Tarde Demais Para o Bilionário
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Capítulo 4

Sofia concordou em ir ao jantar.

Seria mais fácil manter as aparências por mais alguns dias, até que seu visto ficasse pronto e ela pudesse finalmente partir.

Qualquer confronto agora só complicaria as coisas.

No casarão dos Andrade pais, a atmosfera era ainda mais fria e opressora que na mansão de Ricardo.

Dona Helena mal disfarçava o desprezo, enquanto o pai de Ricardo, um homem igualmente altivo, a ignorava completamente.

Isabella, claro, era o centro das atenções, elogiada e mimada por Dona Helena.

"Você é a filha que eu sempre quis ter, Isabella," Dona Helena dizia, lançando um olhar ferino para Sofia.

Durante o jantar, Sofia sentiu-se invisível.

Os Andrade e Isabella conversavam sobre negócios, viagens à Europa, eventos sociais dos quais ela jamais faria parte.

Dona Helena, entre um gole e outro de vinho caro, fazia comentários velados sobre "gente sem berço" e a importância de "manter a linhagem pura".

Antigamente, quando Ricardo ainda era Leo, ele a defenderia, mesmo que de forma sutil, com um toque na mão ou um olhar de reprovação para a mãe.

Agora, ele permanecia em silêncio, concordando com a cabeça vez ou outra, completamente alheio ao desconforto de Sofia.

O abandono era completo.

Na volta para casa, Ricardo dirigia o carro de luxo.

Isabella ia no banco do passageiro, tagarelando sobre os planos para o casamento deles.

Sofia estava no banco de trás, como uma intrusa.

Lembrou-se das noites em que ela e Leo se amontoavam no banco da frente de um carro velho emprestado, rindo e trocando beijos roubados.

A dor da perda era quase física.

De repente, um clarão. Um estrondo.

O carro foi atingido na lateral por outro veículo que surgiu do nada.

Rodopiaram na pista.

Instintivamente, Ricardo se jogou sobre Isabella, protegendo-a com o próprio corpo.

Sofia, no banco de trás, foi arremessada contra a lateral do carro.

Sentiu uma dor lancinante na cabeça e na perna antes de tudo escurecer.

Ela acordou num quarto de hospital.

A primeira pessoa que viu foi Dona Helena, parada ao pé da cama, o rosto impassível.

"Vejo que acordou," a matriarca disse, sem um pingo de emoção na voz. "Este acidente foi um sinal, não acha? Para você finalmente aceitar meu dinheiro e sumir de nossas vidas. Desta vez, pode ser pior."

A ameaça era clara.

Sofia, ainda grogue, apenas assentiu.

"Sim, senhora. Eu vou."

A porta se abriu e Ricardo entrou.

"Mãe? O que faz aqui?"

"Vim ver como Sofia estava," Dona Helena respondeu, a voz subitamente melosa. "Ela já concordou que o melhor é descansar longe daqui por um tempo."

Ricardo olhou para Sofia, desconfiado.

"É verdade, Sofia?"

"Sim, Ricardo. Preciso de um tempo," ela mentiu, para evitar mais conflitos.

                         

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