Chuva No Meu Casamento: A Virada do Destino
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Capítulo 2

Quando cheguei ao hospital, o caos reinava.

O cheiro a antisséptico era forte. Pessoas corriam pelos corredores.

Encontrei a sala de espera da urgência. A Dona Helena estava lá, o seu rosto pálido e manchado de lágrimas. O Sr. Carlos, o seu marido, estava ao seu lado, a olhar fixamente para o chão.

O Pedro não estava lá.

"Dona Helena," chamei.

Ela levantou a cabeça. Quando me viu, no meu vestido de noiva sujo, os seus olhos arregalaram-se, primeiro em choque, depois em pura raiva.

Ela levantou-se e veio na minha direção, a sua mão erguida.

O estalo do tapa ecoou na sala de espera silenciosa.

A minha bochecha ardeu.

"Sua desavergonhada!" ela gritou, a sua voz estridente. "Como é que te atreves a aparecer aqui? Não te bastou arruinar o meu filho mais velho, agora vieste ver o que fizeste ao meu mais novo?"

Eu fiquei paralisada. "O quê? Eu não fiz nada. Recebi uma chamada do hospital."

"Não te faças de inocente!" ela cuspiu. "O Pedro descobriu tudo! Descobriu sobre ti e o Miguel! É por isso que ele não apareceu no casamento! O Miguel estava a fugir da sua culpa quando bateu com o carro!"

A acusação era tão absurda que eu não consegui processá-la de imediato.

Eu e o Miguel?

O Miguel era como um irmão mais novo para mim. Eu ajudava-o com os trabalhos da faculdade, dava-lhe conselhos sobre raparigas. Nunca houve nada entre nós.

"Isso não é verdade," eu disse, a minha voz firme apesar do choque. "A senhora sabe que isso não é verdade."

"Cala-te!" ela gritou. "O Pedro deixou uma carta! Ele disse que não podia casar com a amante do próprio irmão!"

Uma carta.

O mundo pareceu inclinar-se. O Pedro acreditava nisto. Ele acreditava nesta mentira e nem sequer me deu a oportunidade de me defender.

Ele simplesmente desapareceu.

"Onde está o Pedro?" perguntei, o meu tom gelado.

"Ele não te quer ver! Ele foi-se embora! Para longe de ti!" gritou a Dona Helena.

Um médico aproximou-se. "A família de Miguel Almeida?"

"Somos nós," disse o Sr. Carlos, a sua voz grave.

"Precisamos de sangue. Urgentemente. Alguém é compatível?"

"Eu sou," eu disse, dando um passo em frente. "O meu tipo é O negativo."

A Dona Helena olhou para mim com desdém. "Não queremos o teu sangue sujo."

O médico olhou dela para mim, confuso. "Senhora, o seu filho vai morrer se não receber uma transfusão. Esta é a nossa única hipótese."

O Sr. Carlos agarrou o braço da sua mulher. "Helena, para. Deixa-a doar. Pelo amor de Deus, é a vida do nosso filho."

Ela olhou para o marido, depois para mim, o ódio a brilhar nos seus olhos.

Ela não disse nada. Apenas se afastou, derrotada.

Segui a enfermeira, deixando para trás os sussurros e os olhares de acusação.

Enquanto o meu sangue fluía para a bolsa, eu só conseguia pensar numa coisa.

Onde estava o Pedro? E quem lhe tinha contado uma mentira tão destrutiva?

            
            

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