Votos de Sangue
img img Votos de Sangue img Capítulo 4 Você vai ser minha esposa, Alessa. E vai entender por quê.
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Capítulo 6 E a página da minha vida virou. img
Capítulo 7 E lembre-se, Alessa... img
Capítulo 8 Eu sabia que não havia mais espaço para resistência img
Capítulo 9 Alessa, não é uma questão de escolha. img
Capítulo 10 Eu vou permitir isso img
Capítulo 11 Vamos buscar o pirralho img
Capítulo 12 Meu Deus... você está aqui img
Capítulo 13 Relaxe, gattina img
Capítulo 14 Agora, o jogo começava. img
Capítulo 15 A tentação do mafioso img
Capítulo 16 Você é a esposa do Capo agora. Não tem mais para onde correr. img
Capítulo 17 Eu ainda era de Leo. img
Capítulo 18 Você pertence a mim img
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Capítulo 4 Você vai ser minha esposa, Alessa. E vai entender por quê.

Dante

Eu me levanto da cadeira, os pensamentos ainda girando em minha mente enquanto dou os primeiros passos em direção ao meu armário. A noite exige uma presença cuidadosa, não apenas em palavras, mas também em aparência. Cada detalhe da minha roupa, de meu terno a minha gravata, é meticulosamente escolhido. Não há margem para falhas, e a boate de Ricci não é um lugar qualquer. É um ambiente onde as máscaras caem, onde a verdadeira natureza das pessoas vem à tona, e, no meu caso, a aparência precisa refletir tanto o meu poder quanto o controle implacável que mantenho.

Coloco a camisa preta com precisão, o tecido ajustando-se ao meu corpo com uma elegância que vem de anos de prática. O terno é escuro, quase negro, com cortes perfeitos, destacando a força do meu físico sem ser excessivo. Eu não sou um homem que se envergonha de ser observado, mas é importante que as pessoas me vejam do jeito certo: alguém que está sempre no comando. A gravata vermelha é um toque final, um símbolo da linhagem da família Romano e da minha posição.

Quando o espelho reflete minha imagem, vejo mais do que apenas um homem de negócios ou um líder de uma organização criminosa. Vejo alguém que, no fundo, não permite que fraquezas o definam. Alessa, com sua resistência, com seu olhar que eu ainda não consigo decifrar completamente, estará lá esta noite, na boate. Ela não sabe quem sou, mas eu sei exatamente quem ela é. E ela será mais uma peça nesse grande jogo que estou jogando. Talvez, a maior peça.

O carro está esperando do lado de fora, e Marco me acompanha, como sempre. A estrada é tranquila, mas a sensação de que algo está prestes a mudar paira no ar. Talvez seja a proximidade de Alessa, ou talvez seja o que ela representa para mim: um acerto de contas com o passado. Eu não posso me dar ao luxo de ignorar o peso que essa decisão traz, mas também não posso demonstrar fraqueza.

Ricci, como sempre, fará sua parte. Ele me deve, mas sua lealdade é inegável, e esta boate que ele mantém é mais do que um simples estabelecimento. É um ponto estratégico, um local onde informações podem ser trocadas, onde alianças podem ser feitas e desfeitas. A verdade é que, por mais que Ricci me deva, ele não faz mais do que o esperado. Como todos na minha vida, ele serve a um propósito.

O que me espera ali não é apenas uma noite de entretenimento. É um passo mais perto de completar o que comecei. E Alessa, mesmo sem saber, será uma parte importante disso. Ela está mais perto do que imagino de se tornar uma jogada crucial, seja pela sua lealdade ou pelo segredo que carrega.

Eu respiro fundo antes de entrar no carro, sentindo o peso do meu próprio silêncio. Quando a porta se fecha atrás de mim, sinto o peso da responsabilidade em cada segundo que passa. Mas é algo que escolhi. Eu sempre escolho.

