Namorado de Aluguel
img img Namorado de Aluguel img Capítulo 2 Baque
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Capítulo 6 Nicolas Salvatore Parte 2 img
Capítulo 7 Hotel Grandview img
Capítulo 8 Visitante não convidado img
Capítulo 9 A viagem img
Capítulo 10 O Quarto img
Capítulo 11 Os noivos img
Capítulo 12 Família img
Capítulo 13 Cuide da minha menina img
Capítulo 14 Entre risos e desejo img
Capítulo 15 No lugar certo img
Capítulo 16 Entre toalhas, desejo e confrontos img
Capítulo 17 Quando nossos corpos, dizem sim! img
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Capítulo 2 Baque

Ele estava completamente vestido de preto, uma presença quase espectral no corredor mal iluminado. O capuz ocultava seu rosto, mergulhando-o em sombras impenetráveis. Meu coração disparava, cada batida ecoando em meus ouvidos enquanto meus dedos tremiam ao apertar o botão do elevador. As portas pareciam levar uma eternidade para se fechar, e durante aqueles segundos intermináveis, meus olhos permaneceram fixos na figura imóvel diante de mim. Ele não se mexeu. Não avançou. Apenas ficou ali, observando, ou pelo menos parecia.

Finalmente, as portas se fecharam, cortando aquele momento de pura tensão. Meu peito subia e descia rapidamente, o medo ainda corroendo minha mente enquanto o elevador descia. Quando cheguei ao térreo, minha respiração ainda estava irregular, mas senti uma onda de alívio. Sem hesitar, corri para a guarita do prédio e relatei tudo ao segurança, detalhando o que havia visto e ouvido. Ele me ouviu com uma expressão intrigada e prometeu subir para verificar.

Enquanto ele subia, fiquei ali, sozinha na recepção vazia, sentindo o silêncio do prédio como uma entidade esmagadora. Quando ele voltou, sua resposta foi tão simples quanto frustrante.

- Não tem ninguém lá, senhorita. Verifiquei todo o andar. Deve ter sido impressão sua.

Impressão minha? Talvez fosse isso. Talvez o cansaço do trabalho estivesse afetando minha mente. Convenci-me de que era a explicação mais lógica. Ainda assim, o desconforto persistia enquanto eu caminhava até o carro. A noite parecia mais escura, mais pesada. Cada som ao meu redor parecia ampliado, desde o eco dos meus saltos até o ruído distante de carros na rua. Entrei no veículo e tranquei as portas imediatamente. Só quando comecei a dirigir, o asfalto deslizando sob as rodas, é que o pânico começou a diminuir.

Chegar em casa foi um alívio. O apartamento era meu refúgio, um mundo à parte do que havia acontecido. Mesmo assim, a solidão me atingiu com força. Deixei minhas coisas na entrada, fui direto para o chuveiro e deixei a água quente cair sobre meu corpo, lavando os resquícios de medo e tensão. Quando terminei, vesti uma calça de moletom e uma camiseta larga, buscando conforto.

No sofá da sala, tentei ocupar minha mente com tarefas simples. Peguei a correspondência que havia deixado de lado pela manhã. Entre contas e panfletos, havia um envelope diferente. Branco, elegante, com letras douradas. Franzi o cenho enquanto o abria, a textura do papel fino e refinado entre meus dedos.

Quando li o conteúdo, meu mundo pareceu congelar:

Vanessa Mary Ollivary e Caio Silva Crayn.

Demorei alguns segundos para processar. Minhas mãos começaram a tremer novamente, mas dessa vez não era por medo. Um convite de casamento... da minha irmã... com o meu ex-noivo.

Releio o texto, como se pudesse ter lido errado, mas as palavras continuam ali, fixas, imutáveis. Meu estômago se contrai. Não é o casamento em si que dói. Mas a traição de Vanessa? Minha própria irmã? Ela sabia o que ele significava na minha vida, o que ele representava. E ainda assim...

O envelope escorrega das minhas mãos, caindo no chão. Minha mente tenta entender o que isso significa. É um golpe deliberado, não tenho dúvidas. A audácia de me enviar o convite! Como se dissesse: "Veja, eu ganhei."

Minha espiral de pensamentos é interrompida pela campainha. O som parece distante, quase irreal. Levo alguns segundos para reagir, até que me lembro: Lexy. Ela havia dito que viria. Caminho até a porta como se estivesse no piloto automático, ainda absorvendo o choque. Quando abro, lá está ela, olhando diretamente para mim.

- Mel? - Sua expressão amistosa muda para preocupação imediata. - Meu Deus, você está pálida. O que aconteceu?

- Entra - digo com a voz baixa. - Eu... preciso te contar algo.

Sentamos no sofá, e as palavras começam a sair. Conto tudo, desde o convite até o turbilhão de emoções que sinto. Lexy me ouve com atenção, mas, aos poucos, vejo a indignação tomando conta dela.

- Eu não acredito! - ela diz, finalmente. - Sua irmã? Com o Caio? Eles realmente estão fazendo isso? E ainda planejaram uma semana inteira de festa?

- Pois é - murmuro, ainda tentando assimilar tudo.

Mas Lexy não se contenta com meu conformismo.

- Você vai.

Meu corpo congela, e minha cabeça gira em direção a ela.

- O quê? Não vou! - protesto, meu tom definitivo.

- Vai, sim! - Ela cruza os braços, irredutível. - Aquela cobra só te mandou esse convite para tripudiar em cima de você. Para te ver sofrer.

- Mas eu não estou sofrendo, Lexy... - Tento argumentar, mas ela me interrompe.

- Pode até não estar, mas ela acha que está! E você vai provar que ela está errada. Vai lá, mostrar que está por cima. E vai levar alguém.

- Lexy... - Minha voz sai exasperada. - Desde o Caio, você sabe que não me envolvi com ninguém. Quem eu levaria?

Ela sorri, aquele sorriso que sempre precede suas ideias mais loucas.

- Temos um mês ainda. Se não acharmos alguém, a gente aluga um namorado.

- O quê?!

- Isso mesmo. Não estou brincando.

Minha cabeça gira enquanto discutimos por minutos intermináveis. No final, como sempre, Lexy vence. Decido ir ao casamento, mas o problema maior ainda paira sobre nós: quem seria meu acompanhante?

Lexy, aparentemente já com um plano, se aproxima da mesa de centro onde meu notebook está. Seus dedos começam a digitar rapidamente no teclado.

- O que você está fazendo? - pergunto, exausta.

- Você já vai ver - responde ela, enigmática, sem desviar os olhos da tela.

Curiosa, levanto-me e me aproximo. Quando vejo o que está na tela, meus olhos se arregalam, e minha boca se abre em um "o" silencioso de espanto

            
            

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