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Adrien permaneceu na beirada do deque do iate, observando Juliete se afastar com passos decididos. Algo nela o intrigava, um mistério que se escondia sob sua beleza e frieza calculada. Ele não sabia exatamente o que, mas sentia que aquela mulher era diferente das que costumava conhecer. Seu olhar, sua postura... Havia algo além do óbvio ali.
- Senhor, precisa de algo? - perguntou seu secretário, aproximando-se discretamente.
Adrien virou-se para ele, pensativo. Considerou passar mais algumas horas ali, desfrutando da noite, mas uma estranha inquietação o tomou. Decidiu que era melhor voltar para casa.
- Não, vamos embora - respondeu, caminhando em direção ao carro.
Durante o trajeto até sua mansão, Adrien manteve-se em silêncio. O rosto de Juliete surgia em sua mente repetidamente. Seu perfume ainda parecia estar impregnado em suas roupas, e a lembrança do toque de sua pele lhe provocava um arrepio sutil.
Ao chegar em casa, dispensou os funcionários e dirigiu-se ao quarto. A mansão era imponente, luxuosa, mas, para ele, não era um espaço vazio. Foi ali que cresceu, onde cada canto guardava memórias de uma infância feliz ao lado dos pais. O grande salão ainda exalava o perfume da madeira antiga e dos livros que sua mãe costumava ler para ele nas noites frias. As marcas no batente da porta de seu antigo quarto, onde seu pai anotava sua altura a cada aniversário, permaneciam intactas, um lembrete silencioso do tempo que não voltava.
Mas essa mesma casa, cheia de lembranças preciosas, também era o lugar onde ele se tornara um homem solitário. O acidente de carro que levou seus pais o forçou a amadurecer rápido demais. A mansão, antes cheia de risadas e vozes animadas, tornou-se um refúgio silencioso, onde o eco de suas próprias pegadas era muitas vezes o único som audível.
Jogou o paletó sobre a poltrona de couro junto à lareira apagada, afrouxou a gravata e sentou-se na beira da cama. Massageou as têmporas, tentando afastar o turbilhão de pensamentos. No dia seguinte, teria uma reunião crucial, um contrato milionário em jogo, mas sua mente estava longe dos negócios.
Ele deitou-se, sentindo o colchão macio acomodar seu corpo cansado. Respirou fundo, fechando os olhos na tentativa de afastar as imagens de Juliete que insistiam em permanecer em sua mente. O sono veio aos poucos, arrastando-o para um mundo de sensações.
A princípio, foi apenas um sussurro. Um toque leve, quase imperceptível. Adrien sentiu uma presença ao seu lado. Um perfume doce invadiu seus sentidos, quente e envolvente. Abriu os olhos e encontrou Juliete ali, seus lábios curvados em um sorriso enigmático.
Vestida de vermelho, um vestido que marcava suas curvas de forma provocante, ela o observava com um brilho malicioso no olhar. O tecido acetinado reluzia sob a luz suave, moldando-se ao seu corpo como uma segunda pele. Ela se aproximou lentamente, os olhos carregados de intenções silenciosas. Seu sorriso era um convite irresistível.
Adrien sentiu seu corpo reagir ao simples toque dos dedos dela em seu peito. Seus lábios se aproximaram, roçando sua pele, deixando um rastro de calor por onde passavam.
Ele a puxou para si, seus corpos colidiram, e ela riu, um som baixo e provocador. Suas mãos deslizaram por suas costas, explorando cada curva, cada centímetro de pele exposta. O desejo crescia como uma chama incontrolável. Ele sentia a textura macia dos lábios dela contra os seus, a respiração quente entrecortada pelo anseio mútuo.
As mãos de Juliete brincavam com os botões da camisa dele, deslizando lentamente pelo tecido até tocar sua pele. Ele estremeceu sob aquele toque, como se cada nervo do seu corpo estivesse à flor da pele. Ela sussurrou algo ininteligível em seu ouvido, a voz sedosa e cheia de promessas.
O mundo ao redor parecia desaparecer. Nada existia além daquele momento, daquele desejo palpável que pairava entre eles. Adrien a segurou pela cintura, colando seu corpo ao dela, sentindo sua respiração entrecortada, o coração acelerado.
As mãos dela deslizaram até a fivela de seu cinto, os dedos ágeis desfazendo-o com lentidão torturante. Adrien fechou os olhos, antecipando o toque seguinte, mas quando a sentiu se afastar por um breve segundo, abriu-os novamente.
Juliete estava ali, olhando para ele com um sorriso enigmático. - Você me deseja, Adrien? - sua voz soou como uma carícia.
Ele tentou responder, mas o som de seu próprio nome escapando dos lábios dela o fez despertar abruptamente.
Seu corpo estava quente, a respiração ofegante. Sentiu o desejo pulsando em suas veias, um desejo tão forte que quase o dominava. Sentou-se na cama, passando as mãos pelos cabelos, tentando recuperar o controle. Cada detalhe do sonho ainda estava vivo em sua mente, tão real que seu corpo parecia carregar o toque fantasma de Juliete.
Levantou-se bruscamente e foi até o banheiro. Precisava de um banho frio.
Enquanto a água escorria por seu corpo, Adrien fechou os olhos e tentou afastar aquelas imagens. Mas algo dentro dele dizia que Juliete seria sua perdição.