O plano que eu tinha traçado para aquela noite era claro e direto. Ricci deveria garantir que Alessa fosse colocada em uma posição onde apenas eu tivesse acesso a ela. Ele sabia o que isso significava: eu precisava da presença dela, mas não da maneira como ela estava sendo tratada por ele. Ela deveria estar sob meus olhos, servindo apenas a mim, e não era para ninguém mais fazer o que quisesse. Ela não sabia disso, claro, mas eu tinha o controle, sempre.

Quando entrei na boate, o cenário era exatamente o que eu esperava. A música pulsante, as luzes baixas, a energia elétrica de um local onde negócios sujos e diversão se misturavam. O lugar estava lotado, mas os olhos sempre se voltavam para quem importava, e naquela noite, eu era esse alguém. O aroma de álcool no ar era denso, e tudo parecia perfeitamente orquestrado para uma noite de poder e controle.

Ricci estava lá, no canto, fazendo o que ele fazia de melhor. Não era surpresa que ele soubesse como manipular a situação para garantir que todos estivessem ocupados e distraídos. Era o momento perfeito para fazer negócios, para interagir com alguns aliados e, claro, observar os movimentos de quem fosse interessante para mim.

Mas ao entrar no salão, algo me chamou a atenção de imediato: Alessa. Ela estava lá, como sempre, entre as pessoas, com aquele olhar em que não se via apenas a jovem de aparência fragilizada. Mas agora algo estava errado. Ela estava em um canto, visivelmente desconfortável, seu corpo rígido, os olhos evitando os outros. Ela tentava se mover com a graça que sempre teve, mas havia algo em seu comportamento que denunciava tensão.

Eu a vi, mas também percebi a presença de um homem próximo dela, alguém que não deveria estar tão perto. Olhei com mais atenção e percebi o que estava acontecendo. Ele estava tocando-a, sem respeito, sem o mínimo cuidado, e o modo como ela reagia só confirmava o que eu já imaginava: Ricci tinha falhado no seu trabalho. Ele deveria tê-la mantido sob controle, mas a cena à minha frente era bem diferente da que eu tinha esperado.

O olhar que ela lançou ao homem foi de repulsa, uma reação natural, mas o sujeito não parecia ter noção do que estava fazendo. E, pior ainda, ele não era o único. Vi que Ricci estava observando tudo de longe, sem se mover. Ele não fazia nada para interromper a cena. Um erro. Um grande erro.

Senti uma onda de raiva que cresceu dentro de mim, mas, mais do que isso, senti algo estranho, como uma necessidade de corrigir aquela situação. Eu não sabia se era pelo fato de ela ser parte de algo maior, ou se era apenas pela falta de controle daquela situação. A questão era que ninguém, NINGUÉM, tocava em minha propriedade sem sofrer as consequências.

A raiva começou a transbordar. Eu me movi em direção a ela rapidamente, sem nem dar atenção ao que estava acontecendo ao meu redor. Ela tentou se afastar do homem, mas antes que pudesse fazer mais alguma coisa, eu a vi sendo segurada com força. O rosto dela estava tenso, mas o olhar que ela lançou para o homem, apesar de fúria, não conseguia esconder o medo.

Foi o momento perfeito para me fazer perceber que as coisas estavam fora do controle, e, ao mesmo tempo, era a minha chance de mostrar a todos que este lugar, e tudo o que ele representava, eram meus para dominar.

Eu me aproximei rapidamente, as mãos fechadas em punho, com o olhar fixo no homem que ousava tocá-la. Ele parecia não perceber minha presença até que, com um movimento brusco, agarrei seu ombro e o puxei para longe de Alessa.

- O que diabos você pensa que está fazendo? - Minha voz soou baixa e ameaçadora, mas carregada de fúria. Não era uma pergunta. Era uma ordem.

O homem tentou se desvencilhar, ainda meio atordoado, como se estivesse muito embriagado para entender a gravidade da situação.

