O meu filho, Lucas, morreu nos meus braços no seu terceiro aniversário.
A causa? Uma reação alérgica aguda a amendoins, num bolo dado pela nossa ama, Sofia.
Eu tinha avisado a Sofia mil vezes sobre a alergia fatal do Lucas.
Mas ela disse que "esqueceu" .
O meu marido, Pedro, também disse que foi um acidente.
Ele abraçou a Sofia, que chorava, e mandou-me não a culpar.
"Ela não fez de propósito, Ana. Não sejas tão dura."
Dura? O meu filho jazia morto na morgue, e o meu marido protegia a mulher que o matou.
Onde estava o coração dele?
No funeral do Lucas, ninguém veio ter comigo.
Todos consolavam a Sofia, que parecia mais a mãe enlutada do que eu.
O Pedro veio ter comigo, não para me confortar, mas para me avisar:
"Ana, controla-te. Não faças uma cena. A família da Sofia está aqui."
Naquele momento, declarei o divórcio.
Ele zangou-se, "Não tens coração?"
Eu ri, com um som seco e feio.
"Onde estava o teu coração quando o nosso filho estava a morrer? Estavas a consolar a mulher que o matou."
Ele gritou: "Já chega! Não fales assim da Sofia! Foi um acidente!"
Eu sabia que não era. Tinha de prová-lo.
Decidi investigar a fundo por mim mesma, começando pela Sofia.
Não tinha nada a perder.