Votos de Sangue
img img Votos de Sangue img Capítulo 5 Eu te avisei, Alessa
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Capítulo 6 E a página da minha vida virou. img
Capítulo 7 E lembre-se, Alessa... img
Capítulo 8 Eu sabia que não havia mais espaço para resistência img
Capítulo 9 Alessa, não é uma questão de escolha. img
Capítulo 10 Eu vou permitir isso img
Capítulo 11 Vamos buscar o pirralho img
Capítulo 12 Meu Deus... você está aqui img
Capítulo 13 Relaxe, gattina img
Capítulo 14 Agora, o jogo começava. img
Capítulo 15 A tentação do mafioso img
Capítulo 16 Você é a esposa do Capo agora. Não tem mais para onde correr. img
Capítulo 17 Eu ainda era de Leo. img
Capítulo 18 Você pertence a mim img
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Capítulo 5 Eu te avisei, Alessa

Dante

O silêncio continuou a pesar no ar. Alessa estava tentando se manter firme, mas eu podia ver a luta interna em seus olhos. Ela sabia que não tinha muitas opções, mas ainda assim tentava resistir. Ela não compreendia totalmente a gravidade da situação, e eu sabia que esse era o momento em que as coisas começariam a mudar para ela. A vida dela estava prestes a tomar um rumo completamente diferente.

Ela abriu a boca, tentando mais uma vez negar o inevitável, mas antes que pudesse dizer algo, eu interrompi.

- Não adianta, Alessa. - Minha voz foi baixa, mas firme, como se cada palavra tivesse sido gravada em pedra. - O que está acontecendo aqui não é uma negociação. Não é uma escolha que você tenha a liberdade de fazer. Você vai ser minha esposa porque eu preciso disso, e você também precisará.

Ela respirou fundo, tentando se recompor. Podia sentir o peso da situação caindo sobre ela, o desconforto e a resistência sendo substituídos por algo mais. Eu sabia que ela não estava nem perto de entender o porquê disso tudo, mas ela começaria a perceber com o tempo.

Ela encarou o chão por um momento, como se buscando forças para argumentar, mas sabia que, em um jogo como o nosso, palavras não tinham poder. O que importava eram ações. Ela havia sido escolhida, e, apesar de sua recusa, isso não mudaria.

- Eu não posso fazer isso. Eu nem sei que é você! Você não sabe quem eu sou... olha, eu não sou aquele tipo de garota, eu só sirvo bebidas.

Eu a observei com atenção, o nervosismo dela visível, mas a recusa ainda tão forte quanto antes. As palavras dela ecoaram na sala, e por um momento, eu realmente pensei que ela fosse tentar argumentar de novo, como se isso fosse mudar qualquer coisa. Eu sabia o que ela queria dizer: que não era o que eu procurava, que ela não era uma mulher submissa, que aquele não era o lugar dela. Mas tudo isso não importava. Eu tinha tomado minha decisão.

Levantei-me da poltrona, meu movimento tão tranquilo quanto ameaçador. Cada passo que dei em direção a ela parecia diminuir ainda mais o espaço entre nós, e eu podia sentir a tensão aumentar. Ela tentou recuar, mas não havia lugar para ela fugir. Não havia escapatória.

- Você acha que me importa quem você é? - minha voz era baixa, mas carregada de um tom que mostrava que o jogo já estava acabado para ela. - Não importa o que você fazia antes de entrar nesse mundo. O que importa agora é o que você vai se tornar. E você vai se tornar minha esposa.

Ela abriu a boca novamente, talvez para tentar negar mais uma vez, mas eu não a deixei falar. Fui até ela com passos decididos, e parei a poucos centímetros. Minha presença, imponente e absoluta, parecia dominar o ambiente.

- Você não tem escolha, Alessa. O que você fazia, ou acha que é, não importa mais. Você agora é parte do meu mundo. A única coisa que pode mudar é o quanto você vai se adaptar a isso.

