Abandonada no Inferno: Minha Vingança Começa Agora
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Capítulo 2

O Pedro não respondeu à minha mensagem.

Talvez não tenha visto, ou talvez não se importasse de todo.

A porta da enfermaria abriu-se e a minha mãe, Lúcia, entrou com os olhos vermelhos.

Ela sentou-se ao lado da minha cama, segurando a minha mão, a sua voz embargada.

"Eva, a mãe sabe que estás a sofrer, chora se quiseres."

Olhei para o rosto preocupado da minha mãe, e as lágrimas que eu tinha contido finalmente caíram.

Enterrei-me nos braços dela, a chorar como uma criança desamparada.

A minha mãe deu-me palmadinhas suaves nas costas, sem dizer nada, apenas acompanhando-me silenciosamente.

Depois de muito tempo, o meu choro parou gradualmente.

A minha voz estava rouca.

"Mãe, eu quero o divórcio."

A minha mãe ficou rígida por um momento, depois suspirou.

"Eva, pensaste bem? O divórcio não é uma brincadeira."

"Eu pensei bem," disse eu, com os olhos firmes. "Um homem que pode abandonar a sua esposa e filho num momento de vida ou morte, não vale a pena a minha nostalgia."

"Mas e o Ricardo e a Sofia?" A minha mãe hesitou. "Sabes o temperamento do teu padrasto, se ele souber que te queres divorciar do Pedro por causa da Sofia, ele definitivamente..."

"Eu não me importo," interrompi-a. "Esta é a minha vida, eu tenho o direito de decidir."

Desde que a minha mãe se casou com o Ricardo, eu tenho sido cautelosa na casa deles.

Tentei agradar ao Ricardo, tentei levar-me bem com a Sofia.

Mas eles nunca me consideraram realmente como família.

Aos olhos deles, eu era sempre uma estranha.

Agora, eu já não queria aturar aquilo.

A minha mãe olhou para a minha expressão determinada e não disse mais nada.

Ela apenas me abraçou com força.

"Não importa o que decidas, a mãe vai apoiar-te."

Nesse momento, o telemóvel da minha mãe tocou.

Era o Ricardo.

A minha mãe hesitou, mas acabou por atender a chamada.

A voz zangada do Ricardo veio imediatamente do outro lado da linha.

"Lúcia! Onde estás? A Sofia está assustada, porque não vens depressa para o hospital?"

"Eu... estou com a Eva," a minha mãe disse em voz baixa.

"Eva? O que há de errado com ela? Ela não está bem? A Sofia é a que realmente precisa de cuidados agora!" A voz do Ricardo estava cheia de descontentamento.

O meu coração arrefeceu completamente.

Aos olhos dele, a sua filha biológica era um tesouro, enquanto eu, a sua enteada, não valia nada.

"Ricardo," a minha voz estava fria, "eu também estava no prédio em chamas, o meu filho... morreu."

Houve um silêncio do outro lado da linha.

Depois de alguns segundos, a voz do Ricardo soou novamente, mas o seu tom era um pouco menos duro.

"Então é isso... Bem, descansa bem. Eu e a tua mãe vamos visitar-te mais tarde."

Ele desligou o telefone.

Eu olhei para o telemóvel, um sorriso amargo nos meus lábios.

Nem uma única palavra de consolo.

Era este o meu padrasto.

            
            

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