A médica entregou-me o relatório do teste de paternidade.
"Senhora, o feto não é do seu marido."
Cada palavra atingiu-me com força, mas eu estava calma.
O meu marido, Pedro, estava a caminho, furioso, exigindo este teste de ADN.
Ele tinha recebido uma mensagem anónima a dizer que o filho não era dele.
E eu sabia que ele ficaria aliviado com este resultado.
Porque aquele relatório... era falso.
Eu tinha-o falsificado.
Momentos depois, a porta abriu-se com um estrondo: Pedro entrou, seguido pela minha melhor amiga, Sofia.
O seu rosto estava vermelho de raiva.
Ele arrancou o relatório da minha mão, os olhos percorreram o documento.
A fúria transformou-se num sorriso de escárnio.
"Então era verdade. Inês, tu és incrível. Como te atreves a trair-me?"
Ele atirou o papel à minha cara enquanto Sofia fingia preocupação.
"Não é esse tipo de pessoa?", zombou Pedro. "O relatório está aqui mesmo! Ela andou a dormir com outro homem!"
Mas eu, Inês, olhei para ele sem qualquer emoção e disse: "Pedro, vamos divorciar-nos."
O divórcio seguiu-se, e com ele, a solidão e dificuldades financeiras.
Até a minha própria mãe me julgou, mais preocupada com a reputação da família do que com a minha dor.
"Inês, perdeste o juízo? Falsificaste um teste de paternidade? Porque farias uma coisa dessas?"
Ela não fazia ideia do inferno psicológico que eu vivia, da crueldade disfarçada de "brincadeiras" que Pedro e Sofia me infligiam.
Eu não o traí.
Eu fugi.
Mas quando Pedro descobriu a verdade sobre o Leo, a paz foi quebrada e uma guerra pela custódia começou.
Como eu, uma mulher sozinha e sem dinheiro, poderia lutar contra um homem rico e poderoso que estava determinado a tirar-me o meu filho?
Será que a verdade guardada no meu diário seria suficiente para expor os monstros que ele e Sofia realmente eram?