Uma nova oportunidade para te amar - História de Liz e Alex.
img img Uma nova oportunidade para te amar - História de Liz e Alex. img Capítulo 8 Teste de paternidade
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Capítulo 11 Doutor marrento img
Capítulo 12 Mãe forte e corajosa img
Capítulo 13 Reconquistar a mãe do meu filho img
Capítulo 14 A notícia devastadora img
Capítulo 15 Vou cuidar de você img
Capítulo 16 A italiana img
Capítulo 17 Um susto img
Capítulo 18 Crise de luxúria img
Capítulo 19 A única mulher que amei img
Capítulo 20 Lábios quente e famintos img
Capítulo 21 Uma madrugada qualquer img
Capítulo 22 Desejo img
Capítulo 23 Noite de prazer img
Capítulo 24 Brincando com o fogo img
Capítulo 25 Devia ter feito melhor img
Capítulo 26 A arrogância img
Capítulo 27 Chantagem emocional img
Capítulo 28 A ousadia img
Capítulo 29 Mentirosa img
Capítulo 30 Olhar de gata assustada img
Capítulo 31 Acharam ele img
Capítulo 32 Casa comigo img
Capítulo 33 Não quero te perder img
Capítulo 34 O bilhete ameaçador img
Capítulo 35 Falso moralismo img
Capítulo 36 Poderoso chefão img
Capítulo 37 A minha namorada img
Capítulo 38 A briga img
Capítulo 39 Uma tola apaixonada img
Capítulo 40 Diga a verdade img
Capítulo 41 Sucumbindo à tentação img
Capítulo 42 A fúria do senhor Welsch img
Capítulo 43 O encontro img
Capítulo 44 Preciso de você img
Capítulo 45 Boa garota img
Capítulo 46 Por favor, não pare img
Capítulo 47 Fugir do vexame img
Capítulo 48 Confusa img
Capítulo 49 Perseguidor img
Capítulo 50 Filhas do Gabriel img
Capítulo 51 Um novo rumo img
Capítulo 52 Paronoia img
Capítulo 53 Ousada img
Capítulo 54 Você é a próxima img
Capítulo 55 Perigo img
Capítulo 56 Só me toca img
Capítulo 57 Você me enlouquece img
Capítulo 58 Postura autoritária img
Capítulo 59 Não vou desistir img
Capítulo 60 Uma batalha judicial img
Capítulo 61 Revoltada img
Capítulo 62 Bêbada img
Capítulo 63 Precisamos conversar img
Capítulo 64 O vício em uma mentira img
Capítulo 65 Eu te amo img
Capítulo 66 Decepção img
Capítulo 67 Puro êxtase img
Capítulo 68 Enojada img
Capítulo 69 Fotos e vídeos img
Capítulo 70 A traição de Alex img
Capítulo 71 Resultado do exame img
Capítulo 72 Motivo de chacota img
Capítulo 73 Ele é inocente img
Capítulo 74 Visita inesperada img
Capítulo 75 Minha redenção img
Capítulo 76 A conversa difícil img
Capítulo 77 Chama do desejo img
Capítulo 78 Tão quente img
Capítulo 79 Você é toda minha img
Capítulo 80 Mudança img
Capítulo 81 Chave de cadeia img
Capítulo 82 Uma amante img
Capítulo 83 Momento doloroso img
Capítulo 84 Coincidência img
Capítulo 85 Encontro casual img
Capítulo 86 Assistente do meu noivo img
Capítulo 87 Carpe Diem img
Capítulo 88 Intimidade proibida img
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Capítulo 8 Teste de paternidade

POV Doutor Alex.

Era meu terceiro plantão consecutivo. Trinta e seis horas sem dormir, dois cafés aguados e uma dor na lombar que ameaçava me partir ao meio.

Porra! Eu estava no limite da exaustão, mas o hospital não parava. Emergências, boletins, bisturis e caos.

Desde o episódio do elevador, Elizabeth continuava me ignorando com aquela frieza nos olhos, palavras afiadas.

No meio do corredor da ala pediátrica, observava os residentes apresentando os prontuários dispersamente. Minha mente já não registrava mais nada. Era como se tudo ao redor se embaralhasse em vozes, monitores e luzes brancas. Até que a porta da recepção se abriu com violência.

- Doutor Alex! - Alguém chamou.

Meu corpo reagiu antes da razão. Girei a cabeça. E então a vi a Viviane Welsch.

Com os cabelos em desalinho, rosto molhado de suor e lágrimas, e o neto se debatendo nos braços. Meu corpo despertou num sobressalto. Corri até ela, atravessando o saguão como uma flecha em rota certeira.

