O Jogo dos Ossos: Uma Traição Sangrenta
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Capítulo 2

No dia seguinte, fui fazer os exames pré-operatórios.

A médica, Dra. Sofia, olhou para os meus resultados com uma expressão séria.

"Eva, os teus indicadores físicos estão todos bons. Podemos agendar a cirurgia."

Senti um alívio imenso.

"Obrigada, doutora. Quando podemos fazer?"

"Na próxima quarta-feira. Mas preciso que assines os formulários de consentimento. Há riscos, como em qualquer procedimento."

Ela explicou os possíveis efeitos secundários: dor, fadiga, risco de infeção.

Eu ouvi atentamente e assinei sem hesitar.

Pelo Leo, eu faria qualquer coisa.

Quando saí do consultório, vi o meu pai a sair apressadamente do quarto 302. Ele não me viu.

A porta ficou entreaberta.

Curiosa, aproximei-me devagarinho e espreitei pela fresta.

Vi a minha mãe sentada ao lado da cama, a descascar uma maçã com muito cuidado.

Na cama estava uma mulher pálida, com cerca de quarenta anos. Parecia fraca, mas os seus olhos brilhavam.

Era a Inês.

A minha mãe cortou um pequeno pedaço de maçã e levou-o à boca da Inês.

"Come um bocadinho, Inês. Precisas de recuperar as forças. A Eva já concordou com a doação. Em breve, terás uma nova vida."

O meu sangue gelou.

O que é que ela queria dizer com "terás uma nova vida"?

A doação era para o Leo.

A Inês respondeu com uma voz fraca mas clara.

"Obrigada, Clara. E obrigada ao Rui. Vocês são a minha única família."

Clara e Rui. Os nomes dos meus pais.

Recuei da porta, o coração a bater descontroladamente no meu peito.

Uma confusão terrível instalou-se na minha mente.

Porque é que os meus pais estavam a tratar esta mulher com tanto carinho? Porque é que lhe estavam a prometer a minha medula óssea?

Voltei para o corredor, a cabeça a andar à roda.

Miguel encontrou-me ali, pálida como um fantasma.

"Eva? O que se passa? Pareces ter visto um fantasma."

Eu agarrei-lhe no braço, a minha voz a tremer.

"Miguel, algo está muito errado."

            
            

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