O Fruto da Traição: Um Segredo Sombrio
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Capítulo 2

O rosto do Miguel mudou instantaneamente.

A sua fúria explodiu como um vulcão.

"O quê? Tu abortaste o meu filho? Eva, enlouqueceste?"

Ele agarrou-me pelos ombros, a sua força era brutal.

"Quem te deu o direito? Aquele era o meu filho!"

Eu olhei para ele, sentindo a dor nos meus ombros, mas a dor no meu coração era muito maior.

"Teu filho?"

Eu ri, um riso amargo e desolado.

"Miguel, tens a certeza que era teu filho?"

Joguei o relatório do teste de paternidade na cara dele.

"Abre os olhos e vê bem. Este bebé não tinha nada a ver contigo."

O Miguel ficou paralisado, a sua expressão congelou.

Ele pegou no relatório, os seus olhos percorreram as palavras, e o seu rosto ficou pálido.

"Isto... isto é impossível! É falso! Tu falsificaste isto para te divorciares de mim!"

Ele rasgou o relatório em pedaços, atirando-os ao ar como confetes numa celebração macabra.

"Eva, tu tiveste um caso! Tu traíste-me!"

A sua acusação era a coisa mais ridícula que eu já tinha ouvido.

Nesse momento, a porta abriu-se e a Clara entrou com a Sofia.

A Sofia, com a sua aparência delicada e inocente, olhou para a cena com os olhos arregalados.

"Tia, Miguel, o que se passa?"

A Clara viu os pedaços de papel no chão e a minha expressão fria.

Ela correu para o lado do Miguel, protegendo-o como se eu fosse uma ameaça.

"Eva, o que fizeste ao meu filho? Porque é que estás a gritar com ele?"

Eu olhei para ela, a raiva a borbulhar dentro de mim.

"Pergunta ao teu filho precioso o que ele fez. Pergunta-lhe porque é que o bebé que eu carregava não era dele."

A Clara ficou chocada.

"Do que estás a falar? Estás a insinuar que o meu filho não é capaz?"

O Miguel, recuperando do choque, apontou para mim e gritou: "Mãe, ela traiu-me! Ela engravidou de outro homem e agora quer culpar-me!"

A Sofia aproximou-se, pegando no braço do Miguel com uma expressão de preocupação.

"Miguel, não fiques assim. A Eva não deve ter feito de propósito. Talvez tenha sido um erro."

A sua voz era suave e reconfortante, mas as suas palavras eram venenosas.

Eu olhei para ela, para a sua falsa inocência.

"Um erro? Engravidar de outro homem é um erro?"

Eu ri-me.

"Sofia, és muito generosa."

A Clara, ouvindo as palavras do Miguel, explodiu.

"Sua desavergonhada! Como te atreves a fazer uma coisa destas à nossa família? Queres o divórcio? Ótimo! Sai da minha casa agora mesmo! Não leves nada contigo, nem um cêntimo!"

Ela apontou para a porta, o seu rosto distorcido pela raiva.

Eu olhei para eles os três.

O marido que me acusava, a sogra que me insultava, e a sobrinha que fingia ser boazinha.

Senti-me como se estivesse a ver uma peça de teatro absurda.

"Não te preocupes," eu disse, a minha voz fria como gelo.

"Eu não quero nada desta casa. Só quero o divórcio."

Virei-me e saí, sem olhar para trás.

Não havia mais nada para mim ali.

            
            

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