- O que houve? - indaguei, já estendendo os braços para pegar o menino.

- É o Charlie! - disse ela, ofegante. - Ele está ardendo em febre desde cedo. Eu tentei de tudo, compressas, banho morno, antitérmico... Mas agora... - ela engasgou nas próprias palavras. - Ele começou a se debater. Fiquei desesperada. Gabriel está em viagem, e Liz saiu pra jantar com o noivo.

Não consegui pensar em mais nada. A única imagem fixa na minha mente era o pequeno corpo mole contra o peito da avó. Os lábios secos, a testa brilhando, e aqueles olhinhos semicerrados, como se estivesse perdendo a batalha para se manter acordado.

- Me dá ele. Agora. - exigi.

Viviane obedeceu sem hesitar. Coloquei Charlie nos meus braços e senti o calor anormal do seu corpo. Era como segurar uma brasa viva.

- Sala de emergência pediátrica. Agora. - Gritei por cima do ombro, enquanto disparava pelos corredores com Charlie junto ao peito.

Atrás de mim, escutei os passos apressados de uma das enfermeiras, que logo entendeu o que estava acontecendo. Em segundos, entramos na sala. Coloquei Charlie na maca com toda delicadeza possível.

- Ele tem quantos anos? - perguntei à enfermeira enquanto retirava minha prancheta.

- Fez cinco anos há poucos dias - respondeu Viviane, que surgiu atrás de mim com o rosto aflito.

- Pupilas lentas, extremidades frias, sudorese intensa, taquicardia - enumerei rapidamente. - Traga a dipirona injetável, compressas de gelo e prepare o acesso venoso.

A enfermeira acenou e saiu como um raio.

Olhei para o garotinho. Seus bracinhos se contraíam em espasmos breves. Ele murmurava algo entre o delírio e a febre.

- Shhh, campeão... vai ficar tudo bem - falei baixinho, roçando minha mão em sua testa suada.

Ele estremeceu. Aquele menino poderia ser meu filho. E estava à beira do colapso.

Conectei o oxímetro, apliquei a medicação e coloquei as compressas. Meu foco era total. Eu precisava salvá-lo. Precisava mantê-lo estável. Não era hora de pensar em paternidade, nem em Liz. Era o momento de agir como médico. Viviane se aproximou e segurou meu braço com os dedos trêmulos.

- Por favor, salva o meu neto - a voz dela se partiu.

Levantei os olhos para ela. Vi o medo sincero de uma avó que já perdeu noites cuidando, criando, acalentando. E naquele instante, dependia de mim para manter aquele menino respirando.

A enfermeira voltou com os medicamentos, e eu finalizei o procedimento.

Minutos depois, a febre recuava aos poucos. Os espasmos cessaram. O corpo repousava com mais calma.

Suspirei aliviado e sentei na cadeira ao lado da maca. Deixei a cabeça pender para trás por um instante.

Viviane limpou os olhos e, em silêncio, acariciou os cabelos do neto.

- Obrigada, doutor. - Ela falou. - Não sabia mais o que fazer.

Assenti devagar.

- Não precisa agradecer. Eu faria isso mesmo se...

Ela me encarou.

- Mesmo se não fosse seu filho?

Não respondi. Só olhei para Charlie e logo depois, os meus olhos se ergueram.

- Você acha que ele é meu?

Vivian não respondeu. Apenas passou a mão nos cabelos do neto e beijou sua testa.

- Sei que você foi o único homem com quem minha filha esteve antes do meu neto nascer.

Levantei-me. Observei Charlie mais uma vez e, antes de sair da sala, disse:

- Se Liz não me disser a verdade... o sangue dele vai. Vou fazer o exame amanhã.

Viviane não tentou me impedir. Apenas assentiu com tristeza. Saí dali com o coração apertado. Aquele pequeno corpo febril que quase me escapou pelos dedos - era muito mais do que um paciente e eu ia provar isso. Nem que tivesse que enfrentar Elizabeth mais uma vez.

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POV Liz

O restaurante escolhido pelo meu noivo ficava em Montmartre.

Era um daqueles lugares discretos, elegantes, com luzes amareladas e garçons que andavam como se deslizassem. Um quarteto de cordas preenchia o salão com melodias de Debussy, e as taças de cristal tinham mais brilho do que o necessário.

Eu deveria estar presente de corpo e alma, porém, só o meu corpo estava ali.

- Liz, está ouvindo o que estou dizendo? - A voz de George me alcançou do outro lado da mesa.

