A Vingança de Ana
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Capítulo 2

Comecei a minha própria investigação.

A polícia tinha encerrado o caso, classificando-o como morte acidental.

Eles acreditaram na história da Sofia.

Afinal, ela era apenas uma jovem ama, sem antecedentes criminais, que cometeu um erro trágico.

O Pedro usou as suas ligações para garantir que a investigação não fosse mais a fundo.

O pai dele é um juiz aposentado com muita influência.

Mas eu não me importava.

Eu não tinha nada a perder.

Comecei por verificar os antecedentes da Sofia.

Ela veio de uma pequena cidade, a sua família era pobre.

Ela veio para a cidade para trabalhar e enviar dinheiro para casa.

No papel, ela era a filha e irmã perfeita.

Mas eu sabia que havia mais.

Fui ao apartamento que ela partilhava com outras raparigas.

A sua colega de quarto, uma rapariga chamada Clara, estava relutante em falar no início.

Mas quando lhe mostrei uma fotografia do Lucas, os seus olhos suavizaram-se.

"Ele era um menino lindo."

"Sim, ele era."

Eu engoli em seco.

"A Sofia falou alguma vez sobre ele?"

A Clara hesitou.

"A Sofia... ela estava com ciúmes de ti."

"Ciúmes de mim?"

"Ela gostava do Pedro. Muito. Ela dizia sempre que tu não o merecias, que não o fazias feliz."

O meu coração gelou.

"Ela disse mais alguma coisa?"

"Ela disse que se tu não estivesses no caminho, ela poderia estar com o Pedro. E que se o Lucas não existisse, o Pedro não teria nenhuma razão para ficar contigo."

As palavras da Clara ecoaram na minha cabeça.

Não foi um acidente.

Foi deliberado.

Ela queria que o meu filho morresse.

Agradeci à Clara e saí do apartamento, sentindo-me tonta.

O ódio que senti pela Sofia era tão intenso que me deixou sem fôlego.

Ela não só matou o meu filho, como também o fez para roubar o meu marido.

E o meu marido protegeu-a.

Fui para casa. A nossa casa.

O Pedro estava lá, a beber whisky na sala de estar escura.

"Onde estiveste?"

Ele perguntou, a sua voz arrastada.

"A descobrir a verdade."

Eu acendi a luz.

"A Sofia matou o Lucas de propósito. Ela queria-o fora do caminho para que pudesse ficar contigo."

O Pedro riu-se, um som amargo.

"Estás a delirar, Ana. O luto está a afetar-te a cabeça."

"Não estou a delirar. A colega de quarto dela disse-me tudo."

Eu aproximei-me dele, a minha voz a tremer de raiva.

"Ela tinha ciúmes de mim. Ela queria-te. E tu caíste na história dela como um idiota."

Ele levantou-se, o seu rosto contorcido de fúria.

"Não te atrevas a falar assim da Sofia! Ela é uma vítima nisto tudo, tal como nós!"

"Vítima?"

Eu gritei.

"O meu filho está morto! Ele é a única vítima aqui!"

Ele agarrou-me pelos braços, a sua força a magoar.

"Cala-te! Eu não vou ouvir mais estas tuas acusações loucas. A Sofia precisa de mim. Ela está a passar por um trauma."

Eu olhei para as mãos dele nos meus braços, e depois para o seu rosto.

Eu não reconhecia mais este homem.

"Larga-me, Pedro."

"Não, até parares com esta loucura."

"Eu disse, larga-me."

Com uma força que não sabia que tinha, empurrei-o para longe.

Ele tropeçou para trás, surpreendido.

"Eu quero o divórcio. E quero a casa."

"Não vais ter nada."

Ele cuspiu as palavras.

"Vais sair daqui sem nada. Vou certificar-me disso."

"Veremos."

Eu virei-me e saí da sala, deixando-o na escuridão.

Eu ia fazê-lo pagar.

Ia fazê-los pagar a ambos.

            
            

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