- Ei, cara, me larga! - Ele resmungou, tentando empurrar minha mão, mas não estava nem perto de ter força suficiente para me desafiar.

Eu apertei mais forte, pressionando o braço dele contra o próprio corpo. Os músculos de meus braços estavam tensos, prontos para qualquer coisa. Quando falei novamente, minha voz foi mais baixa, mas agora com um tom de ameaça real.

- Eu não sou um cara legal, e você está prestes a descobrir isso da maneira mais difícil. - Eu dei um empurrão e o mandei para o lado. O homem caiu, ainda sem entender muito bem o que estava acontecendo.

Alessa estava parada ali, em um canto, o corpo ainda tenso. Seus olhos estavam em mim, mas ela parecia hesitar, como se não soubesse o que esperar. Não pude deixar de notar o quão roxo estava seu braço. Ela havia tentado se livrar, mas ele a segurou com força. Algo estava errado, muito errado.

Ricci finalmente se aproximou, com um sorriso nervoso, como sempre fazia quando as coisas não saíam como o planejado.

- Dante, não sabia que ela estava... - Ele começou, mas a frieza em meu olhar o fez parar imediatamente. Não havia desculpa para o que acabara de acontecer.

- Eu não pedi por isso, Ricci. - Minha voz estava mais controlada agora, mas a raiva ainda estava visível, uma sombra em cada palavra. Eu me virei para Alessa, olhando-a diretamente, embora meu olhar fosse mais duro do que eu pretendia. - Você vai ficar bem, mas não tolero que me façam perder o controle por causa de um idiota qualquer.

Ela ainda não disse nada, mas podia ver o ódio misturado com confusão em seus olhos. Eu não estava acostumado com esse tipo de reação.

- Agora, Ricci - continuei, sem desviar o olhar de Alessa -, leve-a para o meu camarote. Só eu e ela. Não quero mais surpresas essa noite.

Ricci hesitou por um momento, mas logo assentiu, compreendendo a gravidade da ordem. Ele se virou para Alessa, com uma expressão desconfortável, tentando suavizar a situação.

- Vamos, senhorita Alessa, siga-me. - A suavidade na sua voz soava como uma tentativa de desculpa, mas sabia que ela não o via como alguém que podia confiar.

Eu não me movi de onde estava, observando-os enquanto saíam em direção ao camarote. Minha mente estava em turbilhão. Eu deveria ter ficado fora disso, mas havia algo em Alessa que mexia comigo, algo que eu não podia explicar.

E, ao mesmo tempo, sabia que estava tomando o controle. Ela era minha agora, e ninguém, NINGUÉM, teria permissão para tocá-la da maneira que esse idiota fizera.

Me recostei na poltrona, observando Alessa com um olhar calculado. O ambiente parecia mais silencioso agora, como se o ar estivesse mais denso. A música abafada lá fora não conseguia esconder o peso da tensão que crescia entre nós. Ela estava parada perto da porta, evitando meus olhos, mas eu podia sentir o nervosismo em cada movimento seu. Era óbvio que ela estava tentando entender o que eu queria, o que aconteceria em seguida.

Ricci, que ainda estava ali, parecia desconfortável, como se soubesse que não tinha mais nada a fazer. Ele olhou de Alessa para mim e, sem dizer mais nada, deu um passo atrás e, em silêncio, saiu do camarote.

A porta se fechou atrás dele, e a sala ficou ainda mais pesada. Eu me acomodei na poltrona, observando Alessa com mais intensidade. Cada movimento dela, cada expressão, era como se eu estivesse analisando uma peça de um quebra-cabeça. Ela estava em guarda, sem saber como reagir, e isso só me deixava mais curioso.

- Sente-se. - A palavra saiu da minha boca como uma ordem, firme e direta, sem margem para questionamentos.

