Capítulo 2 CAP 2

No início do nosso namoro eu estava iniciando o ensino médio, sempre gostei de estudar e na maioria das vezes em meu tempo livre, estava sempre debruçada nos livros.

Por mais que eu tenha nascido e sido criada em meio a uma comunidade vulnerável, aprendi que os estudos era o melhor caminho para um futuro brilhante.

Mesmo faltando um pouco mais de dois anos ainda pela frente para poder terminar meus estudos, eu já estava preocupada com o meu futuro profissional, tentando fazer alguns cursos paralelos aos meus estudos já recorrentes, em busca de ter uma preparação mais adequada para conseguir concorrer a alguns concursos públicos futuramente, porém não era nem um pouco barato esses cursos preparatórios, minha mãe naquele momento não tinha condições para custear, e nem eu queria que ela se sacrificasse mais ainda por mim. Continuei estudando em casa dentro das nossas possibilidades.

Uma das pessoas que me ajudou além da minha mãe com sua dedicação em seu trabalho para não deixar faltar nada para nós, foi a patroa dela, a Delegada Amanda Duarte, ela sempre foi presente em nossas vidas e por conta disso ela via meu interesse nos estudos e sabia que eu era uma boa aluna e com boas notas.

Certo dia ela me chamou para ir em sua casa logo depois da escola, eu fiquei curiosa, não sabia ao certo do que se tratava.

Amanda: Oi Erika?! Seja bem-vinda e fique à-vontade, sinta-se em casa.

- Oi Sra. Amanda. Muito obrigada!

Eu confesso que sempre ficava um pouco sem jeito de estar em uma casa que tinha um padrão mais elevado do que eu estava acostumada a conviver, ainda por cima, sendo o local de trabalho da minha mãe, estava com medo de fazer merda. Dei um abraço gostoso na minha mãe e ela ficou ali do meu lado.

Amanda: Supostamente você não faz ideia porque a chamei aqui?!

- Não mesmo. Aconteceu alguma coisa?

Amanda: Não aconteceu nada, queria comunicar a você pessoalmente que vou te presentear com uma bolsa de estudos no curso preparatório, tudo por minha conta até você ter idade para fazer um concurso público.

- Não acredito. A senhora está falando sério, Sra. Amanda?

- É claro que estou.

- Não sei como agradecer, estou muto emocionada com essa notícia.

Amanda: A melhor forma de agradecimento é sua dedicação e aproveitamento em seus estudos, fico feliz em ver você animada com essa novidade.

- A senhora não sabe o quanto estou grata. Garanto que vou fazer de tudo para nunca decepciona-la, muito, muito, muito obrigada.

Aquele foi um dos melhores dia da minha vida. Quando cheguei em casa não estava aguentando de tanta alegria e já queria contar para o Mikael sobre o que tinha acontecido, mas tinha que esperar ele chegar para poder falar e curtir um pouco a noite com ele.

Quando ele chegou na minha casa para me ver, já era um pouco tarde.

- Oi, fez um extra novamente hoje?

Mikael: Você já me aborda assim? Vem cá me dar um beijo. Estava com saudades.

- Eu também estava. Tenho uma novidade para te contar.

Mikael: Nossa, deve ser uma coisa muito boa para essa empolgação toda.

- Sim, muito boa mesmo. Estou até agora sem acreditar.

Mikael: Tá, mas antes, deixa eu te dar essa coisinha linda que achei a sua cara e resolvi trazer quando eu vi.

Novamente ele trouxe um presente do qual eu sabia que era quase impossível uma pessoa em nossas condições conseguir comprar de uma forma tão simples, era um relógio de grife. Fiquei um pouco assustada, mas naquele momento estava tão alegre que logo me deixei distrair.

- Outro presente? Mas está com pouco tempo que você me deu um celular, está lembrado?

Mikael: Te presentear nunca será demais pra mim.

- Eu sei, mas não precisa gastar com presentes caros, você sabe que isso não é necessário, assim você vai acabar se endividando.

Mikael: Não se preocupe com isso, se eu pudesse te daria o mundo. Afinal, os extras que estou fazendo estão dando certo. Agora me conta a novidade, eu estou ansioso para saber.