Ela não respondeu, mas o desconforto e a luta interna estavam estampados em seu rosto. Eu sabia que ela queria negar, queria fugir dessa realidade. Mas, no final das contas, todos têm um ponto de virada. Ela logo perceberia que resistir era apenas uma perda de tempo.

Dessa vez, fui direto ao ponto.

- Eu não sou um homem de paciência, e você vai aprender isso rápido. Me dê uma razão para eu não ter que forçar as coisas.

Ela se encolheu ligeiramente, e por um segundo, seus olhos mostraram uma fração de vulnerabilidade. Mas, assim que os olhos dela encontraram os meus, ela tentou novamente firmar sua postura, apesar da sensação de impotência.

Alessa se afastou de mim, suas mãos tremendo ligeiramente, mas seus olhos estavam cheios de um fogo furioso. Ela estava à beira de um colapso, e eu podia sentir isso. Ela não queria ceder, não queria se submeter àquela realidade que eu estava impondo a ela. E eu sabia que ela não entenderia, não agora. Mas eu também sabia que não seria fácil para ela. Nada na vida dela seria fácil daqui em diante.

- Eu não aguento mais! - Ela gritou, a voz tremendo com frustração e raiva. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ela estava decidida a não mostrar fraqueza. - Eu não aguento mais ser controlada, ser tratada como se eu fosse uma peça, como se não tivesse vontade própria! Todo mundo acha que pode decidir por mim, mandar em mim, e eu estou cansada disso!

Eu a observei, meu olhar implacável, vendo como ela começava a perder o controle. Ela estava completamente fora de si, e eu sabia que aquilo era uma reação emocional, algo que ela precisava liberar, mesmo que soubesse que as consequências seriam sérias.

Ela levantou a mão e, num impulso, bateu em meu peito com toda a força que tinha. O som do impacto reverberou pela sala. Eu não me movi, não reagi de imediato, apenas a observei com um olhar impassível.

Mas então, quando ela percebeu o que acabara de fazer, seu corpo se estremeceu, e seu olhar se desviou. Foi como se, naquele momento, ela percebesse que havia ultrapassado uma linha que não deveria ter cruzado. Ela recuou, seus olhos agora cheios de arrependimento e medo, mas já era tarde demais.

O ar na sala ficou denso, e eu finalmente a encarei com um olhar cheio de fúria. Meu rosto se tornou uma máscara de ódio, a raiva transbordando nos meus olhos.

- Você se atreve a me tocar? - Minha voz saiu baixa, mas cheia de veneno. Eu estava completamente tranquilo, mas minha calma era o tipo de calmaria que precede a tempestade. - Você realmente acha que pode se dar ao luxo de fazer isso e sair impune?

Ela engoliu em seco, os olhos agora ampliados de medo. Ela sabia que havia cometido um erro, e o olhar que eu lhe dava era um claro aviso de que as consequências seriam severas. Ela se encolheu, como se desejasse poder desaparecer naquele instante.

- Eu... eu não... - Ela tentou se justificar, mas as palavras saíam entrecortadas, fracas.

Eu a interrompi com uma risada baixa, quase desdenhosa.

- Você realmente pensa que pode me desafiar, Alessa? - Eu dei um passo em direção a ela, e ela recuou, mas não havia onde se esconder. Ela estava completamente à mercê do que eu quisesse fazer, e eu queria deixá-la sentir isso. - Eu te dei uma oportunidade. Uma chance de entender o seu lugar. E você... me desafia?

Ela respirou fundo, sua expressão agora uma mistura de frustração e arrependimento. Eu vi o choque na sua face, mas não senti nenhuma compaixão por ela naquele momento. Eu sabia o que precisava fazer. Sabia que esse era o ponto de ruptura para ela.

- Você vai aprender, Alessa. - Minha voz se fez mais sombria, quase ameaçadora, enquanto eu me aproximava ainda mais dela. - Não vai haver mais ninguém para te proteger. E você vai aprender que, quando se cruza a linha, não tem volta.

