Capítulo 4

Nos dias seguintes, as notícias sobre Gabriel e Isabella estavam por toda parte.

"Herdeiro da Construtora Fortes e seu amor de infância, a arquiteta Isabella Rossi, são vistos juntos."

"O casal perfeito: Gabriel e Isabella reacendem a chama do amor."

As fotos deles estavam em todos os portais de notícias, em todas as revistas.

Eles pareciam felizes, radiantes.

Eu me sentia enjoada toda vez que via.

Para piorar, meu corpo começou a me trair.

Náuseas matinais, tonturas constantes.

Fui ao hospital várias vezes.

O médico me olhava com preocupação.

"Você precisa se cuidar, Sofia."

Eu apenas concordava com a cabeça, sem realmente ouvir.

Meu amigo de longa data, Ricardo, me encontrou na saída do hospital um dia.

Ele também era arquiteto e meu confidente.

"Sofia, o que está acontecendo? Você está pálida."

"Não é nada, só um mal-estar."

Ele me abraçou forte.

"Você não precisa passar por isso sozinha. Eu estou aqui."

O abraço dele era quente e reconfortante. Por um momento, me permiti desabar.

Naquela noite, eu estava deitada no sofá, fraca, quando ouvi a porta se abrir.

Era Gabriel.

Faziam dias que ele não aparecia.

Ele se aproximou, o cheiro caro de seu perfume misturado com o de outra mulher.

"O que você tem?", ele perguntou, vendo meu estado.

"É só um resfriado", menti.

Eu não podia contar a verdade. Não para ele. Não agora.

Ele tocou minha testa com as costas da mão.

"Você está com febre."

Sua voz tinha um tom de preocupação, mas parecia forçado, superficial.

Ele pegou minha mão e a colocou em seu rosto.

"Fique bem logo, ok?"

Aquele gesto, que antes me derretia, agora me causava repulsa.

Era um carinho vazio, um ato performado por culpa.

Ele estava apenas cumprindo um papel, antes de voltar para a verdadeira dona de seu coração.