O Adeus Que Salvou Minha Alma
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Capítulo 3

O Tiago agiu rapidamente. No dia seguinte, ele já tinha contratado o melhor advogado de divórcio da cidade para mim.

"Não te preocupes com nada, Sofia. Apenas concentra-te em recuperar," disse-me ele, colocando uma mão no meu ombro. "Eu trato do resto."

Senti uma onda de alívio. Pela primeira vez em muito tempo, não me sentia sozinha.

Dois dias depois, recebi os papéis do divórcio. O Tiago tinha sido implacável. Ele estava a pedir não só a divisão dos bens, mas também uma indemnização por danos emocionais e físicos.

O Miguel ligou-me, furioso. Desta vez, eu não atendi. Deixei que fosse para o voicemail.

"Sofia, que raio estás a fazer?" a sua voz gravada gritava. "Um advogado? Estás a tentar arruinar-me? Depois de tudo o que fiz por ti? Liga-me de volta agora!"

Apaguei a mensagem sem a ouvir até ao fim.

A minha sogra também me ligou, deixando uma série de mensagens abusivas, chamando-me de tudo, desde ingrata a interesseira.

Ignorei-as a todas. Elas eram apenas ruído de fundo agora.

Uma semana depois, estava a receber alta do hospital. O Tiago veio buscar-me.

"Vais ficar comigo por agora," disse ele, sem deixar espaço para discussão. "O meu apartamento tem um quarto de hóspedes."

Quando estávamos a sair, vi o Miguel à espera no átrio do hospital. Ele parecia cansado e abatido. Quando me viu, correu na minha direção.

"Sofia! Precisamos de conversar," disse ele, tentando agarrar o meu braço.

O Tiago moveu-se rapidamente, colocando-se entre nós. "Afasta-te dela, Miguel."

"Isto não é da tua conta, Tiago," rosnou o Miguel. "Ela é a minha mulher."

"Não por muito mais tempo," disse o Tiago calmamente. "O teu advogado já deve ter-te contactado."

O rosto do Miguel empalideceu. "Sofia, por favor. Eu cometi um erro. Eu estava stressado. A Clara... ela estava tão doente. Eu não estava a pensar com clareza."

"Estavas a pensar com clareza suficiente para me empurrar, para me ignorar, para me acusar," respondi, a minha voz firme. "Estavas a pensar com clareza suficiente para me bloquear o telefone enquanto eu perdia o nosso filho."

"Eu não te empurrei de propósito!" ele insistiu, a sua voz desesperada. "Foi um acidente!"

"Um acidente que te apressaste a ignorar para ires ter com outra mulher," disse o Tiago. "Vamos, Sofia."

O Tiago guiou-me para longe. Olhei para trás uma vez e vi o Miguel parado ali, a olhar para nós, a sua cara uma mistura de choque e raiva.

Pela primeira vez, não senti nada por ele. Nem amor, nem ódio. Apenas um vazio frio.

                         

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