Quando acordei no hospital, o quarto estava em silêncio.
Meu marido, Pedro, estava ao meu lado, descascando uma maçã.
Minha voz rouca perguntou: "Pedro, a criança... onde está o nosso filho?"
Ele me olhou com olhos frios e disse: "Catarina, o bebê se foi. Ele nasceu morto. A culpa é sua."
Naquele momento, a porta se abriu e vi minha sogra, Helena, e Sofia, a prima de Pedro.
Sofia carregava um bebê recém-nascido, rosado e saudável.
Helena me ignorou, enquanto Sofia sarcasticamente disse: "Catarina, sinto muito pela sua perda. Este é o meu filho, o pequeno Tiago."
Pedro olhou para Sofia com uma ternura de que eu nunca havia sido alvo.
Sofia revelou: "Eu não poderia ter feito isso sem você, Pedro. Você ficou comigo o tempo todo."
O tempo todo em que eu estava em trabalho de parto, sozinha, perdendo nosso filho.
A traição me atingiu como um soco.
Helena, então, disse: "Você não conseguiu nem dar um neto saudável ao meu filho!"
Minha voz estava surpreendentemente firme.
Eu olhei para Pedro e disse: "Eu quero o divórcio."
Ele zombou: "Você está delirando? É nisso que você pensa?"
Eu sorri amargamente.
"Eu não perdi um filho, Pedro. Você o tirou de mim. Todos vocês tiraram."
Eles me culparam, me humilharam, me abandonaram.
Mas eles não sabiam.
Eu tinha todas as mensagens. Todas as fotos. A reserva do hotel.
Eles acharam que eu não tinha mais nada.
Mas eu tinha a verdade.
E eu a usaria para me libertar.