Seu tom não era de deboche, mas suas palavras atingiram como uma flecha no alvo. A última coisa que eu queria era ser alvo de olhares piedosos e cochichos disfarçados, como se eu fosse algum tipo de fracasso ambulante. Droga. Eu sabia que ela tinha razão, mas odiava admitir.
- Onde você vai encontrar um namorado em um mês? - ela continuou, com a voz carregada de desafio, como se soubesse que estava prestes a me vencer.
Suspirei, derrotada. Cada fibra do meu ser se recusava a dar o braço a torcer, mas a realidade era implacável. O casamento estava a um mês de distância, e eu precisava de alguém para ir comigo. Não tinha outra escolha. Todos os meus princípios, tão cuidadosamente erguidos, começaram a desmoronar.
- Tá bom! - cedi, jogando as mãos no ar. - Vamos olhar esse site.
Lexy vibrou como se tivesse ganhado um prêmio. Eu me sentei ao seu lado, relutante, enquanto ela posicionava o notebook no colo com um sorriso triunfante. Sua energia era quase contagiante. Quase.
Depois de duas horas vasculhando perfis, os resultados estavam longe de serem satisfatórios. Cada candidato parecia pior que o anterior.
- Que tal esse? - ela perguntou, animada, apontando para um perfil.
Olhei para a tela e não consegui conter uma risada. - Ele parece um esqueleto!
Lexy caiu na gargalhada, mas logo recuperou a compostura. - E esse?
- Carecas não fazem meu tipo - respondi, tentando parecer séria, mas falhando miseravelmente.
Ela suspirou teatralmente e voltou à busca. Até que, de repente, sua expressão mudou.
- Espera! Esse aqui. - Ela apontou para o perfil com olhos brilhando de expectativa. - Vamos ver o que diz a descrição...
Nicolas Salvatore. Não fumante, 26 anos, 1,93 metros de altura, olhos azuis, cabelos pretos. E olha só: ele mora aqui na cidade.
- É uma pena que não tenha foto. Vai que ele é um horror de olhos azuis. - Minha ironia fez Lexy gargalhar mais uma vez.
Sem perder tempo, ela digitou algo rapidamente e virou para mim com um ar determinado, segurando meu telefone.
- Toma, liga para ele.
Olhei para o celular como se fosse uma bomba prestes a explodir. - Lexy, eu não sei...
- Liga logo! - insistiu, praticamente empurrando o aparelho para mim.
Engoli em seco e, com os dedos trêmulos, apertei o botão de chamada. O som insistente do telefone tocando parecia ecoar por uma eternidade. cada toque amplificando meu nervosismo. Já estava começando a acreditar que a ligação cairia na caixa postal quando uma voz feminina, profissional e desprovida de emoção atendeu.
- Escritório da Accomply, em que posso ajudar
Por um momento, fiquei sem palavras. Minha mente demorou a processar que não era ele quem havia atendido. Claro que não seria tão fácil.
- Ah, boa noite... Eu gostaria de falar com o senhor Nicolas Salvatore. É sobre um serviço listado no site... - minha voz saiu hesitante, tentando não soar tão desesperada quanto me sentia.
- Certo, senhora... - A mulher fez uma pausa longa, como se aguardasse meu nome.
- Ollivary, Melissa Ollivary.
- Certo, senhora Ollivary. Aguarde apenas um instante por gentileza, vou verificar a agenda do senhor Salvatore.
Do outro lado da linha, o som de teclas sendo pressionadas ecoava na minha mente como um relógio batendo, amplificando minha ansiedade. Cada segundo parecia interminável enquanto eu aguardava a resposta. Minhas maõs soavam, Meu coração estava acelerado, quase dolorido contra o peito. Será que ele aceitaria me ver? Será que eu estava fazendo a escolha certa?
O som insistente do telefone tocando parecia ecoar por uma eternidade. cada toque amplificando meu nervosismo. Já estava começando a acreditar que a ligação cairia na caixa postal quando uma voz feminina, profissional e desprovida de emoção atendeu.
- Escritório da Accomply, em que posso ajudar
Por um momento, fiquei sem palavras. Minha mente demorou a processar que não era ele quem havia atendido. Claro que não seria tão fácil.
- Ah, boa noite... Eu gostaria de falar com o senhor Nicolas Salvatore. É sobre um serviço listado no site... - minha voz saiu hesitante, tentando não soar tão desesperada quanto me sentia.
- Certo, senhora... - A mulher fez uma pausa longa, como se aguardasse meu nome.
- Ollivary, Melissa Ollivary.
- Certo, senhora Ollivary. Aguarde apenas um instante por gentileza, vou verificar a agenda do senhor Salvatore.
Do outro lado da linha, o som de teclas sendo pressionadas ecoava na minha mente como um relógio batendo, amplificando minha ansiedade. Cada segundo parecia interminável enquanto eu aguardava a resposta. Minhas maõs soavam, Meu coração estava acelerado, quase dolorido contra o peito. Será que ele aceitaria me ver? Será que eu estava fazendo a escolha certa?
- Senhora Ollivary? - A voz da mulher voltou, profissional e calma, como se estivesse completamente alheia à urgência da minha situação. - O senhor Salvatore poderá atendê-la apenas daqui a dois meses. Sua agenda está completamente cheia até lá. Posso agendar a primeira data disponível, no dia 15 de Julho, às 14h.
Dois meses. Dois meses. As palavras ecoaram na minha mente como uma sentença. Meu rosto ficou pálido, e a pressão no peito aumentou. Por um instante, achei que fosse desmaiar.
- Dois meses? - minha voz saiu num sussurro, quase inaudível.
- Sim, senhora. Infelizmente, não há datas mais próximas. Ele é muito requisitado.
Minha mente começou a girar. Não havia como esperar tanto tempo. O casamento seria em um mês. Um mês, Nicolas Salvatore era minha única esperança.
- Por favor, tem certeza de que não há uma forma de encaixar meu caso antes? É... é algo muito urgente. - Minha voz falhou no final, carregada de uma desesperança que não consegui esconder.
A mulher hesitou por um momento, como se considerasse minha súplica.
- Sinto muito, senhora Ollivary. Mas o senhor Salvatore é extremamente criterioso com sua agenda. Posso incluir seu nome em nossa lista de prioridades caso haja algum cancelamento, mas não posso garantir nada.
- Certo... - respondi, sem forças para argumentar mais. - Por favor, me coloque nessa lista.
- Farei isso agora mesmo. A senhora pode ligar novamente amanhã para verificar se houve algum cancelamento.
- Obrigada. Respondi, a voz por um fio.
Desliguei o telefone, sentindo como se o peso do mundo estivesse sobre meus ombros. Dois meses? Eu não tinha dois meses.