- Então, sabe a patroa da minha mãe? Ela me presenteou com uma bolsa de estudo em um curso preparatório.

Mikael: Olha que legal. Vejo que você tem uma nova pessoa para te bancar. Por que não me falou que queria se matricular nesse curso? Eu teria dado um jeito para pagar para você.

- Não admito que fale dessa forma, isso é sobre o meu futuro e não sobre o que você consegue ou não dar um jeito. E outra, pensei que iria se alegrar comigo com essa notícia, mas estava enganada. Amanhã nos falamos, estou um pouco cansada e quero descansar.

Mikael: Calma, não foi isso que quis dizer.

- Até amanhã, Mikael, boa noite!

Naquele momento eu sabia que se eu não começasse a dar um basta em coisas como aquelas, logo viraria costume e ele se acharia no direito de sempre querer me tratar dessa forma.

Fui para cama um pouco triste por conta desse nosso desentendimento, mas ao mesmo tempo bastante contente com a novidade que ganhei da Sra. Amanda. Não via a hora de fazer minha matrícula e já começar meus estudos.

No dia seguinte, Mikael me procurou, chegou em casa mais cedo do que o costume e em seguida foi na minha casa. Eu abri a porta e lá estava ele com um lindo e perfeito buquê de flores como pedido de desculpas, eu ainda estava um pouco sentida com o acontecido, mas logo me desmontei toda com aquela ação dele.

Minha mãe tinha saído com algumas amigas naquela noite, estava um pouco na dúvida se era uma boa ideia convidá-lo para entrar, porque eu não sabia qual seria a reação da minha mãe se chegasse e visse ele comigo em casa, sozinhos.

Mesmo assim, chamei e fomos para a sala assistir um filme para passar um tempo juntos. Na minha opinião, não teria nada de mais, ela já o conhecia, então estava tudo bem.

Ele, como já era certamente de casa, se propôs a fazer um lanche para nós, enquanto eu procurava um filme para assistir, e finalmente achei um ideal para aquela noite, um que nos colocou em pequenas situações, como uma conversa, um olhar, uma dúvida, um gesto de carinho. Isso criou um senso de identificação e empatia e reforçando o vínculo entre nós.

Porém, antes que o filme pudesse acabar, o clima deu uma esquentada. Estávamos aos beijos e pegadas bem gostosas, não posso negar que estava com um turbilhão de sensações explodindo dentro de mim. Nós não tínhamos tido ainda nenhum tipo de relação sexual, pois além de sermos um pouco jovens, não havia tido momentos para isso, mas estávamos em uma condição muito favorável para que isso acontecesse.

Mikael: Deixa eu te tocar? Quero te sentir.

Ele já estava com sua mão abrindo meu zíper, eu simplesmente nesse momento só conseguia suspirar e querer sentir ele me tocar, pois já estava bastante excitada. Quando ele finalmente me tocou e começou a me masturbar, percebemos que minha mãe estava chegando. Rapidamente me ajeitei, ele também e ficamos com cara de paisagem rindo um para o outro.

Minha mãe ao entrar em casa com certeza deve ter percebido nossas caras desconfiadas, mas agiu naturalmente.

Carmem: Boa noite Mikael! Tudo bem, meu filho? Como você está?

Ele sussurrou no meu ouvido...

Mikael: Acho que ela não vai gostar de saber como estou.

Eu dei um pequeno belisco em seguida de uma risada discreta.

Mikael: Estou bem dona Carmem. E a senhora? Como está?

Carmem: Levando a vida como Deus permite, se me der licença, vou tomar um banho para descansar, amanhã terei que acordar cedo.

Mikael: Eu já estou de saída, nem vimos a hora passar, estávamos assistindo um belo filme. Boa noite para a senhora.

Carmem: Boa noite meu filho, fica com Deus.

- Vou deixar você lá fora.

Mikael: A noite foi ótima.

- Foi mesmo, mas temos que ir um pouco mais devagar para não fazermos nada precipitadamente. Quero que o nosso primeiro momento seja especial.

Mikael: Você tem razão, prometo que vai ser inesquecível, e no seu tempo.

            
            

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