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- Onde você está? Seu pastorzinho de merda!
- Estou onde deveria. - Fritzz ouvia gemidos baixos, nada comparado a prazer. Aqueles eram de pura dor. - Eu te pago o dobro do nosso último acerto, só deixe-a em paz. Por favor. Só deixe-a viva e suma das nossas vidas.
- Um lobo em pele de cordeiro. - Rafael estalou a língua. - Ela é minha por direito, tanto civil como divino. Nadine vai pagar pelo quê fez.
Horrorizado, Fritzz escutou o som de algo estalado, e em seguida o grito agoniado de Nadine. Pareceu até mesmo sentir o cheiro do sangue dela invadir a narina.
Rafael encerrou a ligação, e ele socou o volante tantas vezes que sentiu a mão doer. Nadine estava em perigo, e se ele não fosse rápido, não teria tempo de tê-la da forma que queria.
- Eu vou cumprir a minha promessa. - Fritzz encarou o céu chuvoso e frio. - Por favor, se você existe de verdade. Não a leve de mim. Por favor. Me dê tempo de salvá-la.
(***)
Nadine permanecia onde estava, desde que fora levada por Rafael. Deitada no meio do chão do próprio quarto, encolhida em posição fetal, abraçada ao corpo na tentativa de amortecer os chutes que levava. E que não eram poucos.
Ouvia o som dos passos de Rafael no andar de baixo, ele rezava alto, enlouquecido, ou talvez até drogado. Chorava, ria feito o louco que era.
- Querida. - A voz dele soou pela casa. - A mulher precisa ser repreendida com vara, para que se torne sábia.
- Isso não está escrito em canto algum, Rafael. Só na sua mente torta. - Nadine limpou o canto da boca deixando um rastro de sangue no rosto machucado.
- Não brinque comigo, esposa. - Rafael entrou no quarto, Nadine de olhos baixos viu o bico do sapato dele, não queria olhá-lo nos olhos, o desprezava de mais. - Fique de joelhos. - Ordenou.
Nadine deslizou os olhos cheio de desprezo pelo corpo dele, até encontrar com o que Rafael tinha nas mãos.
- Fique de joelhos, Nadine. Seja obediente. Vamos!
Nadine se apoiou nas mãos com dificuldade, ficou de joelhos e o encarou de baixo.
- Tire a roupa e vista a sua túnica da sabedoria.
- O que vai fazer, Rafael?
- Entreguei a sua vida a Deus. Se ele não te levar, vai te moldar no sofrimento.
O vestido fino fora resumido a trapos. Nadine o passou por cima do ombro e logo sentiu a aspereza do tecido cobrir-lhe os ombros.
- Vai ser o melhor. Esses demônios que estão em você, vão sair. Quero a minha Nadine, doce e amorosa de volta.
- Doce e amorosa. - Nadine desatou a rir tanto que se dobrou pela dor nas costelas. - Então pode buscá-la em algum lugar. Porque essa aqui, - bateu no peito. - Nunca foi doce, muito menos amorosa com você. Medo, sim. Foi isso que eu tive em todos esses anos. E quer saber? Vou te confessar uma coisa. Eu tive orgasmos de verdade. várias vezes. Por todos os buracos.
- Não, Nadine. Você não é digna de pena. Vou entregar a sua alma para o inferno, hoje mesmo.