Sem Olhar Para Trás: O Recomeço de Sofia
img img Sem Olhar Para Trás: O Recomeço de Sofia img Capítulo 2
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Capítulo 2

No carro, Ricardo continuava seu teatro.

"Não chore, meu amor. Eu vou resolver isso. Vou descobrir quem vazou o vídeo e essa pessoa vai pagar."

Sofia chorava, não pela humilhação pública, mas pela traição que a consumia.

Ele falava com suavidade, mas cada palavra era uma faca.

Pararam em frente a um prédio. Ricardo desceu para resolver algo, deixando o celular no painel.

Uma notificação acendeu a tela. Curiosidade mórbida fez Sofia pegar o aparelho.

A senha era fácil, a data de aniversário de Isabella.

O que ela viu nas mensagens trocadas entre Ricardo e Isabella confirmou seus piores medos.

Havia fotos dela, íntimas, que ela nem sabia que existiam.

Detalhes do plano, comemorações a cada etapa cumprida.

Transferências de dinheiro de Isabella para Ricardo.

"Faça ela sofrer mais."

"Quero ver ela rastejando."

"Ótimo trabalho, meu vingador."

Ricardo voltou ao carro, sorrindo.

Ele tirou uma pequena caixa do bolso e ofereceu a ela.

"Tome isso. Para evitar problemas maiores."

Era uma pílula do dia seguinte.

O desprezo no gesto era palpável. Ela era descartável.

Sofia apertou as mãos, cravando as unhas na palma. Mordeu o lábio com força.

Ele se inclinou para beijá-la.

Sofia virou o rosto com nojo.

"Não me toque."

A voz dela saiu firme, surpreendendo a si mesma.

Ricardo franziu a testa, confuso e irritado.

"O que deu em você? Eu estou tentando te ajudar."

Ele tentou reafirmar sua inocência, prometendo compensação.

"Eu vou te dar o que você quiser, Sofia. Dinheiro, um apartamento... Só não fique assim."

Compensação pela sua alma destruída?

A ironia era amarga.

Quando chegou em casa, seu pai, Antônio, a esperava na sala.

A expressão dele era dura.

"Onde você estava? Sabe a vergonha que nos fez passar?"

Ele se aproximou e, sem aviso, deu um tapa forte no rosto de Sofia.

A dor do golpe se misturou à dor em seu coração.

"Você é uma vagabunda! Igual à sua mãe! Envergonhou o nome da nossa família!"

Ele jogou uma passagem de avião sobre a mesa.

"Você vai embora do país. Amanhã. Não quero mais ver sua cara por aqui."

Exílio. Banimento.

Sofia sentiu um cansaço profundo, uma estranha aceitação.

Talvez fosse melhor assim.

No dia seguinte, enquanto fazia as malas, o pai entrou no quarto.

"Antes de ir, você vai à festa de boas-vindas da Isabella. Ela voltou de intercâmbio hoje. Você vai agir normalmente, entendeu? Não quero mais escândalos."

A hipocrisia era sufocante.

Sofia passou os três dias seguintes se desfazendo de tudo que Ricardo lhe dera.

Vendeu as joias, as roupas caras.

Cada objeto vendido era um pequeno passo em direção a uma liberdade amarga.

            
            

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