Eu a observei ali, tentando se recompor, mas sabia que ela não tinha mais forças para resistir. Sua respiração estava ofegante, os olhos tentando, em vão, encontrar alguma saída. Mas não havia. Quando você me desafia, não há escapatória. Eu sentia a resistência dela, o desejo de se libertar de tudo isso, mas, ao mesmo tempo, sabia que ela estava se afundando cada vez mais em um jogo do qual não podia mais escapar.

Eu me aproximei com calma, observando cada movimento, cada respiração, como se fosse um animal que havia encontrado sua presa. Ela tentou se afastar, mas era inútil. Meu aperto foi firme, direto, e a puxei para mais perto de mim.

- Eu te avisei, Alessa - murmurei, com um tom frio, sem compaixão. - Você não vai gostar do que acontece quando desafia as minhas ordens.

Ela tentou lutar, mas seus esforços eram fracos, quase patéticos. O medo era claro em seu rosto, mas havia algo mais: um cansaço profundo, como se soubesse que a resistência não a levaria a lugar algum. Eu podia sentir sua energia se esvaindo, e, antes que pudesse reagir mais uma vez, ela caiu em meus braços, os olhos fechando lentamente.

O corpo dela ficou mole, sem vida, enquanto ela desmaiava. Não havia nada que ela pudesse fazer para impedir. Eu a mantive ali por um momento, observando-a, e então, sem pressa, a deitei no sofá. Ela estava desacordada agora, completamente vulnerável. Ela me desafiou, mas o que não entendia era que, no meu mundo, não havia espaço para rebeldia. Não havia espaço para erros.

Eu olhei para ela, sentindo uma mistura de frieza e desdém. A lição estava dada. Ela aprenderia que, ao entrar nesse mundo, não teria mais escolhas. Não havia mais fuga. O controle era meu, e nada ia mudar isso.

- Agora você entende - murmurei baixo, como se fosse apenas um sussurro para mim mesmo. - Não há escolha aqui.

Com a expressão endurecida, eu a peguei nos braços, sentindo o peso do corpo dela completamente sem vida, mas ainda frágil. Ela estava desacordada, e sua respiração ofegante era a única coisa que quebrava o silêncio pesado. Eu a segurei com firmeza, sentindo sua fragilidade em contraste com a minha força. A resistência dela, que havia sido tão intensa minutos antes, agora era nada mais do que um eco distante.

Sem dizer uma palavra, caminhei até a porta da boate, ignorando os olhares curiosos de algumas pessoas que ainda estavam lá, sem ousar fazer um movimento. A tensão no ar parecia quase palpável, mas eu não me importava com o que pensavam. Eu tinha o que queria.

Marco estava à porta, com os olhos fixos na cena. Quando me viu com Alessa nos braços, ele não questionou, apenas fez um gesto para o carro.

Coloquei Alessa no banco de trás do carro, de forma cuidadosa, mas sem qualquer gentileza. Ela estava completamente fora de combate, e eu sabia que a noite não havia acabado para mim. Ainda tinha muita coisa para resolver. Marco entrou no volante, e a partir daí, o silêncio tomou conta do ambiente.

- Vá para a mansão - eu disse, com uma voz baixa, mas cheia de autoridade. Marco apenas assentiu, sem palavras, e ligou o motor. O som do carro cortando a noite foi a única coisa que preencheu o silêncio enquanto dirigíamos.

Eu estava ali, com ela, e as coisas estavam começando a se alinhar como eu queria. Alessa poderia não entender agora, mas logo perceberia o quão inevitável era o que estava acontecendo. Eu tinha tomado a decisão, e ninguém, nem mesmo ela, seria capaz de mudar isso.

Marco dirigia em silêncio, a única coisa que me interessava agora era o que aconteceria quando ela acordasse.

                         

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