Cicatrizes de Uma Faca Quebrada
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Capítulo 4

A casa de Laura era o meu refúgio.

Era pequena e aconchegante, cheia de livros e do cheiro de café.

Ela me colocou em seu sofá, me cobriu com um cobertor e me deu uma xícara de chá quente.

Eu não disse nada por um longo tempo.

Eu apenas segurei a xícara, sentindo o calor em minhas mãos frias.

Laura sentou-se ao meu lado, esperando pacientemente.

Ela sempre foi a paciente.

Finalmente, eu contei a ela tudo.

As suspeitas, as mensagens, a noite no hospital.

Eu falei sobre Pedro, Sofia, o bebê deles.

Eu falei sobre a dor, a traição e a raiva.

Quando terminei, eu estava exausta.

Laura me abraçou com força.

"Eu sinto muito, Cat. Sinto muito por tudo."

Eu chorei em seu ombro, finalmente deixando toda a dor sair.

"O que eu vou fazer agora, Laura?"

"Primeiro, você vai descansar," ela disse, sua voz firme. "Você vai ficar aqui comigo. Depois, vamos contratar o melhor advogado de divórcio da cidade."

"Eu não tenho dinheiro para um advogado."

"Eu tenho," ela disse simplesmente. "Não se preocupe com isso."

Nos dias seguintes, Laura cuidou de mim.

Ela cozinhou para mim, certificou-se de que eu tomasse meus remédios e me ouviu quando eu precisava falar.

Ela também lidou com tudo.

Ela ligou para um advogado, um homem chamado Sr. Alves, que era conhecido por ser implacável.

Ela arrumou para que minhas coisas fossem retiradas do apartamento.

Pedro tentou ligar dezenas de vezes.

Eu ignorei todas as chamadas.

Ele enviou mensagens, implorando, ameaçando, se desculpando.

Eu as apaguei sem ler.

Uma semana depois, eu estava me sentindo fisicamente mais forte.

O vazio em meu coração ainda estava lá, mas estava menos cru.

Eu tive minha primeira reunião com o Sr. Alves.

Ele era um homem mais velho, com olhos gentis, mas uma mandíbula de aço.

Eu mostrei a ele as provas. As mensagens, as fotos.

Ele ouviu atentamente, sem interromper.

Quando terminei, ele assentiu.

"Isso é mais do que suficiente. Ele não tem como lutar contra isso."

"Eu só quero o que é meu por direito," eu disse. "O apartamento."

"Vamos conseguir mais do que isso," disse o Sr. Alves. "Vamos pedir pensão alimentícia por danos morais. A traição dele durante um período tão vulnerável é indesculpável."

Eu não tinha pensado nisso.

Eu só queria me livrar dele.

"Faça o que for preciso," eu disse.

Naquela noite, recebi uma mensagem de um número desconhecido.

Era Sofia.

"Catarina, por favor, pare com isso. Você está arruinando a vida do Pedro. Ele não tem dinheiro. Se você tirar o apartamento, nós não teremos onde morar."

Eu olhei para a mensagem, sentindo uma onda de raiva.

Ela tinha a audácia de me pedir piedade.

Eu respondi com uma única frase.

"Isso não é problema meu."

Ela respondeu imediatamente.

"Você é tão amarga. É por isso que ele me escolheu. Porque eu sou gentil e compreensiva."

"Você é uma ladra," eu digitei de volta. "E ladrões não merecem finais felizes."

Eu bloqueei o número dela.

Eu não ia deixar que eles me arrastassem para o drama deles.

Eu tinha minha própria batalha para lutar.

E eu estava determinada a vencer.

                         

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