/0/14603/coverbig.jpg?v=efc048c6874b1c3c0563d2c2e4c8d67a)
Helena sempre foi prática. Dona de uma cafeteria charmosa no centro histórico, levava sua vida entre grãos
de café e clientes fiéis. Nunca teve tempo para romances - ou talvez não queria ter. Depois de um divórcio
amargo aos 28 anos, fechou o coração e abriu a agenda.
Mas naquela manhã de segunda-feira, tudo mudou.
Ele entrou pela porta com o sino tocando, como em uma cena de filme. Alto, moreno, barba por fazer e olhos
que pareciam saber segredos que ela nem sonhava. Vestia uma camisa branca meio amarrotada e um jeans
escuro que deixava claro: ele não estava ali a passeio.
- Um expresso duplo. Bem forte - pediu, com a voz rouca e segura.
Helena se virou para a máquina tentando não corar. "Só mais um cliente", disse a si mesma. Mas sua mão
tremia ao servir o café. Quando ele a olhou nos olhos, por um segundo o tempo parou.
- Você é sempre assim, ou só quando está nervosa? - ele provocou com um sorriso torto.
Ela ergueu uma sobrancelha.
- Eu não fico nervosa, senhor...?
- Caio. Mas pode me chamar quando quiser - ele disse, pegando a xícara como se estivesse tocando nela.
E ela sentiu. O calor. O arrepio. O desejo.