Capítulo 4 Nada mudou

Cap. 3 Nada mudou

Diogo...

Tem coisas que não mudam nunca. A "patinha" continua muito desastrada e não parece ter progredido nada para melhorar isso. Muito pelo contrário, parece estar ainda mais avoada.

A janela do seu quarto era de frente para o meu desde quando me entendo por gente e como sempre estava aberta. Continuo a observar a casa dela, na esperança que ela me veja do outro lado e abra um sorrisão, como de costume. Apesar de vivermos como cão e gato, sempre fomos próximos. E a "patinha", sempre foi a criatura mais risonha que conheci. Por mais que a "baixinha" fosse uma "mala sem alça" na maioria das vezes, nunca deixamos de nos encrencarmos ou despedir por aquela janela.

Mas a Manu entra no quarto despercebida como sempre e não percebe meus acenos enlouquecidos.

Até dou um tchau da janela, mas a tagarela está como louca no celular e não percebe nada em volta, já que está tão distraída no telefone falando sem parar e gargalhando. Por causa de uma gaitada assustadora que escuto no corredor, soube que a "nanica" está de papo furado com a Dani. O motivo com toda certeza seria a festa que iria rolar a noite, por alguns gestos e devido as risadas escandalosas com toda certeza coisa boa essa conversa não deveria ser.

A Manu anda em seu quarto como se estivesse correndo uma maratona até que a mesma suspira e parece sentar na cama. Percebo que começa a tirar os sapatos e os joga em algum lugar no quarto, a pequena continuava desorganizada.

Mas uma coisa diferente começa a chamar minha atenção, algo inisitado que nunca havia presenciado antes por aquela janela. Devido alguns movimentos que a Manu faz com as mãos consigo perceber que ela está tirando a calça...

Sei que eu estava sendo muito indiscreto, mas que culpa eu tinha da minha janela ser de frente para a dela.

Como reagir a uma situação como essa?

Ela não me percebe e continua se despindo, ficando assim sem blusa, logo ela levanta da cama e fica andando de lingerie de um lado para o outro em seu quarto rindo alto ainda no seu celular.

Neste momento faço o que qualquer homem como eu faria. Continuo observando.

Ela está com um conjunto de lingerie preto e está muito sexy ... Fala sério ?! Quanto tempo dormir ?! Quando foi que o corpo dela ficou tão arredondado e cheio de curvas? Tenho certeza que o sutiã que ela estava usando tinha bojo, não tinha outra explicação?! A calcinha era tão pequena que só conseguia enxergar um fio entre as nadegas. Desde quando ela cresceu desse jeito?

Fiquei um pouco tenso vendo a "patinha" daquela forma e me afastei da janela. Pareceu muito errado continuar olhando. Comecei a suar frio e sentia calor ao mesmo tempo, sentei na cama e tirei a camisa.

Em minha negação coloquei a culpa do estado do meu corpo no porre da outra noite. Achei que deve ter sido ainda o efeito da noitada de ontem ou o fato de ainda não ter comido nada o dia inteiro...

Claro que só poderia ser isso. Nunca sentiria algo diferente do que asco pela Manuella. Não poderia. A garota era afilhada dos meus pais, a melhor amiga da minha irmã e a garotinha insuportável que cresceu ao lado da minha casa. Era como a irmã da minha irmã.

Levantei e fui direto para o banheiro, liguei o chuveiro e esperei a água escorrer pelo meu corpo.

De olhos fechados ainda continuava ver a Manu desfilando com sua lingerie. Infelizmente a danada estava linda.

Quando percebi que meu corpo estava voltando ao estado normal, desliguei o chuveiro, me enrolei em uma toalha, saí do banheiro e me joguei na cama de uma vez, evitando assim olhar pela janela.

Agora mais calmo, meu corpo pesa e o cansaço faz com que pegue no sono.

As horas vão passando e já é noite quando desperto com barulho de risadas e música alta. Dani realmente estava fazendo uma festa em nossa casa como disse que faria quando estávamos chegando do aeroporto a caminho de casa mais cedo.

Abro a porta e tem um casal se beijando no corredor no maior amasso, o rapaz deslizava a mão por baixo do vestido da garota enquanto ela fazia caras e bocas. Por um segundo imaginei a cara do meu pai entrando no corredor e dando de encontro com uma orgia alí praticamente na porta do seu quarto. No mínimo ele teria um ataque cardíaco. Mas pelo bem da Dani, "O poderoso chefão" estava viajando.