Ela olhou para mim, com os olhos desviando de minha direção, mas não havia como negar a tensão que tomava conta dela. A hesitação estava estampada em seu rosto, como se tentasse encontrar alguma justificativa para não fazer o que eu dizia.

- Eu não posso - respondeu, com a voz mais baixa, quase como se tentasse justificar sua resistência. Mas eu sabia que isso não iria durar.

Eu me levantei, rápido e imponente, e dei um passo em direção a ela. A sala parecia encolher à medida que eu me aproximava, a presença que eu carregava ficando mais palpável. Quando falei novamente, minha voz estava mais baixa, mas a calma que eu transmitia tornava minhas palavras ainda mais ameaçadoras.

- Sente-se agora, ou vou garantir que você faça isso de uma maneira bem menos confortável. - Cada palavra saiu fria e ameaçadora, sem espaço para dúvidas.

Ela me olhou, o medo agora evidente nos olhos. Eu podia ver sua mente trabalhando, tentando decidir o que fazer, mas sabia que ela não teria outra escolha. Com um suspiro, ela se afastou da porta e se dirigiu até a cadeira, sentando-se com relutância, mas sem contestar.

Eu voltei para minha poltrona, observando-a atentamente. Ela ainda estava desconfortável, tentava manter a postura, mas a realidade era que tudo nela estava tenso, esperando pelo próximo movimento. Ela não me via como aliado, e isso só fazia com que eu tivesse mais controle da situação. O fato de ela me encarar com aquele olhar desconfiado apenas tornava a coisa mais interessante.

Eu podia sentir a curiosidade dela, embora não fosse explícita. Ela não sabia quem eu era e isso fazia com que cada segundo ali fosse mais intrigante.

Eu a observei por um momento, cada detalhe dela me intrigando ainda mais. O jeito como ela tentava manter a postura, mas sua respiração estava um pouco mais rápida. A tensão entre nós estava palpável. Eu sabia que ela não estava completamente ciente de quem eu era, ou do que eu representava, mas isso não importava agora. O que importava era o que eu precisava.

Levantei uma sobrancelha, mantendo o olhar fixo nela, e comecei a falar com uma calma quase assustadora, sem pressa. Cada palavra era medida, cada sílaba calculada.

- Preciso de uma esposa. - A frase foi curta, mas direta, deixando claro o que eu queria. - E você será ela.

Ela engoliu em seco, o olhar dela se tornando mais firme, como se tentasse processar o que eu estava dizendo. Não era uma proposta, era uma imposição, uma verdade inegável. Eu sabia que a ideia de casamento para ela provavelmente não passava de uma ideia distante e cheia de incertezas, mas para mim, era uma necessidade.

Ela balançou a cabeça, um movimento rápido, quase impulsivo.

- Não, eu não... - Ela tentou negar, mas a voz falhou um pouco, como se não tivesse certeza do que estava dizendo, ou talvez porque o medo já estivesse começando a tomar conta dela.

Eu a observei com um sorriso sutil, sabendo que ela não iria simplesmente aceitar. Mas, por algum motivo, isso só tornava tudo mais interessante. O fato de ela se negar, de tentar resistir, só tornava a situação mais estimulante. Eu tinha o controle, isso estava claro, mas o jogo ainda não tinha terminado.

Ela não sabia o que estava por trás do que eu estava dizendo, não sabia o quão fundamental seria sua aceitação, mas eu não esperava que ela entendesse agora. Tudo o que eu precisava era que ela me ouvisse.

- Eu não estou pedindo - disse, a voz firme, sem qualquer hesitação. - Você vai ser minha esposa, Alessa. E vai entender por quê.

Ela tentou manter a postura, mas a tensão em seu corpo era óbvia. Eu não me movi, apenas continuei a observá-la, esperando pela próxima reação.

O silêncio que seguiu foi carregado, e eu sabia que ela estava em uma encruzilhada. Ela só não sabia ainda o que isso significava para ela.

            
            

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