Contra Tudo e Todos: A Guerra de Laura
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Capítulo 4

Os resultados do teste de paternidade oficial chegaram uma semana depois.

O Dr. Vargas ligou-me. A sua voz era calma e profissional, mas eu conseguia detetar um tom de triunfo.

"Senhora Martins. Tenho os resultados. Como esperado, a probabilidade de paternidade de Pedro Martins é de 99.99%."

Fechei os olhos. Não foi um alívio. Foi uma confirmação dolorosa. O nosso bebé. O bebé que ele negou.

"Obrigada, Dr. Vargas. Qual é o próximo passo?"

"O próximo passo é enviarmos isto ao advogado dele. A posição negocial deles acabou de se desintegrar. Agora, eles ou aceitam as nossas condições ou enfrentam um processo por fraude em tribunal."

"Eles não vão querer ir a tribunal," disse eu. "A Sofia preza demasiado a sua reputação na alta sociedade."

"Exatamente," concordou o Dr. Vargas. "Prepare-se. Eles vão tentar negociar."

E ele tinha razão. Menos de 24 horas depois, o advogado de Pedro ligou ao meu. A sua primeira oferta foi um insulto. Uma pequena quantia em dinheiro, muito menos do que a metade a que eu tinha direito, em troca do meu silêncio.

"Recusado," disse eu ao Dr. Vargas ao telefone. "Eu quero o que pedimos. Nem um cêntimo a menos."

A segunda oferta chegou no dia seguinte. Era melhor, mas ainda não era o que queríamos. Eles estavam a tentar testar os meus limites.

"Recusado," repeti.

Clara estava comigo, a ouvir as conversas.

"Não cedas, Laura," disse ela. "Nem um milímetro."

"Não vou," garanti.

Foi então que Sofia decidiu jogar a sua última carta. Ela apareceu no meu local de trabalho.

Eu trabalho como designer gráfica numa pequena agência no centro da cidade. Ela entrou como se fosse a dona do lugar, vestida de forma impecável, o seu rosto uma máscara de desprezo.

"Preciso de falar com a Laura Martins," disse ela à rececionista, em voz alta, para que todos no escritório em open-space pudessem ouvir.

O meu chefe olhou para mim. Levantei-me e fui ter com ela à entrada.

"O que estás aqui a fazer?" perguntei em voz baixa.

"Eu disse-te para parares com esta loucura," sibilou ela. "Estás a humilhar o meu filho. Estás a destruir a nossa família."

"Tu destruíste qualquer hipótese de família quando conspiraste para me enganar," respondi, mantendo a minha voz baixa, mas firme. "Vai-te embora, Sofia."

"Eu não vou a lado nenhum até me ouvires," disse ela, elevando a voz. "Esta mulher está a tentar extorquir dinheiro ao meu filho depois de o ter traído!"

Vários dos meus colegas viraram-se para olhar. Senti o meu rosto a corar, mas não de vergonha. De raiva.

"Tu sabes que isso é mentira," disse eu. "Nós temos a prova. O teste de ADN."

"Provas podem ser fabricadas!" gritou ela. "Tu és uma mentirosa e uma... uma..."

"Uma quê, Sofia?" desafiei-a. "Diz. Diz em frente de toda a gente."

Ela hesitou, a sua raiva a lutar contra o seu instinto de autopreservação.

"Isto não acaba aqui," disse ela, finalmente, num tom ameaçador.

"Tens razão," concordei. "Não acaba. Mas não vai acabar da maneira que tu pensas."

Ela virou-se e saiu, deixando um silêncio constrangedor no escritório.

O meu chefe aproximou-se.

"Laura, está tudo bem?"

"Sim," disse eu, respirando fundo. "Apenas a resolver uns assuntos pessoais."

Voltei para a minha secretária, as minhas mãos a tremer. Ela tinha cruzado uma linha. Tinha trazido a sua guerra para o meu espaço seguro.

Peguei no telefone e liguei ao Dr. Vargas.

"Dr. Vargas. A minha sogra acabou de fazer uma cena no meu trabalho. Acusou-me de fraude em frente dos meus colegas e do meu chefe."

Houve uma pausa do outro lado da linha.

"Isso é difamação," disse ele, a sua voz agora gélida. "Isso muda as coisas. Vamos adicionar uma queixa por difamação ao processo. Isto vai custar-lhe caro."

"Bom," disse eu. "É exatamente isso que eu quero."

                         

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