Quando o Amor é Uma Pontuação: O Diário da Traição
img img Quando o Amor é Uma Pontuação: O Diário da Traição img Capítulo 4
5
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
Capítulo 22 img
Capítulo 23 img
img
  /  1
img

Capítulo 4

A tempestade rebentou com uma fúria inesperada.

O vento uivava e a chuva caía em lençóis. Dentro do local da festa, os convidados riam e conversavam, alheios à violência lá fora.

O local tinha um magnífico teto de vidro, que agora era bombardeado por granizo do tamanho de bolas de golfe.

Sofia estava perto da varanda, a observar a tempestade, quando ouviu um som agudo de estalido vindo de cima.

As pessoas começaram a gritar.

O teto de vidro estava a ceder.

O pânico instalou-se. Todos corriam para as saídas.

Sofia ficou paralisada por um segundo, a olhar para cima enquanto os estilhaços de vidro começavam a chover.

Ela procurou por Thiago.

Ele estava a poucos metros de distância. Os seus olhos encontraram-se por uma fração de segundo.

Mas depois, ele virou-se.

Isabela estava a gritar, encolhida de medo.

Instintivamente, sem um segundo de hesitação, Thiago correu na direção dela. Ele atirou-se sobre ela, protegendo-a com o seu próprio corpo enquanto o vidro estilhaçado caía à volta deles.

Ele nem olhou para trás.

Um pedaço grande de vidro atingiu o ombro de Sofia. A dor foi aguda e imediata. Ela caiu de joelhos, o sangue a manchar o seu vestido.

O mundo à sua volta tornou-se um borrão de gritos e caos.

A última coisa que ela viu antes de desmaiar foi Thiago a ajudar Isabela a levantar-se, a verificar se ela estava bem, completamente alheio ao facto de a sua própria esposa estar ferida no chão.

Ela acordou num quarto de hospital.

O cheiro a antisséptico enchia o ar. O seu ombro estava enfaixado e doía a latejar.

Ela estava sozinha.

Uma enfermeira entrou no quarto, o seu rosto uma mistura de pena e irritação.

"A senhora Mendes? Como se sente?"

"Onde está o meu marido?" A voz de Sofia era um sussurro rouco.

A enfermeira suspirou. "O senhor Alves está no quarto ao lado, com a senhora Rocha. Ela está em choque, mas não se feriu. Ele não saiu do lado dela."

Sofia fechou os olhos. Claro que não.

Ela pediu à enfermeira o seu saco. A enfermeira hesitou, mas depois entregou-lho.

Dentro, entre os seus pertences, estava o "Caderno de Pontos".

Com a mão que não estava ferida, ela abriu-o. A sua caligrafia estava instável, mas a sua intenção era clara.

"15 de Setembro. Aniversário de casamento. Festa de Isabela. Ele protegeu-a e deixou-me ser ferida. Menos 20 pontos."

A pontuação era agora de 45.

A enfermeira observava-a, curiosa. "O que é isso, se não se importa que pergunte?"

"Um registo," disse Sofia, a voz vazia. "Um registo do fim."

Nesse momento, a porta abriu-se e Thiago entrou. Ele parecia cansado e preocupado.

"Sofia! Graças a Deus. Como estás? Fiquei tão preocupado."

As suas palavras soaram ocas. Falsas.

Sofia olhou para ele, os seus olhos frios e vazios de qualquer emoção.

Ele tinha feito a sua escolha.

Agora, ela ia fazer a dela.

                         

COPYRIGHT(©) 2022