A Herança Roubada: Justiça Será Feita
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Capítulo 2

Leo ficou a olhar para mim, a sua expressão a passar de irritação para incredulidade.

"Divórcio? Estás a brincar comigo? Por causa de dinheiro?"

"Não por causa do dinheiro, Leo. Por causa do que tu fizeste. Tu roubaste-me. Traíste a minha confiança e o nosso futuro por ela."

"Eu não te roubei!" gritou ele, a sua voz finalmente a subir. "Eu investi na família! A Camila é a minha irmã em tudo menos no sangue! Tu nunca entendeste isso!"

"E tu nunca entendeste que eu sou a tua esposa!" gritei de volta, as lágrimas de raiva a picarem-me os olhos. "Ela liga-te a chorar e tu dás-lhe o dinheiro todo que temos? Sem sequer me perguntares?"

"Não havia tempo para perguntar! Era uma emergência!"

"Uma emergência para comprar uma casa? Que tipo de emergência é essa?"

Ele não tinha resposta. Apenas me olhava com um desprezo que me partiu o coração mais do que a conta bancária vazia.

"Tu és egoísta," disse ele, com a voz baixa e cheia de veneno. "Sempre foste. Só pensas em ti e no teu dinheiro."

Com isso, ele virou-se, agarrou nas chaves do carro e saiu, batendo com a porta com força.

Eu fiquei ali, no meio da sala, a tremer. O cheiro dos pastéis de nata no balcão da cozinha era enjoativo.

O meu telemóvel tocou. Era a minha sogra, a mãe do Leo, a Helena. Eu sabia que ele lhe tinha ligado. Respirei fundo e atendi.

"Sofia? O que é esta história de divórcio? O Leo ligou-me, a chorar. O que é que tu lhe fizeste?"

A sua voz era acusadora, sem qualquer pingo de preocupação por mim.

"Helena, o Leo tirou todo o dinheiro da nossa conta empresarial e deu-o à Camila."

Houve um silêncio do outro lado da linha.

"E então?" disse ela finalmente. "A Camila precisava. A pobre rapariga tem tido uma vida tão difícil. O Leo fez o que qualquer bom irmão faria."

"Ele não é irmão dela. E era o meu dinheiro, Helena. A minha herança."

"Ah, o teu dinheiro," ela disse, com desdém. "Quando te casaste com o meu filho, tornaram-se uma família. O que é teu é dele. Não sejas tão mesquinha. Família ajuda-se."

"Então porque é que a vossa família nunca me ajuda a mim? Porque é que eu sou sempre a última?"

"Porque tu és forte," disse ela, e não era um elogio. "A Camila é frágil. Ela precisa de nós. E tu estás a tentar destruir esta família por causa de ganância. Pensa bem no que estás a fazer, Sofia. Vais arrepender-te."

Ela desligou.

Eu olhei para o meu reflexo no ecrã escuro do telemóvel. Eles tinham-no feito outra vez. Tinham-me virado a situação ao contrário, fazendo-me sentir a vilã.

Mas desta vez era diferente. Desta vez, eu não ia recuar.

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