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Assim que as portas do elevador se abriram ela percebeu que tudo estava escuro, a pouca claridade do local era feito por velas colocadas estrategicamente em pontos específicos, olhou para todos os lados não vendo ninguém e tremeu nervosa, será que estava tão atrasada que todos tinham ido embora? Ou será que estava tão adiantada que ninguém tinha chegado? Caminhou desconfiada até as grandes janelas de vidro admirando a cidade, ela nunca tinha visto uma vista daquelas de Los Angeles, aquela cidade parecia ainda mais bela vista dali de cima, as luzes iluminavam tudo, era de fato a cidade dos anjo
s, tamanha era sua beleza.
- Boa noite...
Luana se virou assustada ao ouvir a voz forte, rouca e sensual, sua respiração ficou ofegante assim que reconheceu o homem que agredira no dia das fotos, sem saber como reagir tentou fugir do olhar dele abaixando a cabeça envergonhada.
- Boa noite, Sr. Lyne.
- Pode me chamar de Aaron, se quiser...
Ele se afastou pegando uma garrafa de champanhe e voltando para ela com uma taça nas mãos.
- Aceita uma bebida Luana?
- Desculpe, eu não bebo... – Disse por fim ainda sem graça pela forma que ele a olhava, era como se quisesse intimidá-la, aquele homem parecia devorá-la com os olhos.
Naquele dia em frente a Lyne Models ela não tinha reparado o quanto ele era belo, mas agora ali na sua frente ela não podia deixar de se sentir atraída, ainda mais quando os movimentos dele faziam com que seu perfume se espalhasse pelo ar, nervosa mordiscou o lábio, Aaron parecia cuidar cada misero movimento dela.
- Escuta o que exatamente esta acontecendo aqui? Quero dizer, achei que teriam mais pessoas.
- Mais pessoas? – Ele perguntou confuso e então sorriu. – Não, acredito que seremos apenas nós dois.
- Só nós dois? Mas, isso não é intimo demais? Quero dizer, não se ofenda, mas não estou acostumada a ter um contato tão íntimo com meus chefes.
- Chefes? Não estou entendendo senhorita Luana, poderia se explicar melhor?
- Não estou aqui por causa do concurso? Seu advogado me procurou e fez entender que eu tinha sido escolhida, então imaginei que haveria mais modelos aqui...
Aaron abriu e fechou a boca e então riu seco e arrogante.
- Escolhida? De certa forma, podemos até dizer que sim e se for gentil, porque não?
Ele se aproximou colocando o cabelo dela atrás da orelha, Luana arregalou os olhos se assustando e então deu um passo para trás desejando se afastar dele.
- Gentil de que forma?
Ele voltou a se aproximar a colocando contra a vidraça, soltou a taça de champanhe na mesinha ao lado e delicadamente desenhou o rosto dela com a ponta dos dedos.
- Não vê como estou atraído? Você pode ser o que você quiser Luana, quer ser modelo? Que seja, coloco você no topo do mundo da Lyne Models se quiser, mas para isso terá que parar de fugir de mim e ser uma boa garota.
Luana engoliu a própria saliva sentindo-se enojada, agora compreendia muito bem o que ele queria dizer, aquele homem lhe causou ânsia, da mesma forma como Jhony lhe causava, irada ela o empurrou para longe, pegou a taça de champanhe e jogou em seu rosto.
- Seu asqueroso nojento! Escute bem, eu não sou esse tipo de garota!
Cruzou por ele furiosa se dirigindo a saída, mas Aaron a segurou pelo braço a puxando para si, nesse momento ele reconheceu aquele olhar gélido, sim ele tinha se enganado, aquilo não era um jogo, ela não estava fingindo ou fazendo um doce, aquele era Luana Bristot.
Com raiva ela chutou suas partes intimas e voltou a se soltar dele enquanto ele se curvava de dor.
- Me deixe em paz seu louco! Eu nunca mais quero ver você!
Saiu correndo em seguida, Aaron viu a mulher se distanciar dele e desaparecer na porta, respirou fundo tentando se recuperar e pensando em ir atrás dela, porém era tarde, ele sabia que a tinha machucado, ela não voltaria nem que ele lhe prometesse a empresa inteira, talvez ele não tivesse julgado ela como deveria.