Levantei os olhos e forcei um sorriso. Ele vestia um blazer cinza-claro, o cabelo castanho penteado com exatidão britânica, os olhos verdes vasculhando os meus em busca de algo que eu não conseguia oferecer.

- Desculpe - murmurei, ajeitando o guardanapo sobre as pernas. - Você estava falando sobre...?

Ele pousou os talheres com calma e entrelaçou os dedos sobre a toalha de linho.

- Sobre o que vamos fazer depois do casamento. Quero saber como você se sente sobre manter essa ponte aérea. Londres e Paris não são tão distantes, mas... - ele suspirou. - Mas você parece cada vez mais ausente, mesmo quando estou aqui.

- George...

Ele me interrompeu com um gesto gentil.

- Não estou te cobrando, Liz. Só estou tentando entender onde eu me encaixo nos seus planos.

Sim, George sempre soube falar com ternura. Ele era um homem educado e gentil. Por mais que ele me tratasse com cuidado, havia um vazio dentro de mim que nem ele, com toda sua generosidade e educação, conseguia alcançar.

E nesse instante, involuntariamente, meu pensamento voltou para Alex.

Mesmo depois de seis malditos anos, aquele homem ainda tinha o poder de invadir minha mente como se fosse dono dela.

Bastou vê-lo naquele auditório. Bastou escutar sua voz rouca me chamando de "doutora Welsch", como se não tivesse passado um dia sequer. E quando ele parou o elevador... o que ele fez, o modo como me olhou, me tocou - eu deveria tê-lo denunciado por assédio. Mas não fiz. Não tive coragem. Nem convicção.

Porque, por mais que eu mentisse para o mundo, o meu corpo não sabia esquecer o dele. Nem os meus olhos e muito menos a minha mente e o meu coração.

- Liz? - George interpelou com um olhar desconfiado. - Você está bem?

Assenti.

Ele recostou-se na cadeira, cruzando os braços. A atmosfera mudou.

- Tenho algo importante para te contar. - disse ele com seriedade. - É sobre a proposta da Universidade de Edimburgo...

Mas antes que ele pudesse continuar, meu telefone vibrou sobre a mesa. O nome da minha mãe surgiu no ecrã brilhante.

- Desculpe - sussurrei, pegando o aparelho com os dedos trêmulos. - É minha mãe.

Atendi, me afastando um pouco da mesa.

- Mãe, Está tudo bem?

Do outro lado da linha, ouvi soluços.

- Liz... é o Charlie.

- O quê? O que houve?! - A voz saiu num grito abafado.

- Ele teve febre o dia todo, eu tentei de tudo... mas começou a se debater. Trouxe ele para o hospital.

- Ele está bem agora? - A minha mão apertou o celular com força, e as palavras me sufocaram. - Mãe, fala comigo!

- Está melhor. O doutor Alex está cuidando dele.

Meu coração disparou como se tivesse sido lançado contra um muro.

- O quê?

- O Alex. Ele viu o Charlie e imediatamente tomou conta da situação. Correu e aplicou medicação até Charlie ficar estável.

Minhas pernas fraquejaram. Encostei a mão livre na parede próxima à mesa, sentindo o corpo perder a firmeza..

- Mãe, por favor, não conte... - pedi, mas minha voz já não tinha força nem mesmo para concluir a frase.

Desliguei.

Voltei à mesa em silêncio. George me observava, preocupado.

- Aconteceu algo com o Charlie?

Assenti, sentando-me com movimentos mecânicos.

- Ele está no hospital.

- O quê? - George se levantou de imediato. - Vamos pra lá. Eu dirijo.

Balancei a cabeça.

- Não... não precisa. Volte para hotel e descanse, mais tarde, ligo pra você... - dei um beijo casto nos lábios dele e então peguei a bolsa e saí as pressas.

Já dentro do meu carro, eu prestava atenção na rua enquanto torcia para que Alex não colhesse nenhum tipo de material para fazer o teste de paternidade.

- Mais que merda! - Soquei a buzina sem dó para apressar um carro que andava feito uma tartaruga na minha frente.

Parei no sinal enquanto os meus dedos tamborilavam nervosamente no volante. Olhei para o lado e tive um rápido vislumbre da garota loira.

- Mellanie, - espremi meus olhos ao reconhecer os traços da minha irmã. - Não pode ser! - Cocei o alto da minha cabeça.

O som alto das buzinas me trouxe de volta quando o sinal abriu. Pisei no acelerador, desejando chegar rapidamente ao hospital Saint-Mary.

            
            

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