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Quando finalmente me deitou na cama, senti o tecido frio sob minhas costas, um contraste com o calor que emanava de nossos corpos. Ele me olhou novamente, os lábios entreabertos, como se fosse falar algo, mas nenhum som saiu. Não precisava. Havia uma comunicação silenciosa, carregada de emoção e urgência, como se nossos corpos soubessem exatamente o que fazer, mesmo que nossas mentes estivessem perdidas.
O tempo parecia ter parado, e cada movimento, cada toque, era ao mesmo tempo uma descoberta e um encontro. Algo sobre aquele contato ia além do físico; era como se ele tivesse alcançado algo profundo dentro de mim, algo que eu mesma não sabia que existia. Havia desejo, sim, mas também uma intensidade emocional que me fazia sentir completamente viva. Eu sabia que aquela noite não deveria ter acontecido, mas não conseguia me arrepender.
Acordei com o calor do corpo dele ao meu lado, sentindo seu braço pesado e protetor ao redor da minha cintura.
Ele ainda dormia, seu rosto relaxado, como se ele também tivesse se deixado levar por aquela noite de impulsos. Fiquei ali por alguns momentos, tentando entender o que tinha acontecido, mas logo percebi que precisava sair dali.
Com cuidado, comecei a me afastar, tentando não o acordar. Mas assim que me movi, ele abriu os olhos, me olhando com uma intensidade que fez meu coração disparar novamente.
"Saindo sem se despedir?" Ele murmurou, sua voz ainda rouca pelo sono.
"Eu... isso foi um erro," consegui dizer, embora minhas palavras não soassem tão convincentes.
Ele deu um meio sorriso enigmático que me fez sentir ainda mais perdida.
Eu não sabia o que ele queria dizer com aquilo, mas antes que pudesse perguntar, levantei-me vesti minhas roupas apressadamente enquanto ele me observava feito um falcão, então consegui sair do quarto morrendo de vergonha pelo que tinha feito.