alto e de aparência séria, me guiou até o carro estacionado na rua. Meu corpo estava tremendo, meu cérebro girando com todas as informações que eu acabara de descobrir, mas eu sabia que tinha que seguir.
O carro começou a se mover rapidamente, e eu tentei me concentrar em seguir o que minha mãe me disse, mas a tensão era palpável no ar. Então, de repente, os tiros começaram a disparar. O som do vidro quebrando e o metal batendo contra as balas me deixou paralisada de medo. O homem ao meu lado gritou para eu me abaixar.
- Vá para baixo, agora! - Ele me mandou. Eu me encolhi no banco, sentindo a dor das balas perfurando a lataria do carro. Ele ligou para alguém, e eu só ouvi os pedaços da conversa. - Estamos em perigo. Eles estão nos atacando. Precisamos de reforço!
Do outro lado da linha, um homem respondeu.
- Aguentem mais um pouco, porra, Laura e Luana estão com vocês?. O homem do outro lado da linha falou.
- Não senhor, ficaram para despistar os outros, mais apareceram mais atrás de nós. O homem pelo no John ao meu lado falou.
- Estamos perto, proteja a Asa com sua vida se for preciso.
- Sim senhor. E a chamada foi desligada.
A velocidade do carro aumentou, e em menos né um segundo tudo se tornou um caos. O carro derrapou. As rodas patinaram, e a batida foi brutal. Meu corpo foi lançado para o lado, consegui abrir meus olhos o pouco que conseguia e eu vi o segurança ao meu lado, todo ensanguentado. Ele não se movia,
- Por favor que ele não esteja morto. Falei em minha mente. Eu tentei gritar, mas minha voz falhou.
A minha visão começou a embaçar, e eu mal podia respirar. E então eu vi. Um homem correndo na minha direção, com mais homens atrás dele. Ele estava rápido, determinado. Eu olhei para ele, sem saber quem era, mas algo em sua presença me fez sentir um tipo estranho de segurança.
E então, a voz dele gritou meu nome, forte e clara, cortando o caos ao meu redor.
- Isabelaa! TODOS, TIREM ELA DO CARRO, AGORA.
Eu tentei responder, mas minha voz estava fraca. Tudo estava escuro. Só consegui sussurrar:
- Socorro...
E no fundo da minha mente, eu ouvi a voz dele novamente, mais suave, mais confiante.
- Vai ficar tudo bem agora.
E então, tudo ficou escuro...