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A tensão explodiu como café derramando da xícara. As mãos dele em sua cintura, a boca encontrando a dela com urgência. Roupas foram se perdendo pelo caminho até o pequeno depósito da cafeteria. A temperatura subiu como se cada centímetro de pele pedisse mais. A mesa virou palco. A parede, suporte. E os corpos, instrumentos de desejo.
Ela sentiu o peso dele, a firmeza, a fome nos toques. E se entregou. Inteira. Como se nunca tivesse amado, como se aquele momento fosse tudo o que existia. Como se o mundo lá fora pudesse esperar.
Os sussurros, gemidos e promessas quebraram o silêncio da noite. Ele sussurrava o nome dela como uma oração entre os beijos, como quem a decora com a boca. Os dedos dele exploravam caminhos esquecidos. E Helena não lembrava da última vez em que havia se sentido tão viva, tão desejada, tão... mulher.
Ela havia esquecido como era ser tocada assim – com tanta vontade, tanta entrega. E ele parecia conhecer cada parte dela, como se tivesse esperado a vida toda para tocá-la. Como se a desejasse não só com o corpo, mas com a alma.
E ali, entre os lençóis improvisados de caxemira e o perfume do café adormecido, nasceu algo que nem os dois sabiam nomear. Mas sentiam. No corpo. No peito. No arrepio que ficou depois do prazer.