Capítulo 7 Novo lar

Pedro era um bom homem, que via na sua paternidade recém descoberta, a oportunidade de refazer sua vida, quando jovem chegou a ser jogador profissional, assinou o contrato por um grande clube fora do Brasil, mas deixou o dinheiro e fama lhe subir a cabeça, traiu sua namorada com quem pensava casar-se, e nunca soube que ela esperava um filho seu.

Depois que terminou com Natasha, tudo desandou na vida de Pedro, Lesões e mais lesões, prejudicaram sua carreira, a última, uma entrada desleal de um adversário, que fraturou sua perna esquerda, o tirou dos gramados para sempre, sem seu grande amor e sem seu sonho, Pedro focou nos negócios, mas também, acabou sendo escravo de alguns vícios, o álcool era um deles.

Andrew chega na sua nova casa, com o seu pai empurrando sua cadeira de rodas.

- Então filho, o que acha da minha, quer dizer... Nossa casa!

Não era uma casa simples, era uma pequena mansão, havia piscina, jardim, um campinho de futebol, a casa era muito bonita, mas nada parecia alegrar o garoto.

- Você não gostou da sua nova casa, meu filho? Pergunta Pedro.

- Só gostaria que a mamãe estivesse comigo, apenas isso... Diz Andrew.

- Filho, me desculpe, você tem todos os motivos do mundo para estar triste, sei que não sou como Natasha, sou um pai de primeira viajem, você é meu primeiro e único filho, ao, menos é o único que sei que tenho... E quero me esforçar para ser um bom pai, eu também daria tudo para que sua mãe estivesse com a gente, eu sei que quem estragou tudo fui eu, do contrário...

Andrew interrompe o pai e lhe pergunta.

- Mas você nunca procurou ela? Nunca tentou se explicar? Pedir que ela o perdoasse? Pergunta o menino.

- Sim, eu fiz isso... Mas sem sucesso, sua mãe sempre me deixou bem claro que nunca perdoaria uma traição, a família dela era contra nosso relacionamento, as amigas, o mundo todo era contra por eu ser jogador de futebol e ir jogar fora do país... No fim das contas todos estavam certos... Eu não valia tanta coisa... Diz Pedro.

- O senhor não precisa ser o que as pessoas lhe julgam ser! Deve tomar as rédias de seu destino você mesmo e sempre firme! Diz o pequeno garoto.

Pedro olha surpreso, pensativo para seu filho e se pergunta: "Como um garoto de apenas 8 anos tem palavras tão maduras e sábias?" Era algo realmente impressionante.

- Você realmente se parece com sua mãe, ela fez um trabalho excelente como mãe, o educando meu filho.

Eles entram em casa, e são recebidos por Ana, a governanta da casa, uma mulher de seus 58 anos, cabelos já grisalhos, presos...

- Filho, esta é Ana, minha governanta, ela que me ajuda a manter a ordem das coisas por aqui. Diz Pedro.

- Muito prazer senhora... Diz o pequeno.

- Mas que garotinho educado! O prazer é meu! O que eu puder fazer para tornar sua vida melhor, não hesite em me pedir! Sei que está passando por um momento muito difícil, a perca de sua mãe, sabe, eu também perdi alguém especial, a minha filha, Rose... Não tem muito tempo... Diz Ana.

Nisso os dois criam uma conexão especial, um conhecia a dor que o outro carregava...

- Ana! Onde está sua neta? Filho, Ana ficou responsável pela neta, a filha de sua falecida filha... Vai ser bom você conviver com uma criança aqui em casa... Diz Pedro.

Ana chama pela neta, uma menina de 7 anos, magrinha, moreninha, agarrada com uma boneca...

- Filha, este é o...

- Andrew! Andrew'é meu filho Marine, quero que vocês dois sejam grandes amigos, e cuidem um do outro, afinal vou colocar você para estudar na mesma escola que ele, quero que sejam como irmãos, tudo bem? Diz Pedro colocando a pequena no braço e levanto até perto de seu filho.

Os dois se olham e ali nascia uma grande e verdadeira amizade entre duas crianças que, no futuro, iria evoluir para algo, além disso...

- Você não pode andar? Pergunta Marine.

- Filha! Repreende Ana.

- Posso, só que faço fisioterapia, faz dias que não vou para minhas seções, meu andar é meio desengonçado, as crianças na escola riem de mim! Diz Andrew.

- Filho! Preciso do contato da sua fisioterapeuta, para agendar suas sessões, sabe o nome dela? Na sua escola já está tudo acertado, você volta a estudar na segunda-feira... Ana, Marine, mostrem o quarto para Andrew, eu vou fazer umas ligações e resolver umas coisinhas...

Ana olha e vê que Pedro havia colocado todas as bebidas que tinha em casa dentro de caixas, cumprindo o que havia falado, que iria vencer o álcool e deixar vício para trás, para cuidar do seu filho.

Hiroshi, o mentor espiritual de Andrew, observava tudo na casa nova do garoto...

- Terei de me ausentar alguns anos de nossos diálogos, pequeno samurai, mas irei voltar, quando você estiver pronto, eu irei voltar, e sempre que precisar de mim, através dos nossos pensamentos, sempre irei lhe enviar boas intuições e boas vibrações... Diz o mentor.

                         

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