Luana apertou várias vezes no botão do elevador, porém assustada demais para esperar que as portas se abrissem e com medo que ele viria atrás dela, ela desceu as escadas apressada, horas tropeçando nos próprios pés, até que resolveu tirar as sandálias para poder correr melhor, assim que alcançou a rua e sentiu o vento gelado bater no seu rosto deu-se por conta que estava chorando, não sabia se era medo, raiva ou apenas nojo, todos seus sonhos de mudar de vida tinham caído por terra e agora como ela faria para voltar para casa? Se chegasse daquele jeito, seu padrasto a mataria, sua mãe acharia que ela estava se prostituindo com algum ricaço, correu até um beco escuro e agachou-se abraçando os joelhos e chorando baixo, até que finalmente em um momento de clareza, decidiu que precisava buscar ajuda, então se levantou e decidiu ir até a casa de Marina, somente ela agora iria entender o que tinha acontecido e poder lhe ajudar.
Assim que Marina abriu a porta assustou-se ao ver Luana.
- Luh é mesmo você?
Parecia Luana, mas aquelas roupas não se pareciam nada com as que a amiga costumava usar e aquelas joias de onde tinham saído?
- Sim, posso entrar?
Ao julgar pela maquiagem borrada e os olhos inchados de tanto chorar Marina podia deduzir, que fosse o que tivesse acontecido à amiga não tinha tido uma boa noite.
Marina deixou que Luana entrasse e então fechou a porta rapidamente.
- O que aconteceu com você? Que roupas são essas?
- Aquele idiota! Eu juro que nunca mais quero ver a cara dele na minha frente!
Marina ficou preocupada.
- Quem? Seu padrasto?
- Não, o Sr. Lyne!
Sim, aquilo combinava com aquelas roupas luxuosas e com aquelas joias, porém Marina não conseguia saber como isso tinha acontecido, pegou Luana pela mão e a levou até o sofá.
- Me espere aqui e tente se acalmar, vou pegar uma água para você.
Marina correu até a cozinha e voltou com um copo de água.
- Agora beba devagar e me conte direitinho o que houve.
Luana respirou fundo tentando se acalmar, porém a raiva fazia com que as lágrimas escorressem toda vez que ela se lembrava do quanto tinha sido burra.
- O advogado da Lyne me procurou, me fez entender que eu tinha sido selecionada, porém era tudo mentira, recebi essas roupas e joias para vestir, acreditei que minhas fotos tinham sido escolhidas para o concurso, porém fui parar na cobertura do tal de Sr. Lyne...
- Cobertura? Ele te levou pra cobertura dele?
- Disse que o mundo poderia ser meu se eu quisesse, mas eu teria que ser uma boa menina, eu teria matado ele se eu pudesse...
Marina abriu e fechou a boca compreendendo tudo.
- Ele encostou em você ou tentou te forçar a algo?
- Não, eu bati nele antes e saí correndo...
Marina torceu a boca e então abraçou Luana com carinho.
- Sinto muito amiga, isso é tudo culpa minha eu nunca deveria ter te colocado nessa, Aaron Lyne não tem mesmo uma boa fama, porém nunca imaginei que ele fosse ir tão longe, levou você direto para o matadouro dele...
- Matadouro?
- É como chamamos a cobertura, eu nunca fui lá é claro, mas conheço algumas garotas que foram, iludidas com um mundo glorioso de sucesso.
- Aquele homem é um asqueroso nojento! Não tem alma e nem coração! Fez com que eu me sentisse horrível!
- Eu sinto muito amiga! – Marina voltou a abraçá-la com carinho.
Depois de um tempo e já mais calma Luana emprestou umas roupas de Marina para poder voltar para casa sem chamar tanta atenção, tomou um banho demorado tentando se livrar daquela sensação ruim e limpando a maquiagem pesada para que sua mãe e padrasto não desconfiassem de nada, só Deus sabe o que aconteceria a ela se eles soubessem o que tinha acontecido hoje.