A música está muito alta e acredito que já passou das duas manhã. Desço as escadas e vejo a Dani atracada na boca de um cara e empurrando o mesmo com o corpo contra a parede. O cara passeia com suas mãos no "traseiro" da Dani... Só consigo pensar: _ECA . Melhor é passar direto e fingir que não vi nada.

Assim que estou na sala vejo uma morena sensualizando em cima da mesinha de centro. Uma boca avermelhada cheia de batom, a pele suada e um vestidinho colado deixando evidente o tamanho de seu bumbum enorme. Logo imagino a colocando de quatro e dando umas boas palmadas naquele bumbum tesudinho. Assim que a garota olha em minha direção, sorri de forma provocante. Como sou descarado sorrio de volta. Caminho até ela, troco meia dúzia de palavras e a garota já está no papo:

_Deixa eu tomar alguma coisa e logo levo você lá para cima, delicinha, para a gente se conhecer melhor.

Falo no ouvido da morena e sigo rumo a cozinha para pegar uma bebida, pois também quero aproveitar a festa. Afinal a noite promete...

Estava bem empolgado com a moreninha e entro na cozinha com o pensamento de pegar uma cerveja e sair rápido, quando me deparo com uma mulher loura, que está de costa inclinada com o bumbum para cima, usando um micro short jeans branco, parada em frente a geladeira. É ainda mais gostos@ que a morena. Logo milhões de pensamentos pecaminosos surgem em minha cabeça. Tipo uma "festinha à três". Pensei comigo :

_ Obrigado Senhor! Sabia que tinha algo bom reservado á mim!

Chego um pouco mais perto da moça ficando bem próximo, estando a centímetros do ouvido da garota e falo de uma forma bem sensual para que a mesma perceba que eu estava lá:

_Acho que a cerveja está mais em baixo.

A loura se assusta e deixa cair a garrafa da cerveja no chão, vira de uma forma brusca em minha direção, como se minha voz fosse algum tipo de "gatilho".

Quando seus olhos encontram os meus, os reconheço na mesma hora, é a Manu...

De longe ela estava linda, agora mais perto é uma divindade. Seus olhos brilham como o sol e sua boca carnuda e bem delineada completam o cenário. Seus cabelos estão compridos e refletem um dourado genuíno.

Minha expressão de safado, logo muda para de apavorado. Gostaria que o mundo parasse naquele momento e um buraco abrisse no chão e sugasse meu corpo inteiro para dentro. Talvez assim a vergonha não fosse tão grande.

Uma voz na minha mente começa a gritar : _Que "mancada" !!! Porquê fui falar com ela com aquele tom de voz? Ela vai achar que sou algum tipo de tarado (ela teria razão em pensar isso). Como achei ela gostos@? Como cojitei em ter uma festinha à três com ela? Ainda bem que meus pensamentos são só meus. Pensei.

Busco alguma palavra para usar naquele momento, mas parece que esqueci como falar, simplesmente estou emudecido.

Manu que estava com os olhos arregalados, começa a franzir a testa e semi-cerrar o olhar. Leva uma das mãos até os cabelos onde leva para trás alguns fios que estavam em seu rosto. Levanta uma sobrancelha com a cara de desconfiada.

Sua expressão corporal demonstrava que não estava satisfeita em me ver e provavelmente meu pai saberia da minha garfe com ela. Em outras palavras estava ferrado, meu pai acabaria me deportando para o Japão se imaginasse os pensamentos, mesmo que não intencionais, para com sua "filha do coração".

Porém, ao contrário da reação que eu esperava de Manu, um sorriso largo e cheio de dentes apareceu em seu rosto. Assim como esperei receber na janela mais cedo.

Ela veio até mim com tanta velocidade que não percebi quando me abraçou. Seu abraço era quente e cheio de carinho. Ela tinha um cheiro de pêssego que tomava meu ar. Retribui o abraço e afundei meu rosto entre seus cabelos ondulados e dourados:

_ Diogo! Não acredito que está aqui! Você está mais alto. Está parecendo um armário de tão grande. Como sempre, foi só os músculos que desenvolveram a inteligência deve estar no mesmo patamar de antes.

Entre risos a pequena encrenqueira fala de forma divertida sobre a minha suposta falta de inteligência. No mesmo tom de sarcasmo respondo:

_ Não tenho culpa se você não cresce mais do que um "rodapé de calçada" ... Você está linda sua peste. "Margarida"! Você ainda é um desastre ambulante. Que bom que nada mudou...